Fecundidade: 60% das mulheres com mais de dez anos têm filhos no Amazonas

Conforme o IBGE, o número de mulheres é fruto do último censo realizado pelo órgão, no ano de 2010. As 1.359.319 mulheres representam um aumento de 32,6% em relação a 2000. Mas, proporcionalmente as mulheres continuam representando 48,8%

A Crítica

Cerca de 60% das mais de 1,3 milhões de mulheres com mais de dez anos residentes no Amazonas já tiveram um ou mais filhos, segundo pesquisa divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O percentual representa 803,3 mil mulheres as quais tiveram 2.860 milhões bebês, dos quais 3,6 nasceram mortos, ou, 102.078.

Conforme o IBGE, o número de mulheres é fruto do último censo realizado pelo órgão, no ano de 2010. As 1.359.319 mulheres representam um aumento de 32,6% em relação a 2000. Mas, proporcionalmente as mulheres continuam representando 48,8%. O percentual de mulheres que declararam ter tido filhos é equivalente ao de 2000: 59,4%.

O número de filhos tidos pelas mulheres amazonenses no período de doze meses foi de 71.124 crianças. Esse número é uma das partes que integram o calculo da taxa de crescimento da população.

As mulheres de dez anos ou mais que tiveram filhos nascidos vivos, eram 800.659. A maioria (23,8%) declarou só tertido um filho. O Segundo maior grupo estava entre àquelas que tiveram apenas dois filhos (23,4%).  O Censo constatou que no Amazonas é cada vez menor o percentual de mulheres com três filhos ou mais.

Em 2000, o grupo que tinha tido três ou mais filhos era de 59.2%. Já em 2010, este percentual representou 52.6%. Por outro lado, as mulheres que declararam ter tido seis ou mais filhos em 2000 eram 23,7%, já em 2010 caiu para 17,4%. Uma queda de 6,3% em apenas dez anos. Indicando assim a redução no numero de filhos por mulher e consequentemente a média de pessoas por família.

Zona rural

Comprovadamente as mulheres da zona rural têm mais filhos. Enquanto nas cidades em 2010 aquelas que tiveram três ou mais filhos foram 49,7%. Na zona rural este percentual foi de 67,9%;

Os dados demonstram que quanto menor é o nível de instrução maior é o número de filhos que as mulheres têm.  Entre àquelas sem instrução ou com ensino fundamental incompleto, 30% tiveram mais de seis filhos.

Neste grupo, aquelas que tiveram três filhos ou mais chegam a somar 69,4%. À medida que vai aumentando a escolaridade, vai diminuindo a quantidade de filhos. Entre mulheres com ensino fundamental completo e ensino médio incompleto, a maioria 28,6% optou por ter apenas um filho. Já entre aquelas com ensino médio completo e superior incompleto o percentual foi 34,7%. Em maior percentual, as mulheres com ensino superior completo chegavam a 35,3 com apenas um filho e 33% com apenas dois.

Em 2000, 14,3% das mulheres amazonenses na faixa de 20 a 24 anos, admitiram já terem tido filhos. Em 2010 este percentual caiu para 11%. Em 2000 o maior percentual de mulheres que tiveram filhos estava na casa dos 25 a 29 anos (14,9%). Já em 2010 o maior percentual pertencia àquelas do grupo de idade de 30 a 34 anos (14,4%). Dessa forma se percebe que as amazonenses estão deixando para ter filhos numa idade mais avançada. Motivadas por circunstâncias que podem ser de ordem econômica ou social.

Entre as amazonenses que tiveram filhos nascidos vivos. Era grande o numero e a proporção daquelas que se declararam solteiras. Só este grupo era responsável por 429.000 pessoas ou 53,6% do total. O segundo grupo era formado pelas casadas que representavam 285.000 pessoas ou 35,7%. O dado indica um desajuste social e coloca o Estado na segunda posição no ranking das mães solteiras no Brasil. Este é um indicador que leva a diversos problemas sociais a partir do desajuste familiar.

Migração

Contando os imigrantes que aqui moravam e os emigrantes que moravam em outros estados, sobram 153.094 pessoas em favor do Amazonas.  Nesta equação, o Estado é penúltimo na Região Norte. Indicando que proporcionalmente o amazonense não emigra tanto.

O Amazonas possuía em 2010 um contingente de 333.950 pessoas não naturais, aquelas que não nasceram aqui. Este número representava 9,5% do total de moradores do Estado. A maior colônia de imigrantes era formada pelos paraenses com 146 mil pessoas (43,7%). O segundo maior grupo era de maranhenses com 31.355 pessoas (9,4%). E o terceiro eram os cearenses com 30.366 pessoas (9,1%). Cerca de 126.000 pessoas (37,8%) vieram de outros estados do país. A colônia de maranhenses passou a ser a segunda maior no Estado, superando os cearenses que tradicionalmente ocupavam esta posição. Cariocas e paulistas têm participação de 0,33% e 0,30% respectivamente.

O Censo 2010 verificou que havia 180.856 amazonenses morando em outros Estados brasileiros: 19,8% em Rondônia, 15,6% no Pará, 13,4% no Acre e 51,3% em outras Unidades da Federação. Na Região Norte, o Amazonas é o terceiro estado que mais possui emigrante, ficando atrás do Pará com 715 mil e Tocantins com 267 mil pessoas morando fora de seu estado de nascimento.

Uma amostra da diminuição da migração para o Amazonas é o número de pessoas que residiam há menos de 10 anos no Estado. Em 2000 este número foi de 164.060 pessoas. Já em 2010 o mesmo indicador informa que o numero caiu para 152.904. Uma redução de -6,7% em uma década.

Os imigrantes internacionais em 2010 somavam 6438. Um aumento de 74% em relação a 2000 quando foram registrados 3.688 estrangeiros aqui morando.

Com menos de cinco anos de residência no Amazonas, havia em 2010, 95.505 imigrantes. Destes, apenas 19,8% estavam aqui cinco anos antes do Censo de 2010. Embora em número pequeno, é importante destacar que a maioria deste grupo chegou nos últimos anos.

Família

Ainda prevalece entre os amazonenses o costume de morar com os pais e familiares mesmo após formar uma nova família ou tornar-se independente. O Censo de 2010 mostra que 28% das famílias convivem juntas a outra.

O número de componentes nas famílias vem reduzindo gradativamente. Em 2010 a maioria das famílias amazonensespossuíam entre2 e 3 pessoas (44%). Com quatro ou cinco componentes era 38%. E acima de seis pessoas na família representava 18%.

Esta é uma tendência crescente entre as famílias. Motivadas por fatores sociais e econômicos que as levaram a repensar a tradição de uma “casa cheia” que havia no passado, onde as mesas tinham oito, dez e até doze lugares. Definitivamente está estabelecido o costume de famílias pequenas.

A presença marcante da mulher como responsável pela família definitivamente se estabeleceu em 2010. No Censo anterior, a condição de responsável da mulher era de 27,4% do total de chefes de família. Já em 2010, este percentual alcançou 41,2%.

Os motivos podem ser creditados a uma mudança de valores relativa ao papel da mulher na sociedade e a fatores como o ingresso maciço no mercado de trabalho e o aumento da escolaridade em nível superior, combinados com a redução da fecundidade. Ainda há também um grande número de mulheres obrigadas a assumir a liderança doméstica por conta de separações.

Domicílios

O número de moradias edificadas em alvenaria vem crescendo nos últimos anos. Em 2010 alcançou 416 mil, equivalente a 52% do total. O outro grande grupo é formado por edificações construídas com madeira aparelhada com 256 mil ou 32% do total. Ainda existe em todo Estado aproximadamente 51 mil domicílios com paredes construídas de material inadequado como:  taipa, madeira aproveitada, palha e outros materiais.

Havia em 2010 em torno de 723 mil domicílios com rendimentos. O valor médio do rendimento nominal mensal desses domicílios foi de R$2.431,26. Já o rendimento mediano ficou em R$1.200,00.

O rendimento nominal mensal domiciliar per capita, que é divisão do rendimento nominal mensal domiciliar pelo número de moradores do domicílio particular;estava muito concentrado no intervalo de mais de 1/4 a 2 salários mínimos (61%) ou 486.691 domicílios.  Já aqueles com rendimento nominal mensal domiciliar per capita com mais de cinco salários mínimos representavam 4% ou 31.900 domicílios. Os sem rendimentos somavam 75.800 domicílios, que inclui inclusive aqueles que recebiam somente em benefícios (moradia, alimentação etc.).

Sem entrar no mérito da qualidade e assiduidade no fornecimento. Cerca de 80% dos 799.357 domicílios do Estado possuíam rede de agua canalizada. Destes, 90% tinham acesso ao precioso liquido dentro de casa. Já 10% a possuía apenas no terreno ou propriedade onde estava localizada sua moradia.

Considerou-se como banheiro o cômodo que dispunha de chuveiro (ou banheira) e vaso sanitário (ou privada) e de uso exclusivo dos moradores, inclusive os localizados no terreno ou na propriedade.

Nesse aspecto, em todo estado 77,2% dos domicílios possuíam banheiro. Já para sanitário considerou-se como o local limitado por paredes de qualquer material, coberto ou não por um teto, que dispunha de vaso sanitário ou buraco para dejeções. Neste grupo havia 17,6% dos domicílios particulares permanentes. Mais um indicador que dá a dimensão das carências de saneamento por que passa a população do Estado.

Casas e apartamentoslideravam a preferencia para o aluguel. Haviam em todo Estado 114.543 domicílios alugados. E,com base o salário mínimo deR$510,00, o Censo verificou que no Amazonas a maioria dos domicílios alugados pagava de um quarto a meio salario mínimo por mês (42,5%).  O segundo maior contingente de imóvel alugado pagava o valor de mais de meio a um salário mínimo (37,3%). Ambos os valores indicam quea maior concentração de aluguel está no grupo das pessoas com renda mais baixa. Portanto, mais suscetíveis a pagar aluguel.

Do total de 799.357 domicílios particulares permanentes existentes no Estado, 22% era adequado a moradia, ou seja, domicílio com abastecimento de água por rede geral, esgotamento sanitário  por rede geral ou fossa séptica, coletas de lixo direta ou indireta e com até dois moradores por dormitório.

Outros 67% eram semi-adequados, aqueles domicílios com pelo menos uma condição adequada. E 10% eram inadequados, que são domicílios sem nenhuma das condições de adequação consideradas.

Nesta ultima condição estão 81.975 domicílios em todo Estado e moram neles 530.381 pessoas sem nenhuma condição de adequação de moradia. Na comparação com o Censo anterior, houve um sensível aumento no percentual de moradias semi-adequadas passando de 59,4% em 2000 para 67% em 2010. Já o percentual de moradias inadequadas melhorou, passando de 18% em 2000 para 10% em 2010.

Enviada por José Carlos para Combate ao Racismo Ambiental.

http://acritica.uol.com.br/manaus/mulheres-Amazonas-filhos-Amazonia-Manaus-IBGE-Fecundidade_0_793720693.html

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