Este Encontro é resultado de encontros e de uma necessidade comum. Vimos participando de debates e atos de resistência de e entre comunidades diretamente impactadas pelo projeto dominante de cidade/sociedade global capitalista. E nestes espaços, também nos encontramos com a necessidade de articulação de um rede pela base que possa fortalecer as lutas e a capacidade de ação protagônica destas no cenário da cidade.
E podemos dizer que no próprio processo de reconhecimento e formação deste grupo, vimos observando a ampliação do grau de interação e de reconhecimento mútuo destas comunidades, que também são propulsores do reconhecimento social sobre estas lutas.
Nossas primeiras reuniões ocorreram na Aldeia Maracanã, em março deste ano. E desde então temos nos reunido semanalmente, mesmo após a alienação da posse d’Aldeia. E desde então vimos contribuindo com as resistências de diversas comunidades, que vêm participando, na medida do possível, destas reuniões e convidando outras comunidades de ocupações, aldeia, favelas, de moradia popular, de pescadores, trabalhadores e trabalhadoras, desempregadas, atingidos pela TKCSA, entre outras.
O reconhecimento formal deste grupo, em seu surgimento na Aldeia Maracanã, é demonstrativo de nossa opção por fortalecer as perspectivas territorializadas de resistência, na ação direta. Sem descuidar das relações político-sociais institucionalizadas, mas como independência crítica.
Mas compreendemos, pela base, as dificuldades específicas dos grupos de resistência em estarem presentes, seu ritmo, seus limites e possibilidades: algumas das pessoas que requisitaram a construção deste grupo ainda não tiveram a oportunidade de participar de suas reuniões. Nem temos a pretensão de ser mais uma rede ou articulação, mas ser um espaço de formação e fortalecimento das lutas, construção de possibilidades de interações e de ação em rede, inclusive com/em outros espaços de articulação político-social mais abrangentes.
Sendo um grupo aberto, o acúmulo do processo não poderá ser uma barreira para o acesso dos grupos de resistência, mas um atrativo.
Objetivo
O principal objetivo deste Grupo de Trabalho-GT Rede das Impactadas é fortalecer suas lutas pela possibilidade da ação em rede, de forma articulada, no cenário territorial da cidade. Mas também pelas interações, na perspectiva da auto-defesa e da ação institucional conjunta no cenário jurídico-político.
Neste sentido, até este momento, reconhecemos, nos debates, quatro áreas fundamentais de geração de conhecimento estratégico (para as lutas), mas que estão diretamente co-relacionadas, e que são eixos estruturantes deste 1° Encontro:
1A. Defesa Jurídica nos Sistemas Nacional e Internacional de Justiça em perspectiva insurgente
1B. Defesa da Memória, da Verdade e da Vida;
2. Autonomia material e Auto-defesa territorializada;
3. Ação sistêmica territorializada;
4. Guerrilha Semiológica, Artivismo e Comunicação de Resistência;
Programação:
9h – Recepção e Café-da-Manhã
9h30 – Mística de Reconhecimento das Resistências
10h – Apresentação e Relatos de Resistências
12h – Almoço
13h30-16h – Debates em Grupos de Trabalho Temáticos
16h-18h – Plenária Final
18h – Ato Político Cultural
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Enviada por Monica Lima para Combate Racismo Ambiental.