Uma favela com a marca fatal do Mundial da Fifa

Favela Uma favela com a marca fatal do Mundial da Fifa
Morro da Providência. Foto: Divulgação/Internet

por Fabiana Frayssinet, da IPS

Rio de Janeiro, Brasil – Os moradores do Morro da Providência, a favela mais antiga do Brasil, estão divididos diante das obras para o Mundial de Futebol em 2014 e os Jogos Olímpicos em 2016. Uns se alegram pelas melhorias que implicarão, mas outros alertam que serão derrubadas centenas de casas. As letras SMH, pintadas nas paredes de algumas casas desta comunidade superlotada do Rio de Janeiro, no começo foram um total enigma para os habitantes.

Agora já sabem muito bem o destino que aguarda todas as casas marcadas “como gado”. “SMH significa Secretaria Municipal de Habitação, o órgão que vai nos desalojar”, resumiu à IPS a moradora Jailce Felix dos Santos. “É deprimente. Muitos ficaram doentes. Chegar em sua casa e ver isso e saber que é uma marca de remoção”, contou Jailce, dona de uma das casas marcadas neste lugar considerado patrimônio histórico da cidade.

Há 832 casas marcadas e 140 já demolidas, assegura o Fórum Comunitário do Porto, que reúne na área portuária os afetados pelas obras vinculadas à realização da Copa do Mundo da Fifa em 2014 e dos Jogos Olímpicos em 2016. O governo municipal afirma que é um passo necessário para construir um teleférico que atravessará toda a favela e terá conexão com a estação Central do Brasil. (mais…)

Ler Mais

“Senzalas & campos de concentração”

Senzalas eram lugares de morte, tortura, exploração. Por que associar seu restaurante a ISSO?

O Brasil se considera uma nação boa e pacífica. Mas é só porque esqueceu ter sido a maior economia escravocrata de todos os tempos. Muitas vezes, o sono tranquilo não é consciência limpa: é falta de memória.

por Alex Castro

No coração do centro histórico de Paraty, cidade colonial construída com o sangue e o suor de muitos escravos, em pleno mês da consciência negra, acabou de ser inaugurado um novo restaurante: Senzala Churrascaria Rodízio.

Não deveria me chocar mas ainda me choco. Afinal, o que não falta, em todo Brasil, são estabelecimentos chamados Senzala.

Na Alemanha, pelo menos, não existe nenhum Restaurante Auschwitz.

Eles teriam vergonha. (mais…)

Ler Mais

MS – Comissão de lideranças da Aty Guasu entrega documento à comitiva dos Senadores e Deputados Federais

Inicialmente, queremos agradecer pela visita ao Guarani e Kaiowá. Na ocasião, vamos repetir aqui, mais uma vez os fatos que aconteceram e continuam acontecendo com a nossa vida e com as nossas terras antigas. Em primeiro lugar, desde 1950, nós Guarani e Kaiowá fomos expulsos de nossas terras tradicionais pelos atuais fazendeiros, por isso estamos morrendo, sofrendo em 20 pequena ilha de terra. Estamos vivendo distante de nossa terra antiga há mais de 30 anos. Dia a dia, passamos por situação de miséria, ameaça de morte, não estamos sendo bem atendido nos órgãos públicos.

De fato, desde 1980, nas pequenas ilhas, denominada de aldeia/reserva indígena, mais de 950 Guarani e Kaiowá se suicidaram por não se adaptar às reservas indígenas. Mais de 15.000 (quinze mil) homens estão sendo explorados e escravizados na usina de álcool. Além disso, mais de 200 lideranças Guarani e Kaiowá foram assassinadas pelos fazendeiros. Desde 1970, os recursos naturais de nossas terras foram totalmente destruídos e nossas águas e rios estão sendo envenenado e poluído. Diante dessas situações atuais, nós lideranças da Aty Guasu, em primeiro lugar, passamos a demandar uma indenização e política pública de reparação para o povo Guarani e Kaiowá sofrida e expulsada de seus territórios antigos.

Sabemos e acompanhamos que nos últimos dois anos, já há várias comissões criadas, tais como: Comissão de CNJ, etc, cada semana está sendo criada mais uma “comissão”, mas nenhuma comissão não discutiu seriamente a devolução de territórios indígenas e indenização para Guarani e Kaiowá expulsos de suas terras antigas. Por isso, nós da Aty Guasu, vimos entregar à comitiva dos Senadores e Deputados federais, sobretudo aos Governos e Justiça Federal. (mais…)

Ler Mais

A política do precariado e a mercantilização do trabalho: entrevista com Ruy Braga

Por: Márcia Junges e Graziela Wolfart

“No capitalismo, como o trabalhador é despojado de meios de produção, necessitando vender sua força de trabalho para poder viver, a insegurança o acompanha desde o início de sua trajetória como assalariado. Afinal, ele precisa encontrar alguém que compre sua única mercadoria em condições sociais médias”. A declaração é do sociólogo Ruy Braga na entrevista exclusiva que concedeu por e-mail à IHU On-Line.

Exemplificando suas ideias, ele afirma que “os teleoperadores resumem todas as tendências importantes do mercado de trabalho no país na última década: formalização, baixos salários, terceirização, significativo aumento do assalariamento feminino, incorporação de jovens não brancos, ampliação do emprego no setor de serviços, elevação da taxa de rotatividade do trabalho, etc. Por tudo isso, estudar a trajetória e o destino histórico dos teleoperadores no Brasil é tão importante. Eles são uma espécie de ‘retrato’ do precariado pós-fordista em condições sociais periféricas”. As demandas das pautas operárias remetem, via de regra, ao “velho regime fabril despótico, agora revigorado pelas terceirizações e pelas subcontratações”. A entrevista a seguir foi inspirada no lançamento de sua obra A política do precariado (São Paulo: Boitempo, 2012).

IHU On-Line – O que é a política do precariado?

Ruy Braga – É a prática política do proletariado precarizado em condições capitalistas periféricas. Em primeiro lugar, é preciso compreender o que entendo por “precariado”, conceito que tomei emprestado, ressignificando-o, da sociologia francesa. Trata-se daquele amplo contingente de trabalhadores que, pelo fato de possuírem qualificações escassas, são admitidos e demitidos muito rapidamente pelas empresas, ou encontram-se no campo, na informalidade ou são ainda jovens em busca do primeiro emprego, ou estão inseridos em ocupações tão degradantes, subremuneradas e precárias que resultam em uma reprodução anômala da força de trabalho. (mais…)

Ler Mais

Stédile cobra reforma agrária do governo Dilma

Há mais de 30 anos na luta dos trabalhadores rurais sem terra, João Pedro Stédile, um gaúcho descendente de italianos, ficou conhecido pela forma direta como manifesta suas opiniões políticas. O coordenador do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) avalia que o Brasil passa por um refluxo no movimento popular. Stédile dá nota oito para a presidente Dilma Rousseff e cinco para todo o governo, que para ele reúne setores da burguesia e dos trabalhadores. Eis a entrevista.

Celso Horta – ABDC MAIOR

Vocês enquadram a gestão do PT dentro do modelo do neo-desenvolvimentismo? Por que?

A formulação que os movimentos sociais fazemos, entre eles o MST, a Via Campesina, é que de os governos Lula e Dilma são fruto de uma frente política de classes da sociedade brasileira. Dela participam desde a grande burguesia até os mais pobres. E isso dá estabilidade e popularidade ao governo, porém o mantém como governo de composição de classes, com decisões heterogêneas e, às vezes, até contraditórias, ora beneficiam a burguesia, ora os trabalhadores, ora os mais pobres. No plano econômico, o próprio governo tem se auto-definido como neo-desenvolvimentista. É uma alternativa importante ao projeto tucano e do imperialismo, o neoliberalismo. O neo-desenvolvimentismo procura desenvolver políticas que gerem crescimento econômico e distribuição de renda. Isso é importante, porém insuficiente. Os problemas graves da sociedade brasileira, como emprego para todos, terra para todos sem terra, universalização da educação, moradia digna para todos, e acesso à cultura, somente conseguiremos resolver com reformas estruturais. E elas somente serão viáveis com a retomada da mobilização de massas e se tivermos, dentro do governo, uma correlação de forças de partidos mais compromissados com os trabalhadores. (mais…)

Ler Mais

Raoni obtém dinheiro para criar aldeia

O cacique Raoni arrecadou cerca de 18 mil (R$ 48,4 mil), com uma campanha publicitária veiculada em países europeus, para construir uma nova aldeia na fronteira entre Mato Grosso e Pará. A ideia é que ela fique próxima do local onde vive sua tribo e sirva como uma espécie de posto de fronteira para protegê-la. Assim, os índios ocupariam a área que, segundo eles, estaria ameaçada

Jamil Chade – O Estado de S. Paulo

Ontem, Raoni esteve na Organização das Nações Unidas (ONU), e lideranças da entidade afirmaram sua preocupação em relação ao impacto de obras de infraestrutura na Amazônia.

A campanha e a declaração da ONU ocorrem às vésperas do encontro entre Dilma Rousseff e François Hollande, presidente da França, previsto para hoje, em Paris. Hollande recebeu Raoni há poucos dias e prometeu que falará com Dilma.

A nova aldeia, na região de Kapot-Nhinore, deve custar quase 18,5 mil. Segundo os organizadores, quase toda a quantia foi arrecadada com uma campanha que apelou à população europeia para ajudar o cacique.

“Praticamente o dinheiro que era necessário para a aldeia já foi arrecadado”, indicou ao Estado Gert-Peter Bruch, presidente da ONG francesa Planète Amazone e um dos líderes do projeto. “Esse é o lugar onde meu pai está enterrado”, afirmou Raoni. (mais…)

Ler Mais

Desocupação de terra indígena gera conflito em Mato Grosso

No primeiro dia da reintegração de posse na Terra Indígena Marãiwatsédé houve confronto violento entre produtores rurais e policiais. O saldo foi de oito feridos, mas ninguém corre risco de morte. O confronto ocorreu por causa da retirada dos ocupantes não índios da reserva, localizada a 1.064 km de Cuiabá, reconhecida como de propriedade dos índios xavantes.

Segundo os policiais, homens do povoado Posto da Mata teriam ido até uma fazenda que estava sendo desocupada e atacado os agentes com paus e pedras.

Fátima Lessa – O Estado de S. Paulo

A desocupação da fazenda começou por volta das 12h numa verdadeira ação de guerra. Os oficiais estavam acompanhados de policiais rodoviários federais enquanto um helicóptero sobrevoava a área. Nessa primeira etapa estão sendo desocupadas as grandes propriedades.

Segundo levantamento do Ministério Público Federal, grande parte das áreas da reserva Marãiwatsédé está nas mãos de 22 grandes posseiros. O grupo constituído de prefeitos, ex-prefeitos, vereadores, empresários e até um desembargador é dono de mais de 32 fazendas, o equivalente a 44,6 mil hectares. (mais…)

Ler Mais

Saúde Indígena. “O quadro é de extrema indigência”, alerta Procuradora

O Ministério Público Federal (MPF) promoveu, nesta segunda-feira, 10 de dezembro, atuação conjunta nos estados para chamar atenção ao Dia D da Saúde Indígena. O trabalho envolve o ajuizamento de ações civis públicas e recomendações a órgãos públicos, a fim de proporcionar, proteger e recuperar a saúde das comunidades indígenas em todo o país

Secretaria de Comunicação Social do Ministério Público Federal

“Esta é uma data internacional de atenção aos direitos humanos dos índios. Temos o projeto de tornar esta sociedade melhor, mais plural, mais justa”, declarou a vice-procuradora-geral da República e coordenadora da Câmara das Populações Indígenas do MPF, Deborah Duprat. De acordo com ela, “está faltando tudo: médico, remédio, transporte para levar pacientes para os hospitais. O quadro é de extrema indigência”.

“A ideia da ação integrada surgiu quando notamos que o problema era nacional. A mesma causa se repetia em todas as nossas áreas de atribuição”, explicou o procurador da República em Paulo Afonso (BA) Leandro Mittidieri. A vice-PGR enfatizou que não são casos isolados. “Queremos mostrar ao Judiciário que este não é um problema localizado, situado em um único estado. Pelo contrário, ele está distribuído de forma absolutamente igual, em diferentes estados da Federação”, alertou.

Com base nos dados do Censo 2010, o Instituto Brasileiro da Geografia e Estatística (IBGE) revelou que a população indígena no país cresceu 205% desde 1991. Atualmente, o grupo atinge 896,9 mil, tem 305 etnias e fala 274 idiomas. Segundo a pesquisa, a maior concentração populacional indígena reside no Amazonas, com 168,7 mil pessoas (20,6%), e a menor no Rio Grande do Norte, com 2,5 mil pessoas (0,3%). (mais…)

Ler Mais

ISA e Neats/PUCSP realizam seminário Desafios Socioambientais do Brasil Contemporâneo. Inscreva-se

O Instituto Socioambiental – ISA e o Núcleo de Estudos Avançados do Terceiro Setor – Neats do Programa de Estudos Pós Graduados em Administração da PUC-SP realizarão o Seminário Desafios Socioambientais do Brasil Contemporâneo, aberto ao público, que pretende ampliar o debate sobre alguns dos temas e casos mais relevantes na agenda da sustentabilidade brasileira.

Dias 17 e 18 de dezembro, no Tucarena, na Rua: Monte Alegre, 1024 – Perdizes – São Paulo (Entrada pela Rua Bartira).

Confira a programação (http://www.socioambiental.org/convites/seminario2012)

Inscreva-seaqui.

Enviada por Ro’otsitsina.

Ler Mais