Indígenas, professores e camponeses sem terra realizam nesta quinta-feira (11) manifestações para exigir ao governo paraguaio o atendimento de suas reivindicações em distintas mobilizações pelas ruas de Assunção
Prensa Latina
Os professores da capital fazem sua concentração em uma praça central da cidade e junto a contingentes que chegam do interior marcharão até o Congresso Nacional para protestar contra um calendário escolar que já foi rechaçado por seus 14 sindicatos.
Segundo informaram, o novo calendário desconhece seus direitos à mobilização e à greve, pois só autoriza levá-las adiante em domingos e feriados, o que cerceia seus direitos constitucionais.
Igualmente, exigem que os legisladores aprovem de uma vez por todas o aumento orçamentário destinado a saldar dívidas do setor, entre elas as referentes ao cumprimento da escala, os benefícios por maternidade , o pagamento do salário mínimo e outros.
Na Praça de Armas, diante do Parlamento, já estão concentradas numerosas famílias de camponeses sem terra chegados de Nhacunday, no departamento do Alto Paraná, os quais, depois de 13 anos vivendo em tendas, decidiram iniciar uma greve de fome pedindo terras para trabalhar.
De acordo com as organizações camponesas, o número de grevistas aumentará se as suas reivindicações não forem atendidas pelo governo, ao qual acusam de descumprir os compromissos assumidos.
Paralelamente, o Movimento dos Povos Originários do Paraguai levará a cabo a Marcha da Dignidade dos Povos Indígenas exigindo terra, saúde e dignidade e reivindicando aos governantes o cumprimento do compromisso de criar políticas públicas para essas comunidades.
La marcha, que partirá da sede da Central Nacional dos Trabalhadores, depois de paradas no Instituto Paraguai do Indígena e Procuradoria Geral do Estado, terminará junto ao Congresso como as demais manifestações citadas.
Os indígenas rechaçam a utilização de sementes transgênicas e exigem para o plantio o uso de sementes nativas, o fortalecimento do setor da educação, o reconhecimento legal das comunidades e o respeito à terra, entre outras demandas.
O encontro na mesma praça do Congresso de professores, indígenas e camponeses sem terra é fato inédito na atual situação paraguaia.
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