Nota de repúdio da Aty Guasu [à ação do ERJ na Aldeia Maracanã]

Conselho da Aty Guasu Guarani-Kaiowá, vem através desta nota prestar solidariedade aos parentes indígenas sobreviventes e apoiadores não-indígenas que foram vítima de violências praticadas pelo Estado Brasileiro, na aldeia Maracanã RJ.

Repudiamos profundamente as violências oficiais autorizadas pela justiça contras as vidas dos indígenas e não-indígenas.

Observamos que nos últimos mês o próprio Estado brasileiro reativa e alimenta as violências contras as vidas dos indígenas e seus apoiadores em várias parte do Brasil.

Frente aos fatos de violências antigas reativadas pela justiça brasileira em todas as regiões do Brasil, vimos repudiar reiteradamente essas violências.

Comunicamos e convidamos a todas as autoridades do Brasil e cidadãos (as) que vamos repudiar essas violências oficiais do Estado que começou em 1500 que perdura até os dias de hoje, ou seja, 513 anos de violências contra as vidas dos índios no Brasil. 

No Rio Janeiro foram extintos/dizimados pelo Estado os vários povos indígenas em 1700.

Mais uma vez, hoje de manhã, ficamos indignados e chocados com as violências praticadas contra as vidas humanas.

Por fim solicitamos a autoridades nacionais e internacionais competentes da Secretaria do Direitos Humanos para acompanhar e investigar os mentores e os autores dessas violências contras os indígenas e não-indígenas ocorridas no dia 22 de março de 2013.

Nos Guarani-Kaiowá lamentamos muito e estamos com todos os indígenas da aldeia Maracanã e seus apoiadores não-indígenas, por essa razão, socializamos a nossa solidariedade humana através desta nota.

Como já é conhecimento de todos que nós Guarani-Kaiowá estamos sofrendo também essas mesmas violências no Mato Grosso do Sul.

Repudiamos essas violências históricas autoritárias do Estado do Brasil.

Em futuro próximo, temos que mudar essas violências históricas, lutamos dia a dia para garantir e ver um futuro sem violências oficiais do Estado brasileiro que essa ocorrência não é justiça de verdade, mas é injustiça do Brasil com os primeiros brasileiros.

Atenciosamente,

Tekoha Guasu, 22 de março de 2013
Aty Guasu Guarani-Kaiowá contra o genocídio

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