Comissão quer apurar denúncia de massacre de índios no regime militar

Por Agência Câmara, de Brasília

A Comissão Parlamentar Memória, Verdade e Justiça da Câmara quer obter esclarecimentos sobre a denúncia do assassinato de 2 mil índios, entre os anos de 1972 e 1975, durante o regime militar.

Segundo reportagem do jornal A Crítica, de Manaus, os índios da etnia Waimiri-atroari teriam sido mortos porque eram contrários à construção da BR-174, que liga Manaus (AM) a Boa Vista (RR) e corta a área original da reserva indígena no Amazonas.

A presidente da comissão, deputada Luiza Erundina (PSB-SP), disse que vai enviar requerimentos de informação para que a Eletronorte e a Fundação Nacional do Índio (FUNAI) enviem dados sobre os índios Waimiri-atroari. A deputada criticou a ausência de representantes das duas entidades na audiência que discutiu o assunto nesta quarta-feira (9).

Erundina afirmou que não se pode esquecer a história desses índios. Para ela, é necessário localizar e punir os culpados.

Durante a audiência, o indigenista missionário Egídio Schwade informou que existem documentos do Exército que se referem a ações para “assustar” os INDÍGENAS, com o objetivo de concluir as obras da rodovia na época. Schwade disse que o regime militar ainda é um período “muito nebuloso” da história brasileira e que há fatos que precisam ser esclarecidos. “Não se pode deixar adormecer um massacre desses, tão perto”.

Na próxima quarta-feira (16), a comissão vai realizar audiência com representantes de camponeses que também sofreram com o regime militar.

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