Quem tem medo da democracia direta?

“É o desgastadíssimo Congresso que vai dar forma a uma sempre adiada reforma política”

João Alfredo Telles Melo* – O Povo Online

O triste fim da proposta de Dilma de realização de plebiscito para uma limitadíssima reforma política, além de denunciar a comédia de erros encenada entre governo e oposição, demonstra a resistência dos parlamentares não só à reforma em si, mas, fundamentalmente, ao pleno exercício da participação direta da população nos rumos do país.

Fica muito claro que, após a aprovação de matérias importantes (como o fim da PEC 37 e da “cura gay”), ainda sob intensa pressão popular, o parlamento brasileiro não entendeu a verdadeira dimensão da revolta das ruas do último mês de junho. Um dos recados dos jovens foi exatamente a rejeição à nossa estreita democracia representativa e à atual forma de exercício do poder e todas suas mazelas (péssima qualidade dos serviços públicos, obras suntuosas e perdulárias, corrupção etc). (mais…)

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Expansão de hidrelétrica em Rondônia afetará floresta

7bea112f-6ded-4c1b-acb3-fa609faa10c7Obra no Rio Madeira alagará uma área adicional de 7.153 hectares, sendo 6.558 de mata primária

Terra da Gente – A Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) aprovou na última semana o plano de expansão da capacidade da Hidrelétrica de Santo Antônio, no Rio Madeira, em Rondônia. O reservatório, que já tem 350 quilômetros quadrados, ficará com 430 quilômetros quadrados e será elevado em 0,8 metros.

A medida visa a permitir a instalação de seis novas turbinas na hidrelétrica, elevando a potência instalada em cerca 420 MW. A ideia é tornar o empreendimento mais rentável para o consórcio. Porém isso terá o custo do alagamento de uma área adicional de 7.153 hectares, sendo 6.558 de floresta primária. A medida afetará ainda uma Unidade de Conservação no entorno do lago, que perderá mais 38 hectares.

No ano passado, o governo já reduziu, por meio da Medida Provisória 558, os limites de sete Unidades de Conservação para viabilizar a construção de hidrelétricas em seu entorno. Agora pretende colocar ainda mais floresta “embaixo d’água”. (mais…)

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Há que derrotar o oligopólio informacional

comsin2Elaine Tavares – Palavras Insurgentes

O Primeiro Seminário Unificado de Imprensa Sindical, promovido por um grupo de sindicatos de Florianópolis, partiu de uma pergunta, praticamente retórica: por que os trabalhadores não são notícias? Ora, essa questão tem uma resposta óbvia. Vivemos em processo de luta de classe no sistema capitalista que é predador. E, nesse sistema, quem detém o poder é quem determina o que sai na imprensa. A mídia comercial nada mais é do que uma ventríloqua do sistema. Através das bocas alugadas sai a matéria prima que sustenta a classe dominante. Por isso, as lutas dos trabalhadores não interessam à mídia, a não ser como possibilidade de sujar, embaralhar e enganar a população.

Trabalhadores em luta são sempre vândalos, baderneiros, bando. Agora, nos protestos das últimas semanas, em Santa Catarina, ouvimos o coronel da polícia dizer claramente: “protegemos os manifestantes porque não são sindicatos, nem movimentos de trabalhadores, é a sociedade”. Ora, e o que são os trabalhadores senão a sociedade? Para a classe dominante não. Assim, compreendendo isso parte do problema se esclarece. Os trabalhadores não são notícia porque suas lutas não interessam ao sistema. Dito melhor, essas lutas, que aparecem como desestabilizantes, precisam ser escondidas ou deturpadas. Por isso aparece quase como uma ingenuidade a ideia de “mais democracia” nos meios de comunicação. Aos grandes meios não há que pedir melhorias, há que tomá-los! Como? Essa pergunta ainda não tem resposta, mas é para ela que temos de caminhar. (mais…)

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SP – Manifestação pela volta dos militares reúne menos de 100 pessoas na Paulista e tem carro de som pago por ruralistas

Mulher Intervenção Militar já
Foto capturada de vídeo. TP.

Por Ricardo Galhardo – iG São Paulo

Uma manifestação “contra a ditadura comunista” e pela volta dos militares ao poder reuniu menos de 100 pessoas no final da tarde desta quarta-feira (10) na Avenida Paulista. O ato foi organizado por entidades “nacionalista como Pátria Minha, União de Combate à Corrupção (UCC), Organização de Combate à Corrupção (OCC) e Mexeu com o Brasil Mexeu Comigo contou também com integrantes de grupos de extrema direita como Resistência Nacionalista, Frente Integralista Brasileira e Carecas do ABC.

O integralismo é descrito por historiadores como uma versão brasileira do nazismo. Os Carecas do ABC ganharam notoriedade quando um grupo de 18 integrantes da gangue espancou até a morte o adestrador de cães Edson Neris da Silva, gay, em 2000. Algumas faixas também registravam a presença de ruralistas.

A maioria dos manifestantes era formada por esposas de militares e pessoas com mais de 60 anos. Eles misturaram temas típicos do regime militar como a “Canção do Exército” (Nós somos da pátria guia…) com elementos estéticos das manifestações que levaram milhões de pessoas, na maioria jovens, às ruas do país nas últimas semanas. (mais…)

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