Expansão de hidrelétrica em Rondônia afetará floresta

7bea112f-6ded-4c1b-acb3-fa609faa10c7Obra no Rio Madeira alagará uma área adicional de 7.153 hectares, sendo 6.558 de mata primária

Terra da Gente – A Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) aprovou na última semana o plano de expansão da capacidade da Hidrelétrica de Santo Antônio, no Rio Madeira, em Rondônia. O reservatório, que já tem 350 quilômetros quadrados, ficará com 430 quilômetros quadrados e será elevado em 0,8 metros.

A medida visa a permitir a instalação de seis novas turbinas na hidrelétrica, elevando a potência instalada em cerca 420 MW. A ideia é tornar o empreendimento mais rentável para o consórcio. Porém isso terá o custo do alagamento de uma área adicional de 7.153 hectares, sendo 6.558 de floresta primária. A medida afetará ainda uma Unidade de Conservação no entorno do lago, que perderá mais 38 hectares.

No ano passado, o governo já reduziu, por meio da Medida Provisória 558, os limites de sete Unidades de Conservação para viabilizar a construção de hidrelétricas em seu entorno. Agora pretende colocar ainda mais floresta “embaixo d’água”.

“A princípio, essa diferença de menos de um metro de altura pode parecer pouco, mas devemos lembrar que estamos falando da bacia amazônica, a maior planície alagável do mundo, e esta ‘pequena’ diferença representa na prática um acréscimo de 22,85% no reservatório da usina”, afirma Kenzo Jucá, da campanha Amazônia do Greenpeace.

Também não é a primeira vez que há alterações no complexo do Rio Madeira. Desde que venceram os leilões, os consórcios responsáveis pelos empreendimentos de Santo Antônio e Jirau tentam fazer mudanças para aumentar sua capacidade de geração de energia. Enquanto os dois grupos brigam para ver quem terá mais lucro, os impactos ambientais e sociais, já detectados por causa da construção atual, ainda não foram mitigados.

“Mais uma vez o governo federal muda às regras com o jogo em andamento, abrindo um precedente temerário para a construção de novas hidrelétricas na bacia amazônica. Quando as empresas participaram do leilão, elas já sabiam quais eram as condições do empreendimento. Quem sai perdendo, mais uma vez, é o meio ambiente, que terá uma importante fatia de floresta primária destruída devido a busca das grandes empresas envolvidas no processo por margens ainda maiores de lucro”, conclui Jucá.

Enviada para Combate Racismo Ambiental por Mayron Borges.

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