Tema será debatido durante o 10º Seminário do Meio Ambiente e Cidadania, promovido pelo Hoje em Dia
Com a terceira maior produção agrícola do país, Minas Gerais têm grandes desafios para adequar suas plantações e cultivos em “economias verdes”, ou seja, sustentáveis. Mesmo com os atuais avanços, especialistas apontam que as dificuldades de acesso a linhas de crédito para práticas ambientais e a redução de agrotóxicos são os principais gargalos para garantir que a agricultura mineira não agrida o meio ambiente.A economia verde, um dos temas centrais da Conferência das Nações Unidas sobre desenvolvimento sustentável, a Rio+20, será debatida também em umas das mesas redondas do 10º Seminário do Meio Ambiente e Cidadania, promovido pelo Hoje em Dia. O evento mineiro será realizado em 31 de maio e 1º de junho, no hotel Mercure, em Belo Horizonte.
Palestrante confirmada para o seminário em BH, a diretora nacional da Sociedade Brasileira de Economia Ecológica, Maria Amélia da Silva, diz que, até então, as discussões do Rio+20 estão superficiais. Ela afirma que o encontro internacional não aborda quais setores serão privilegiados na mudança de uma economia “marrom”, ou seja, prejudicial ao meio ambiente, para uma sustentável.
“A proposta de uma economia verde não se restringe apenas a contrapor-se à marrom, mas chamar a atenção para a necessidade de algo mais operacional. Há grandes desafios, como o excesso de agrotóxicos na agricultura, dúvidas sobre o novo código florestal e seus impactos na proteção e uso sustentável das florestas”, afirma Maria Silva.
A ambientalista explica que a sensibilidade para a necessidade de mudança é o primeiro passo a ser dado. “Se o Rio+20 for capaz de provocar isso em termos global e nos governantes, já será uma conquista. Mas, as condições para se promover a cooperação entre o setores publico e privado são fundamentais”, diz Silva.
Segundo a analista ambiental da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Minas Gerais (Faemg), Ana Paula Mello, há uma dificuldade dos agricultores em conseguir linhas de crédito para desenvolver práticas ambientais. Porém, ela afirma que existem avanços por meio do programa nacional ABC, que já liberou mais de R$ 110 milhões, somente nesse ano, para plantações da baixo carbono.
“Sempre orientamos os produtores sobre as técnicas que devem ser adotadas e sobre a utilização de forma correta dos agrotóxicos. Há uma legislação para esses produtos que precisa ser seguida”, reforça Ana Paula Mello.
Enviada por José Carlos.