Ângela pediu apoio aos demais senadores no sentido de “entrar em campo” para proteger a Terra Indígena Yanomami
Por – Redação BV News
Um velho problema que atinge os povos da Terra Indígena Yanomami (TIY), em Roraima, voltou a ser denunciado no plenário do Senado Federal, pela senadora Ângela Portela (PT): a invasão de suas terras, de suas culturas e de suas vidas, pela ação do homem branco.
Ela informou que, nos próximos dias, autoridades federais irão receber um documento assinado por lideranças indígenas de Roraima, pedindo providências cabíveis e medidas urgentes, para a invasão das terras indígenas por fazendeiros, garimpeiros e pescadores que, desrespeitando a lei, estão avançando sobre os territórios indígenas. “Esta situação de insegurança que aflige os povos indígenas de Roraima, foi discutida em uma reunião, ocorrida na semana passada, na comunidade Serrinha, no município de Caracaraí, com as lideranças indígenas do Limite Leste”, declarou.
Conforme ela, na referida reunião as lideranças indígenas discutiram a ocupação das terras da União, já demarcadas pelo Governo Federal, e o resultado de uma expedição realizada, em outubro, na região do Ajarani, na fronteira da Terra Indígena Yanomami, para fazer o diagnóstico da situação na região.
“Formada por membros da Hutukara Associação Yanomami, representantes da Fundação Nacional do Índio (Funai) e integrantes do Instituto Socioambiental (ISA), a expedição percorreu 280 quilômetros no leste da terra indígena colhendo dados sobre o estado de insegurança que esta situação vem causando. Na região situada entre os rios Ajarani e Apiaú, há marcas de invasões de não indígenas, que revelam a abertura de picadas marcando os limites da TI Yanomami”, informou.
A parlamentar disse que, a expedição diagnosticou uma organização, vinda do entorno da TI Yanomami na região do Ajarani, para invadir o Projeto de Assentamento Massaranduba, que, segundo ela, se constitui em um dos casos mais sérios na região. “Ali, os desmatamentos e as reservas de lotes de terras da União, comprovadas em imagens de vídeo, foram, felizmente, contidos pela ação da Funai, que convocou a Polícia Federal para agir imediatamente”, comentou.
Na opinião da senadora, as invasões, seriam reflexo da política de regularização fundiária que o Governo de Roraima vem fazendo. “Sem fiscalização e sem controle. O governo do Estado, que atua de forma não efetiva, precisa fiscalizar a área tem a obrigação administrativa de proteger as terras indígenas, que são, na verdade, terras da União e, como sabemos todos nós, estão constitucionalmente protegidas”, argumentou.
Ângela pediu apoio aos demais senadores no sentido de “entrar em campo” para proteger a Terra Indígena Yanomami. “São, bem sabemos nós, velhos problemas que geram mais medo e sofrimento e marcam terrivelmente a vida dos povos indígenas de Roraima, especialmente, os da Terra Indígena Yanomami, uma área do Governo Federal protegida da ação de não indígenas, mas sempre ameaçada. Estas terras precisam estar livres da ação danosa de invasores que, como lembra o líder indígena Davi Kopenawa, só alimentam a ganância de querer a terra, a riqueza, o subsolo e a madeira”, concluiu.
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