Racismo e a louça da vovó

Bárbara Lopes

Eu fiquei pensando se escrevia alguma coisa pelo Dia Internacional de Eliminação da Discriminação Racial. Li os posts da Iara, da Lu e da Bia e não sobrou muito a dizer. Mas vou tentar mesmo assim.

Eu entendo quem diz “mas eu tenho um amigo/avó/bisavô negro” ao ser criticado por ter cometido algum ato racista. Claro que em alguns casos, deve ser mentira. Mas deve haver uma porção de casos em que essa perplexidade é verdadeira. Isso porque embora reconheçamos que existe racismo no Brasil, a gente acaba acreditando que racismo é não gostar das pessoas por causa da cor da pele delas. E se eu gosto de uma pessoa com cor de pele diferente, isso mostra que meu problema não é com a pele, certo? Usei “cor da pele”, sem especificar, porque da mesma forma, tem gente que fala em “racismo ao contrário”. Quer dizer, existem pessoas brancas que sentem que pessoas negras não gostam delas por causa da cor. Se essa é a definição de racismo, então isso seria racismo, não?

Só que racismo não é isso. Racismo é um sistema, é parte do sistema que organiza nossas relações sociais, econômicas e políticas e faz isso mantendo em posição inferior, subalterna, uma grande fatia da população. Racismo é também o processo histórico que explica e justifica essa posição. Racismo não é simplesmente uma cultura que herdamos com a louça da vovó, sem uso, mas mantida por tradição. Racismo é a ideologia que mantém negros e negras como mão de obra mais barata, como a carne mais barata do mercado, como as vidas mais descartáveis. (mais…)

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Depois do “trote”, mais uma: “Estudante é chamado de ‘macaco’ por professor em escola da UFMG”

Carlos Eduardo Cherem, do UOL, em Belo Horizonte

A UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) abriu processo administrativo nesta quarta-feira (20) para apurar denúncia de racismo feita por uma mãe de aluno do Centro Pedagógico da Escola de Educação e Profissionalização, unidade especial de ensino fundamental da universidade, que funciona no Campus Pampulha, em Belo Horizonte.

O estudante negro de 14 anos foi chamado de “macaco” pelo professor de português, de 49 anos, cujo nome não foi divulgado, ao término da aula na segunda-feira (18).

Segundo a diretora do Centro Pedagógico, Tânia Lima Costa, nesse dia, o professor passou para os alunos o filme “À Procura da Felicidade” (2006), que tem o ator negro norte-americano Will Smith como protagonista. Após a transmissão, como o aluno “brincava” e “conversava” em sala de aula, o professor o chamou de “macaco”.

“Conversei com todos os envolvidos, o aluno, o professor, o monitor, os pais do estudante e os outros alunos. O professor confirmou o fato, mas diz que não quis ofender. Para ele, sua fala foi tirada de contexto. O aluno, por sua vez, se sentiu ofendido e reclamou para os pais. É uma situação nova, que nunca experimentamos. Assim, a UFMG optou por abrir o processo administrativo para que o caso seja melhor avaliado”, afirmou a diretora, professora há 30 anos na escola. (mais…)

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Presidente Henrique Alves promete resolver impasse de Feliciano até terça (26)

Tiago Miranda

O presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves, prometeu há pouco resolver até a próxima terça-feira (26) o impasse sobre a permanência do deputado Pastor Marco Feliciano (PSC-SP) à frente da Comissão de Direitos Humanos.

“Posso assegurar que esta casa vai tomar uma decisão a curtíssimo prazo porque a Comissão de Direitos Humanos, pela sua importância, não pode ficar neste impasse. Agora, passou a ser também responsabilidade do presidente da Câmara dos Deputados”, disse.

Segundo ele, a permanência de Feliciano como presidente criou um clima de radicalização inaceitável. “Esta Casa tem de primar pelo equilíbrio, pela serenidade, pela objetividade, pelo trabalho parlamentar. E do jeito que está tornou-se insustentável”, afirmou.

No início da noite desta quarta-feira Henrique Alves esteve com o líder do PSC, deputado André Moura (SE), e pediu que o partido se reúna com a intenção de manter o funcionamento da Comissão de Direitos Humanos. (mais…)

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PI – Assentadas garantem renda com venda de produtos feitos com palha de milho

Foto: Ascom Incra/PI

Habilidade, criatividade e muita disposição para trabalhar são características do grupo Andorinha, composto de mulheres artesãs do assentamento Frexeiras/Porcos, implantado pelo Incra em Batalha, no estado do Piauí.

Neste 19 de março, Dia do Artesão, as assentadas comemoram a melhoria na qualidade de vida da comunidade, a partir do que produzem artesanalmente com palha de milho. “Muito do que temos hoje dentro de casa só foi possível conquistar por causa do artesanato. Comprei fogão, ventilador e móveis com a venda dos produtos que faço em casa”, afirmou Maria José de Carvalho Resende, 52 anos, artesã desde 2006.

Para dar conta da produção de bolsas, carteiras, baús, chinelos e jogos de cozinha americanos, dentre outros produtos, as assentadas têm que recorrer até mesmo à compra da palha de milho de comunidades vizinhas. “O que produzimos é comercializado na feira local e também, por encomenda, em outros estados brasileiros, o que mostra a qualidade dos nossos produtos”, analisou Maria do Socorro da Silva, 42 anos. (mais…)

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Índios montam barricada para evitar a desocupação da Aldeia Maracanã

Índios recusam oferta de hospedagem do Governo

Henrique de Almeida

Com o fim do prazo determinado pela Justiça Federal para que os índios deixem a Aldeia Maracanã (antigo Museu do Índio), na Zona Norte do Rio, cresce a expectativa entre os ocupantes do imóvel. Eles montaram barricadas com paus e pedras para tentar impedir a entrada de policiais no local. O prazo para a desocupação terminou às 23h59 de quarta-feira (20) porém, a  Secretaria de Estado de Assistência Social e Direitos Humanos (SEASDH) informou que até este sábado (23) está suspensa qualquer ação ou remoção na aldeia, o que fez com que o clima entre os índios ficasse mais tranquilo, sem a preocupação da invasão da polícia.

No início desta manhã, cerca de 20 pessoas já se encontravam no local, e o cacique da aldeia, Tukano, tentava contado com a defensoria pública para evitar a remoção. O defensor Daniel Macedo, titular do 2º Ofício de Direitos Humanos e Tutela Coletiva da Defensoria Pública da União (DPU) afirmou que, a princípio, iria para a aldeia no início da manhã para observar se estavam sendo cumpridos os termos da emissão de mandado de posse, mas com a suspensão das ações, ele virá mais tarde para apresentar uma nova proposta feita pelo governo do esperado à aldeia. (mais…)

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Índios e ribeirinhos fazem nova ocupação de Belo Monte

Cerca de 150 pessoas, entre ribeirinhos e indígenas Juruna, Xypaia, Kuruaia e Canela, ocuparam o canteiro de obras de Pimental, um do quatro de Belo Monte, na madrugada desta quinta, 21.

A ação começou as 4 h da manhã com o trancamento da estrada de acesso ao canteiro, mas um veículo, que conseguiu furar o bloqueio, acionou a Força Nacional de Segurança, que se deslocou para o local e tentou impedir a entrada dos manifestantes na área da obra, exigindo que fosse destacado um porta-voz para negociar as reivindicações. Como não houve acordo quanto a esta demanda, o grupo todo resolveu entrar no canteiro e seguiu até os alojamentos, solicitando que os trabalhadores deixassem as instalações.

A informação é do Movimento Xingu Vivo Para Sempre, 21-03-2013.

Segundo representantes dos manifestantes, muitos operários apoiaram a ação e afirmaram que o sistema de trabalho se assemelha ao de uma prisão, mas a confusão é grande porque eles não sabem para onde ir.

O grupo de manifestantes está dividido entre a comunidade do Jericoá oito famílias de índios Xypaia, Kuruaia e Canela, que nunca recebeu nenhum atendimento da Funai e da Norte Energia, índios Juruna da aldeia Muratu, na Terra Indígena Paquiçamba, e ribeirinhos e colonos da comunidade do KM 45. Estes últimos dizem viver uma situação de grande insegurança, uma vez que o Consórcio Norte Energia teria dito a eles que não serão removidos, ao mesmo tempo que afirmaram aos índios Juruna que a terra pertence a eles. O medo é que esta situação crie um conflito entre indígenas e colonos. (mais…)

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MG – MPE propõe ação contra Copasa por ter distribuído água contaminada em Carmo do Rio Claro

Hoje em Dia

A Promotoria de Justiça de Defesa do Consumidor em Carmo do Rio Claro, no Sul de Minas, propôs uma Ação Civil Pública obrigando a Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa) a reparar danos materiais e morais individuais e coletivos ao moradores da cidade por distribuir água contaminada no município.

Segundo investigação do Ministério Público Estadual (MPE), no final de janeiro deste ano, a água da Copasa apresentou cor, cheiro e sabor alterados e levantou suspeitas de que o aumento de casos de internação por complicações gastrointestinais em Carmo do Rio Claro estariam associadas a diarreias e vômitos.

A Copasa atribuiu a mudança no odor e gosto na água à baixa no Lago de Furnas, de onde é captada, e a sua súbita cheia, que teria provocado matéria orgânica que, em decomposição, foi conduzida à Estação de Tratamento de Água (ETA). A empresa alegou ainda que o padrão de potabilidade não foi afetado e que a qualidade da água é monitorada constantemente. (mais…)

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Força Nacional apoiará a PF no combate a conflitos agrários em Mato Grosso

Thais Leitão, Repórter da Agência Brasil

Brasília – O Ministério da Justiça autorizou o envio da Força Nacional de Segurança Pública ao estado de Mato Grosso. De acordo com portaria publicada na edição de hoje (21) do Diário Oficial da União, a tropa vai apoiar a Polícia Federal nas ações de prevenção e repressão a conflitos agrários, inclusive os que envolvam terras indígenas.

A Força Nacional deverá permanecer no estado por 120 dias, a partir desta quinta-feira, para “exercer patrulhamento ostensivo preventivo no intuito de preservar a ordem pública e garantir a integridade física dos envolvidos nas operações conjuntas”. O prazo poderá ser prorrogado, caso haja necessidade.

Há cerca de um mês, líderes indígenas das comunidades mundurukus de Mato Grosso e do Pará vieram a Brasília para exigir a apuração da morte do índio Adenilson Mundukuru, ocorrida em novembro de 2012, durante a Operação Eldorado, da Polícia Federal, e para cobrar solução para problemas nas áreas de saúde, educação e infraestrutura em terras indígenas. (mais…)

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