Ocupa Pescadores do Xingu!

Com informações de Antônia Melo, Movimento Xingu Vivo Para Sempre

Desde dia 16/09, domingo,  um grupo de pescadores da Côlonia Z 59 e Associação dos Pescadores de Peixes Ornamentais, ocupam a área de pesca no rio junto as ensecadeiras (barragens provisórias, construídas com terra e areia para desviar parte do fluxo do rio) do Sítio Pimental, respaldados no documento de licença do Ibama. O movimento cresce e já são mais de 60 pescadores que hoje já impediram a saída da balsa e fizeram parar 150 trabalhadores do local na obra de Belo Monte. (mais…)

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Homenagem pelo aniversário de Paulo Freire

Do Instituto Paulo Freire (IPF) de São Paulo

O que nos torna mais humanos?

Quem tanto nos ensinou sobre isso, Paulo Freire, completaria hoje, 19 de setembro de 2012, 91 anos.

“Sonhar não é apenas um ato político necessário, mas também uma conotação da forma histórico-social de estar sendo de mulheres e homens. Faz parte da natureza humana que, dentro da história, se acha em permanente processo de tornar-se… Não há mudança sem sonho como não há sonho sem esperança…” (Paulo Freire, Pedagogia da Esperança, 1992, p.91-2).

http://www.paulofreire.org/91-anos-paulo-freire#more-4107

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No Xingu, indígenas convivem com a incerteza

O índio José Arara, 65 anos, aponta o leito do rio, com pedras salientes e perigosas e diz, num tom de desabafo. “Tampando o rio, como é que nós vamos ficar? Não digo por mim, que já estou quebrado da idade, mas e os meus filhos, netos, sobrinhos?”. O velho índio Juruna, da aldeia Paquiçamba, teme o futuro que será imposto à aldeia com a barragem do rio Xingu. A reportagem é publicada pelo Diário do Pará.

Naquele trecho, o rio deve secar. Há descontentamento entre os índios em relação ao que pode vir a ser uma compensação pelo modo de vida interrompido com a construção da usina hidrelétrica de Belo Monte. Para os índios, o consórcio Norte Energia, responsável pela obra, está falando “língua de branco”, ou seja, não confiável até agora.

“Prometeram muito e cumpriram pouco”, resume o cacique Manoel Juruna. “Mas, no fim, o que a gente sabe é que não tem dinheiro que compense a destruição que estão fazendo e vão fazer. Se por acaso a barragem sair e o rio secar, o peixe vai morrer”, diz. A aldeia Paquiçamba fica às margens do rio Xingu. E se o rio ainda não secou, algo já vem secando. O número de moradores da aldeia. Atualmente não chegam a 19 famílias, espalhadas em casas de madeira, alvenaria e palha.

A pesca tem se tornado mais difícil. “Quase não tem mais peixe”, reclama Jerciléia ‘“Labirininha”, encostando a canoa, junto ao filho pequeno, às margens do rio. Voltara de mãos vazias. Nenhum peixe, nenhum marisco, foi o resultado de uma tarde de pescaria. Jerciléia seria socorrida pela chegada de um grupo de índios jovens, que chegaram com mais de cinco tracajás. Ela recebe um para a janta. (mais…)

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Como o agronegócio disputa corações e mentes

Estudo analisa construção da campanha “Sou Agro” e sua tentativa de identificar latifúndio como algo associado à cultura brasileira

Lima Duarte e Giovanna Antonelli na imagem da campanha SouAgro

Na Página do MST

No ano de 2011 começou a ser veiculado nos meios de comunicação de massa brasileiros a campanha Sou Agro, um movimento articulado pelo agronegócio que visava criar uma imagem positiva do setor, ao associar tal modelo de produção agrícola como algo de mais moderno já criado no âmbito da agricultura, com alto grau de produtividade, respeito ao meio ambiente, etc, além de procurar conectá-lo com o dia a dia da sociedade, em geral.

E é dentro deste tema, que a professora Regina Bruno, doutora em Sociologia pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) analisa, por meio do artigo Movimento Sou Agro: marketing, habitus e estratégias de poder do agronegócio, tal estratégia do agronegócio junto aos grandes conglomerados de comunicação, com a finalidade de se criar um imaginário social longe de corresponder com a realidade deste modo de produção. (mais…)

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Um mundo sem regras, por Zygmunt Bauman

O que realmente está em jogo é a “liberdade de escolher o que é certo para você” – para você, e não “para os outros” – ou como compartilhar o planeta e o espaço com esses outros. A opinião é do sociólogo polonês Zygmunt Bauman, em artigo publicado no jornal La Repubblica. A tradução é de Moisés Sbardelotto.

Eis o texto.

“Quem disse que devemos seguir as regras?”. A pergunta aparece com grande destaque no topo do site locationindependent.com. Imediatamente mais abaixo, é sugerida uma resposta: “Você está cheio de seguir as regras? Regras que impõem que você se encha de trabalho e ganhe um punhado de dinheiro que lhe permite ter uma casa e um empréstimo imponente? E trabalhar ainda mais duramente para pagá-lo, até o momento em que você terá amadurecido uma bela aposentadoria […] e finalmente poderá começar a desfrutar a vida? Essa ideia não nos agradava – e se também não agradava a você, vocês está no lugar certo”.

Lendo essas poucas palavras, não pude deixar de recordar uma velha piada que circulava na época do colonialismo europeu: enquanto passeia tranquilo pela savana, um inglês que veste os irrenunciáveis símbolos de um cargo colonialista, com um grande elmo militar, embate-se com um indígena que ronca tranquilamento à sombra de uma árvore. Tomado de indignação, embora mitigada pelo senso de missão de civilidade que o levou a essas terras, o inglês acorda o homem com um chute, gritando: “Por que tu desperdiças o teu tempo, preguiçoso, vagabundo, não-faz-nada?”. “E o que mais eu poderia fazer, senhor?”, rebate o indígena, claramente interdito. “É pleno dia, tu deverias trabalhar!”. “Por quê?”, replica o outro, cada vez mais indignado. “Para ganhar dinheiro!”. E o indígena, no cúmulo da incredulidade: “Por quê?”. “Para poder repousar, relaxar, gozar o ócio!”. “Mas é exatamente o que eu estou fazendo!”, acrescenta o homem, ressentido e enjoado. (mais…)

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Comissão da Verdade fecha o cerco contra agentes da ditadura

Resolução publicada no Diário Oficial da União delimita o foco da Comissão às violações cometidas por agentes públicos, pessoas a seu serviço, com apoio ou no interesse do Estado, afastando a hipótese de investigação dos grupos que combateram, ainda que com violência, os regimes ditatoriais. “A decisão é absolutamente correta. Tem que se investigar quem provocou e quem fez a ditadura”, aponta a deputada Erika Kokay

Vinicius Mansur

Brasília – A resolução número 2 da Comissão Nacional da Verdade (CNV), publicada no Diário Oficial da União nesta segunda-feira (17), definiu que o trabalho deste colegiado deverá se ater às graves violações de direitos humanos praticadas “por agentes públicos, pessoas a seu serviço, com apoio ou no interesse do Estado”. Dessa forma, a CNV afasta a hipótese de – e as pressões para – investigar grupos que combateram, ainda que com violência, regimes ditatoriais entre 1946 e 1988.

“A decisão é absolutamente correta. Tem que investigar quem provocou e quem fez a ditadura. Não se pode fazer confusão – uma velha tática daqueles que oprimem – para transformar vítimas em algozes”, disse a deputa e integrante da Comissão da Memória, da Verdade e da Justiça da Câmara, Erika Kokay (PT-DF).

Para a deputada, aqueles que pediram a investigação dos grupos que resistiram ao autoritarismo e que estão dizendo que a CNV será “um filme de mocinho e de bandidos” são os mesmos que negam a existência da ditadura. “Negam a própria história, não querem a verdade e não querem que o país conheça a sua própria história”, disse.  (mais…)

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Por trás de Belo Monte, o ouro?

Estudo inédito sugere: construção da usina pode abrir caminho para exploração do mineral em terra indígena. Ação favoreceria grupo canadense, possivelmente associado a Eike Batista

Por Telma Monteiro, no Correio da Cidadania

Pode-se começar essa história ainda no Estudo de Impacto Ambiental/Relatório de Impacto Ambiental (EIA/RIMA) de Belo Monte no capítulo que fala dos direitos minerários na região da Volta Grande do Xingu. Nele consta que há 18 empresas, entre elas a Companhia Vale do Rio Doce (requerimento para mineração de ouro), com requerimento para pesquisa, 7 empresas com autorização de pesquisa e uma empresa com concessão de lavra (CVRD, concessão para extração de estanho) na região onde estão construindo Belo Monte.

Eram, na época de realização dos estudos ambientais, 70 processos incidentes sobre terras indígenas que têm 773.000 hectares delimitados, dos quais 496.373 hectares são alvo de interesses para extração de minério, representando 63% do território indígena. Empresas como a Companhia Vale do Rio Doce, Samaúma Exportação e Importação Ltda., Joel de Souza Pinto, Mineração Capoeirana, Mineração Guariba e Mineração Nayara têm títulos minerários incidentes na Terra Indígena Apyterewa. Ainda tem muito mais. (mais…)

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MP investiga se incêndios em favelas de São Paulo estão relacionados a interesses econômicos

São Paulo – Moradores da favela do Moinho iniciam a limpeza do terreno onde ficavam os barracos atingidos por incêndio, ocorrido na manhã de 17/9, que causou a morte de uma pessoa e deixou cerca de 50 famílias desabrigadas. É a segunda vez em menos de um ano que a comunidade, erguida sob o Viaduto Orlando Murgel, é atingida por um incêndio. Foto de Marcelo Camargo/ABr

Camila Maciel, da Agência Brasil

O Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público do Estado de São Paulo (MP-SP) investiga se há origem comum entre os incêndios em favelas paulistanas, por suspeita de que estejam sendo provocados por grupos interessados em tirar vantagem econômica dos terrenos. A declaração foi dada ontem (18) à Agência Brasil pelo promotor da área de Habitação e Urbanismo José Carlos Freitas. (mais…)

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A verdade na prateleira

Para se conseguir um documento no Arquivo Público do Rio de Janeiro é uma luta

Denise Assis

Veio a calhar o pedido do ministro e presidente da Comissão da Verdade, Gilson Dipp, para que o governador Sérgio Cabral crie uma comissão com este caráter no Rio. Como se pode observar no documento ao lado, o governador é filho de um ex-jornalista do Pasquim, publicação alternativa e de resistência contra a ditadura. Por esta atividade, considerada pelos generais como “terrorista”, Sérgio Cabral (pai) teve de descer aos porões e explicar que não era nada disto.

É possível que Sérgio Cabral Filho nunca tenha deitado os olhos em tal documento. Ou, talvez, já tenha ouvido falar dele, mas se soubesse da missa, a metade, de como obter cópia dele, caso queira, o nobre governador na certa já teria ido ver mais de perto por que o Rio está tão atrasado na organização da sua Comissão da Verdade. (mais…)

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Governo quer avaliar mina da Belo Sun

Ministério de Minas e Energia (MME) decidiu entrar diretamente nas discussões sobre o polêmico projeto de mineração de ouro que a empresa canadense Belo Sun Mining pretende instalar na região de Volta Grande do Xingu, mesmo local onde está sendo erguida a hidrelétrica de Belo Monte, no Pará.

O Valor apurou que uma reunião fechada foi convocada para hoje no ministério. Na mesma mesa estarão presentes a diretoria do consórcio Norte Energia, responsável pela construção da usina, e representantes da empresa Belo Sun. O encontro foi estendido a membros da Casa Civil e do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). As discussões deverão ser acompanhadas por Telton Elber Correa, diretor do departamento de geologia e produção mineral da Secretaria de Geologia, Mineração e Transformação Mineral do MME.

A reportagem é de André Borges e publicada pelo jornal Valor, 19-09-2012.

O objetivo da reunião é discutir de que forma o governo atuará nos dois empreendimentos – hidrelétrica e lavra de ouro – e como esses se relacionam, uma questão que, ao menos no relatório de impacto ambiental elaborado pela Belo Sun, foi absolutamente ignorada. A única citação sobre Belo Monte nas 62 páginas do relatório apresentado pela companhia canadense refere-se à possibilidade de a mineradora utilizar energia elétrica da usina para extrair ouro, quando a hidrelétrica iniciar a sua operação a partir de 2015. (mais…)

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