Rede de prostituição ataca com falsas promessas crianças e adolescentes no Amazonas

Documentos relatam casos de aliciamento até nas dependências de uma igreja evangélica de Iranduba. Grupo identificado como ‘Fênix’ atrai vítimas com falsas promessas e as deixa em ‘casas de massagem’ de Manaus

Francisca Farias chora o desaparecimento da filha, Raquel, que no último contato se limitou a dizer que alguém havia prometido viagens e equipamentos eletrônicos. O pai já pensou em suicídio (Euzivaldo Queiroz).

Náferson Cruz, A Crítica

Uma rede de prostituição identificada como  grupo “Fênix” está recrutando adolescentes e crianças no município de Iranduba (a 25 quilômetros de Manaus) para trabalhar em  prostíbulos da capital amazonense. Nos últimos 40 dias, oito casos foram registrados na 31ª Delegacia Interativa de Polícia (DIP).

Nesta quarta-feira (24), o jornal A CRÍTICA teve acesso com exclusividade a documentos que relatam o esquema, com casos de aliciamento até nas dependências de uma igreja evangélica de Iranduba.

Segundo uma das vítimas, Renata Silva, 14, (nome fictício), foi no templo religioso que a vida dela começou a virar de cabeça para baixo. Durante os cultos, a adolescente era constantemente seduzida com oferta de emprego em “casa de família”, mas acabou  numa casa de prostituição em Manaus.

Conforme a adolescente, uma mulher identificada apenas como “Samara” dizia a ela que o emprego era para  cuidar de uma criança no bairro Alvorada, Zona  Centro-Oeste. A menina recusou. “Todas as vezes que ia ao banheiro da igreja, “Samara” me acompanhava para dizer que meu lugar não era ali”, contou.

Sem êxito nas investidas, “Samara” marcou um encontro com Renata Silva para supostamente conversar sobre “problemas pessoais”. Chegando ao local combinado, próximo à praça dos Três Poderes, no Centro de Iranduba, Samara pediu que a adolescente entrasse no carro e juntas seguiram até o restaurante Canoeiro, onde dois homens não identificados as aguardavam.

“Lá ela disse a eles: ‘Agora é com vocês. Ela está entregue’. Em seguida, me disse para não reagir, pois estavam armados e que se fizesse isso me matariam”, lembrou a adolescentes. “Mas eu reagi com gritos e um dos homens colocou um lenço no meu nariz e desmaiei”, completou.

A adolescente ainda contou que foi levada à um sítio e depois a uma casa de prostituição, próxima a um hotel em Manaus, onde identificou inúmeras crianças e adolescentes que pediam ajuda para sair do local.

“Eram vários quartos e cheguei a presenciar crianças fazendo sexo com adultos. Elas choravam bastante, então passei a gritar foi quando novamente a Samara apareceu para me acalmar e me deu um copo de suco e fiquei desacordada”, disse a adolescente bastante chocada.

Enviada por José Carlos para Combate ao Racismo Ambiental.

http://www.ejornais.com.br/jornal_a_critica.html

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