Douglas Corrêa – Agência Brasil
Rio de Janeiro – Os moradores do Condomínio Volta Grande 4, em Volta Redonda, região do Médio Paraíba, estiveram reunidos ontem (11) com parlamentares e o secretário do Ambiente, Carlos Minc, e definiram oito pontos prioritários de ações de apoio à saúde das pessoas que tenham tido contato com o solo contaminado por resíduos químicos descartados ao longo dos anos pela Companhia Siderúrgica Nacional (CSN). O terreno foi doado pela siderúrgica em 1998 para a construção de casas para funcionários da companhia.
No encontro, na sede da secretaria na capital fluminense, ficou decidido que a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) ficará responsável pela coordenação dos exames nas 220 famílias que moravam no condomínio, em parceria com a Secretaria Municipal de Saúde de Volta Redonda. Outro ponto acordado foi a descontaminação do terreno e a realocação dos moradores para residências na região. A CSN terá que custear os exames clínicos e a descontaminação do solo.
Minc disse que o terreno está contaminado, pois o laudo do Instituto Estadual do Ambiente (Inea) comprovou, há uma semana, os três relatórios anteriores das empresas Nickol, Aecom e Diagonal, contratadas pela CSN, para analisar o terreno. “Seria leviano falar antes do laudo do Inea. A validação do laudo me deu a confirmação de que o nível de contaminação do terreno estava superior ao permitido”, disse. O laudo do Inea encontrou diversas substâncias tóxicas acima do limite tolerado, dentre elas, bário, cádmio, zinco, níquel e ascarel – o último com contaminação 90 vezes acima do limite permitido.
Além da multa, no valor de R$ 35 milhões aplicada esta semana à CSN, a siderúrgica tem prazo de sete dias para apresentar e iniciar um plano da saúde dos moradores da região, além de 15 dias para entregar um plano de descontaminação tanto do solo quanto do lençol freático e 30 dias para elaborar um plano de realocação das famílias que residem no condomínio. A multa será revertida em ações de saneamento, reflorestamento e melhoria da qualidade do ar em Volta Redonda.
O valor da multa aplicado nesta segunda-feira (8) pode chegar a R$ 50 milhões, se ficar constatado que os moradores foram contaminados pelas substâncias tóxicas.
*Edição: Fábio Massalli
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Enviada por José Carlos para Combate Racismo Ambiental.