O Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) lança hoje (31) a pedra fundamental da construção do Centro de Formação, Educação e Pesquisa em Agroecologia e Sistemas Agroflorestais.
De acordo com informações do site do movimento, a iniciativa funcionará no pré-assentamento Jaci Rocha, que fica no município de Prado, na Bahia. A construção deste espaço é fruto da luta das famílias que ousaram ocupar áreas de eucalipto.
Nos últimos anos, o território do extremo sul da Bahia foi fortemente invadido pelas empresas produtoras de celulose, expulsando milhares de camponeses do campo e causando impactos na natureza, na cultura dos povos e na sociedade em geral.
O MST tem realizado dezenas de ocupações nas terras destas empresas, mobilizando centenas de milhares de famílias atingidas direta e indiretamente pelo monocultivo. As primeiras áreas ocupadas pelo Movimento foram as utilizadas pela Fibria Celulose, antiga Aracruz. Esta empresa tem um histórico de truculência contra movimentos sociais, indígenas e quilombolas.
Após as ocupações, a empresa negociou seis áreas para serem desapropriadas pelo Incra e pagas pelo Estado da Bahia, dando origem ao “Projeto Assentamentos Produtivos Agroecológicos”. Dentro desta lógica, a geração de renda e a diversificação da produção se unem à conservação da biodiversidade.
O Centro de Formação faz parte deste projeto e é visto pelas famílias Sem Terra como uma importante conquista. Serão assentadas cerca de 800 famílias em uma área de 12 mil hectares. O Centro em agroecologia terá capacidade para atender 200 estudantes, camponeses e da cidade.
http://www.brasil.agenciapulsar.org/nota.php?id=8851