Fonte: Diário do Pará
Agricultores assentados no Projeto de Desenvolvimento Sustentável (PDS) Virola-Jatobá, em Anapu, oeste do Pará, denunciam que estão sendo ameaçados por homens que buscam reaver máquinas e equipamentos apreendidos durante o mês de setembro em operação desencadeada pelo Incra e Ibama para conter o desmatamento ilegal nas áreas de PDS. Três moradores do local já teriam pedido proteção policial contra ameaças dos desmatadores.
Os agricultores e cooperativa de assentados devem divulgar nesta segunda-feira uma carta apelo a ser enviada a autoridades, no sentido de expor o risco que tantas máquinas, equipamentos e madeiras apreendidos estejam sob “guarda” do PDS que não tem poderes de polícia. E que fazer dos locais área depósito sem adequada custódia representa tanto risco de “retiradas” à força como ameaças às comunidades.
Os moradores denunciam ameaças feitas pelos homens a mando dos desmatadores, de incendiar galpões do PDS, ou destruindo provas. Os moradores do PDS estão mantendo plantão na “guarita” do PDS Virola Jatobá.
Os equipamentos e máquinas foram apreendidos nos dias 18 e 19 de setembro em operação do Incra e Ibama, que detectaram exploração ilegal de madeira na região correspondente aos antigos lotes da Gleba Belo Monte , ambos já incorporados ao PDS Anapu III e IV.
A equipe encontrou máquinas pesadas fazendo o arraste de toras na floresta. Na operação foram apreendidos três tratores de esteira com lâmina, modelo D-60, sendo que dois estavam avariados; três motosserras; dois tratores skidder (próprios para o arraste de troncos pela mata); duas carregadeiras e um caminhão Cargo. A madeireira que realizava o desmatamento ilegal é de Moju.
O Incra havia solicitado apoio à PM local, mas a segurança não foi garantida. Na operação, a equipe do Incra produziu um relatório encaminhado ao Ministério do Desenvolvimento Agrário informando ser necessária a instauração de inquérito para apurar a autoria dos crimes e impedir que as máquinas apreendidas retornem às mãos dos donos.
Além disso é solicitado apoio à permanência da equipe do Ibama, com a proteção adequada, na região por, pelo menos, 30 dias, a fim de averiguar a extensão dos danos ambientais e impedir que a madeira cortada seja levada pelos criminosos e que haja o reforço da estrutura do Grupo de Trabalho Incra/Anapu de modo a viabilizar o assentamento de famílias na face norte do PDS Virola-Jatobá, para que haja vigilância quanto a entrada de agentes estranhos ao Projeto.