Comunidade de matriz africana ganha Ponto de Leitura Afro no Rio de Janeiro

Comunidade Egbe Ile Iya Omidaye Ase Obalayo lança Ponto de Leitura Ancestralidade Africana em São Gonçalo, Rio de Janeiro. Resultado de parceria entre a SEPPIR e a FBN/MinC, a ação visa apoiar e estimular iniciativas culturais voltadas para a promoção, preservação e divulgação da história e cultura africana e afro-brasileira.

SEPPIR

Mais um Ponto de Leitura Africana é lançado no país. Desta vez, no Rio de Janeiro, na Comunidade Egbe Ile Iya Omidaye Ase Obalayo, em São Gonçalo. O espaço integra o programa Pontos de Leitura Ancestralidade Africana no Brasil e será lançado nesta sexta-feira (3/05), às 14h. A ação é fruto de parceria entre a Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial da Presidência da República (SEPPIR) e a Fundação Biblioteca Nacional do Ministério da Cultura (FBN/MinC). Além deste, outros nove Pontos estão em funcionamento em comunidades tradicionais, quilombos e terreiros de diferentes cidades brasileiras.

Na ocasião, também será exibido o curta-metragem iCandomblé dirigido por João Velho. O vídeo mostra a relação entre tradição e inovação no Candomblé como resultado da constatação do impacto da globalização na troca de conhecimentos entre os adeptos do culto aos Orixás de todo o mundo.

De acordo com a Iyalorixá Márcia d’Oxum, a comunidade de matriz africana Egbe Ile Iya Omidaye Ase Obalayo desenvolve trabalhos sociais com jovens das comunidades de terreiro, além de projetos e ações nas áreas de educação, treinamento profissional, trabalho e geração de renda, capacitando e preparando os jovens afrodescendentes para o mercado de trabalho.

“A chegada do Ponto de Leitura será muito importante principalmente no nosso trabalho com as crianças, que terão maior estímulo à leitura com um espaço especialmente destinado a essa atividade. Com isso, evita-se a evasão escolar e mantemos as crianças envolvidas com uma atividade lúdica e educativa”, afirma.

Preservação e visibilidade
A instalação de Pontos de Leitura Afros colabora para a preservação e para dar maior visibilidade aos saberes presentes na história dos povos tradicionais, conforme explica a secretária de Políticas para as Comunidades Tradicionais, Silvany Euclênio. “Contribui para a salvaguarda do patrimônio cultural que subsiste na memória das comunidades, nas narrativas transmitidas de geração a geração e que, na maior parte das vezes, são ignoradas pelos registros históricos”, esclarece.

O programa é uma ação transversal dentro do MinC, que envolve a FBN Programa Livro, Leitura e Literatura, o Sistema Nacional de Bibliotecas Públicas (SNBP), e a Secretaria de Cidadania Cultural.  A iniciativa conta com um acervo suplementar composto por mais de 600 livros relacionados à cultura de matriz africana, além do Kit tradicional dos Pontos de Cultura, que contêm 650 livros, mobiliário para sala de leitura, um computador e impressora.

Cooperação
O programa Pontos de Leitura Ancestralidade Africana no Brasil é parte do acordo de cooperação firmado entre a FBN/MinC e a SEPPIR no âmbito da campanha Igualdade Racial é pra Valer. A Secretaria de Cidadania Cultural do MinC apoia a iniciativa com R$ 300 mil, aplicados na produção e registro da memória das comunidades contempladas. A FBN visita as localidades e realiza uma pesquisa que reunirá informações a serem incorporadas ao acervo dos Pontos de Leitura. Já a SEPPIR participa da concepção da ação e contribui com financiamento da compra do acervo temático, no valor de R$ 200 mil.

Os Pontos estão localizados em comunidades tradicionais, quilombos e terreiros. Além da unidade da Comunidade Egbe Ile Iya Omidaye Ase Obalayo, em São Gonçalo (RJ), existem mais 9 pontos funcionando: no Centro de Cultura Afro-Brasileiro Ilê Axé Omidewá, em João Pessoa (PB); Centro Memorial de Matriz Africana 13 de Agosto, em Porto Alegre (RS); Comunidade Quilombola Mesquita, na Cidade Ocidental (GO); Quilombo do Curiaú (AP); Associação Santuário Sagrado de Pai João de Aruanda, em Terezina (PI); Comunidade Aceyoni, em Belém (PA); Quilombo do Macucu, em Minas Novas (MG); Comunidade Quilombola Serra do Apom, em Castro (PR); e Comunidade Ilê Ede Dudu – Centro Cultural Orunmila, em Ribeirão Preto (SP).

SERVIÇO:

O que
: Lançamento do Ponto de Leitura da Ancestralidade Africana no Brasil
Quando: dia 3 de maio de 2013, às 14h
Onde: Rua Dalmir da Silva, lote 8 – frente e Rua João Soares lote 10, fundos. São Gonçalo, Rio de Janeiro.
Contato: (21) 2724 5612

Comments (1)

  1. Sou professor da rede pública do município de São Gonçalo, gostaria de conhecer a instituição, sonho com a implementação da Lei 10 639/2003 nas escolas públicas gonçalenses.

    Um abraço fraterno com muito AXÉ. Prof. Reinaldo.

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