Caso Guarani-Kaiowá nos alerta da truculência dos tempos, diz antropóloga

“Despejar” índios de suas terras é uma prática recorrente no Brasil desde que os primeiros portugueses pisaram por aqui, cinco séculos atrás. Mas as expulsões arbitrárias e os extermínios violentos raras vezes mobilizaram de fato a sociedade civil, mesmo quando questões indígenas se tornaram pauta de governos, fundações, ONG’s etc.

Um dos capítulos mais recentes dessa história, no entanto, envolvendo os Guarani-Kaiowás no Mato Grosso do Sul, alcançou uma repercussão quase inédita no país, em tempos de internet e redes sociais. O motivo principal foi uma carta divulgada no último mês pelos índios, na qual eles falavam em “morte coletiva” no caso de despejo de suas terras.

Pertencentes a uma tribo já conhecida pelas altas taxas de suicídio, eles pediam que, se fosse para tirá-los de lá, era melhor decretar de uma vez por todas sua dizimação e extinção total. A Justiça Federal acabou suspendendo a decisão liminar que obrigava a saída dos cerca de 170 índios de uma área da fazenda Cambará, mas ainda não há uma resolução definitiva para o problema.

Para além dos fatos concretos, das ordens judiciais e decisões políticas imediatas, parece estar por trás do caso dos Guarani-Kaiowás, como de tantos outros, uma antiga intolerância e incompreensão do pensamento indígena. “Há ainda uma insuperada distância mantida com relação às formas ameríndias de conhecer e habitar o mundo”, afirma Marta Rosa Amoroso, professora do Departamento de Antropologia da USP. (mais…)

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O suicídio dos espanhóis, artigo de Roberto Malvezzi (Gogó)*

Gisela Bajo e sua filha, menor de idade, esperam pelo despejo. Foto de M. Torres, no El País, 15/11/2012.
Gisela Bajo e sua filha, menor de idade, esperam pelo despejo. Foto de M. Torres, no El País, 15/11/2012.

[EcoDebate] No ano de 2010 estive na Catalunha com grupos solidários que apoiam a Prelazia de São Félix do Araguaia. Era um pedido do bispo Pedro Casaldáliga. A temática era a Agenda Latinoamericana daquele ano, questão das mudanças climáticas, a defesa da mãe Terra.

Um dos lugares que estive foi a Universidade de Barcelona, conversando com alunos do Professor Arcadis Oliveris. Ele é o parceiro de Juan Martinez Alier, um dos pensadores da ecologia dos pobres.

Após a conversa com seus alunos, ele nos convidou – estava com Josephina, uma das militantes do grupo Araguaia – para irmos assistir uma palestra sua para jovens espanhóis desempregados. O lugar do evento era um prédio ocupado por “jovens sem teto”.

Mas, logo na saída, próximos à Universidade, ele nos mostrou um prédio e disse: “esses prédios estão vazios. Pertencem a uma empresa cujo os donos são a família Bush e família Bin Laden”. (mais…)

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A rotina dos “apaguinhos” de energia

Heitor Scalambrini Costa*

A promessa de que o processo de privatização do setor elétrico, em particular das distribuidoras de energia elétrica favoreceria a concorrência e assim ofereceria melhor qualidade dos serviços e a modicidade nas tarifas, acabou sendo uma enorme decepção para aqueles que nutriram esperanças na transferência da gestão pública para a privada.

Hoje com as distribuidoras 100% privatizadas, a tarifa paga pelo consumidor brasileiro é uma das mais caras do mundo. E a qualidade dos serviços deteriora ano a ano com os sucessivos “blecautes” atingindo vários estados brasileiros, quer por problemas na geração, como também na transmissão da energia. A justificativa das autoridades do setor, que enxergam o consumidor como “bobo da corte”, recaem quase sempre sobre fenômenos naturais (temporal, enchentes ou seca) e/ou falhas humanas. Todavia o problema é mais grave e teve inicio nas mudanças ocorridas em 1995, quando o setor elétrico passou a ser gerido pelas leis de mercado. Hoje a falta de investimentos em novos equipamentos, na qualificação de pessoal, na fiscalização e essencialmente na gestão do sistema nacional integrado são as principais causas das sucessivas interrupções no fornecimento de energia.

Além do problema que tem suas causas na geração e na transmissão, com ampla repercussão na mídia nacional e internacional, têm-se as recorrentes quedas de energia nas cidades atendidas pelas distribuidoras estaduais, penalizando o consumidor. A fiscalização deste serviço é de responsabilidade da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), que conveniada com as Agências Reguladoras Estaduais é quem deveriam monitorar a prestação dos serviços das concessionárias estaduais. (mais…)

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Perú: Guardianes de las lagunas de Cajamarca denuncian engaño del gobierno sobre Conga

Servindi, 15 de noviembre, 2012.- El programa virtual Radicales Libres, de Lamula.pe entrevistó ayer a representantes de los denominados “Guardianes de las Lagunas” que resguardan las lagunas que serían destruidas por el proyecto minero Conga de la empresa Yanacocha, en Cajamarca.

Aproximadamente cien guardianes se encuentran en la capital del Perú efectuando diversas demostraciones de protesta y demandando la solidaridad ciudadana.”Preferimos morir a bala que a morir contaminados por la minería” expresaron. (mais…)

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Nota de Repúdio da COIAB contra os atos da Policia Federal, durante a “Operação Eldorado” ocorrido na Terra Indígena Kayabi

A Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (COIAB), organização que representa e é a principal articuladora dos povos indígenas da  Amazônia Brasileira, criada para defender, promover, ampliar e lutar por direitos destes povos, vem a público DENUNCIAR o massacre aos povos Munduruku, Kayabi e Apiaka, e MANIFESTAR VEEMENTE sua indignação e repúdio contra os atos da Policia Federal, durante a denominada “Operação Eldorado” ocorrido nos dias 05 a 09 de novembro na Terra Indígena Kayabi, no norte do Mato Grosso e sul do Pará , atividade que teve como objetivo a retirada do garimpo ao longo do rio Teles Pires.

O conflito ocorrido no dia 7 de novembro, envolvendo indígenas do povo Munduruku da Aldeia Teles Pires e a Polícia Federal, é mais uma matéria regulada pelo desrespeito e violência aos povos indígenas. Após um longo período de opressão sofrido pela população brasileira em decorrência de governos ditatoriais, a Constituição de 1988 entabulou diversos direitos e garantias fundamentais que, em sua primeira dimensão, servem como limites a atuação estatal frente aos cidadãos. Afirmamos que neste processo, os povos que habitam esta região não tiveram seus direitos garantidos e respeitados.

Esta operação teve característica truculenta, com conflitos; agressões; vários indígenas do Povo Mundurukú gravemente feridos; crianças, idosos e mulheres ameaçados e humilhados, e um indígena ASSASSINADO. (mais…)

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Petrobrás quer plantar cana no Semiárido

A Petrobras Biocombustível vai iniciar as análises de solo e clima no Semiárido brasileiro para produção de cana-de-açúcar

Revista O BERRO

A região tem prioridade de investimentos do governo federal, motivados, principalmente, pelo sistema de irrigação agrícola. Técnicos da empresa estatal visitaram os perímetros irrigados de Pontal (PE) e Baixio de Irecê (BA), na região do Vale do São Francisco, para iniciar a prospecção e montar relatórios à cúpula, que decidirá os investimentos futuros. Pelo Ministério da Integração Nacional serão contemplados 200 mil hectares para irrigação. Desse total, 125 mil vão ser destinados à plantação de cana-de-açúcar para a produção de etanol.

A atuação da Petrobras Biocombustível será feita por meio de usinas parceiras, como a Guarani. O programa de irrigação na região deve alcançar R$ 5 bilhões por meio de PPPs (parcerias público-privadas). Entre as empresas envolvidas está a Cutrale, que deve plantar laranja na região para exportação de suco. A região oferece estabilidade climática, como alta incidência de luz solar e chuvas concentradas em poucos meses do ano, impedindo inclusive a proliferação de doenças como a ferrugem alaranjada. Segundo dados do governo, a produtividade por hectare de cana no semiárido chega a 200 toneladas.

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Enviada por Ruben Siqueira.

http://www.revistaberro.com.br/?materias/ler,1992

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Consumo de etanol e biodiesel deve triplicar

O consumo mundial de etanol e biodiesel vai mais que triplicar nas próximas três décadas

Da Redação

Projeção apresentada ontem pela Agência Internacional de Energia (AIE) mostra que a demanda diária saltará para o equivalente a 4,5 milhões de barris por dia em 2035. Entre as razões está o consumo nos Estados Unidos, que vai mais que dobrar, e também o surgimento de novos clientes. Até lá, China e Índia devem, juntos, consumir o equivalente a 700 mil barris de etanol por dia.

O World Energy Outlook 2012 apresentado ontem em Londres traz uma boa notícia para os produtores de combustíveis renováveis, como o Brasil. Segundo a entidade, o consumo de etanol e biodiesel crescerá com mais velocidade nas próximas décadas.

Em 2010, a demanda mundial por etanol, por exemplo, equivalia a cerca de 1 milhão de barris por dia. Em 2035, será de 3,4 milhões de barris. O aumento virá de vários países. Nos EUA, o volume aumentará de 600 mil barris para 1,4 milhão por dia. A Europa, que praticamente não consumia etanol em 2010, vai precisar de cerca de 200 mil barris por dia em três décadas.

Entre os emergentes, o consumo brasileiro deve saltar de 300 mil barris por dia para 800 mil em 2035. Até a Ásia, cujo consumo atual nem sequer aparece nos dados da AIE, deve passar a ser um cliente importante, com demanda de 700 mil barris em 2035, sendo 500 mil da China e 200 mil da Índia. (mais…)

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Canal Saúde da Fiocruz: A pesca na Baía da Guanabara

O lançamento de esgoto sem tratamento e os resíduos tóxicos da exploração de petróleo têm trazido sérios problemas para os que dependem da pesca na Baía da Guanabara. Conversam sobre o tema o pesquisador do CESTEH/Fiocruz, Hermano Castro, o presidente da Ahomar, Alexandre Anderson e o chefe de gabinete da FIPERJ/SEDRAP, Benito Igreja Júnior.

http://www.canal.fiocruz.br/video/index.php?v=a-pesca-na-baia-da-guanabara

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