A Superintendência Regional do Incra no Rio Grande do Sul iniciou, esta semana, os relatórios antropológicos de quatro comunidades quilombolas do Estado. Profissionais contratados e servidores do Instituto realizaram, dias 11 e 12, visitas às localidades para esclarecer o processo de regularização fundiária.
O trabalho será executado pela empresa Terra Consultoria em Engenharia e Meio Ambiente, de Florianópolis (SC), que venceu a licitação realizada pelo Incra em âmbito nacional no final do ano passado. A partir das reuniões, a empresa tem até seis meses para concluir a tarefa.
Os primeiros territórios contemplados configuram o Lote 1 da licitação e abrangem as comunidades de Júlio Borges (município de Salto do Jacuí), Linha Fão (em Arroio do Tigre), Picada das Vassouras (em Caçapava do Sul) e Rincão Santo Inácio (município de Nova Palma).
Serão feitos levantamento de campo, pesquisas etnográficas, bibliográficas e documentais para a caracterização histórica, econômica, sociocultural e ambiental das comunidades. O relatório antropológico é a peça inicial do processo administrativo de regularização dos territórios quilombolas.
Expectativas
Os estudos atingirão cerca de 200 famílias quilombolas. Para José Alexandre Trindade da Silva, presidente da Associação da Picada das Vassouras, a ação reforça a mobilização que a comunidade mantém há mais ou menos uma década.
“À medida que os trabalhos vão ocorrendo, vai aumentando a credibilidade entre nós e incentiva a participação de todos. O nosso desenvolvimento esbarra na terra que não temos. Com ela poderemos concorrer a projetos de trabalho e geração de renda para que possamos permanecer na comunidade”, avalia Silva. O quilombo possui cerca de 75 famílias.
No quilombo Rincão Santo Inácio, os moradores mais antigos relembram a história da matriarca Maria Isabel Pinto, que no século XIX fugiu da cidade em busca da própria terra. Ligadas por laços de parentesco, as 55 famílias esperam regularizar a área para dela tirar o sustento.
A organização social da comunidade iniciou com apoio da igreja católica e da Emater local, as quais fizeram os primeiros levantamentos históricos, remetendo-os à formação de quilombo. Há cerca de oito anos, fundaram a Associação Vó Isabel (em homenagem à sua pioneira).
A bisneta de Vó Isabel, Jocélia Pereira, 33 anos, comenta que o espaço foi diminuindo, dificultando o trabalho na agricultura e obrigando os moradores a sair em busca de emprego.
O presidente da Associação, Flávio Moreira, 34 anos, acrescenta que o objetivo é ampliar o território, uma vez que a falta de terras é o maior problema das famílias. “Nosso objetivo é conseguir um pedaço de terra para desafogar a comunidade que está apertada e não tem onde produzir. Queremos ter oportunidade para que todos consigam trabalhar, porque hoje muitos saem de casa para ter uma ocupação que nem é tão rentável”, afirma.
http://www.incra.gov.br/index.php/noticias-sala-de-imprensa/noticias/11991-incrars-inicia-estudos-antropologicos-em-quatro-comunidades-quilombolas
Acho muito importante este projeto pois vai melhorar a vida de minha família que ainda mora lá pois falta água e todos tem que buscar longe de casa nas costas eu mesma cansei de fazer isso tomar banho e lavar roupa no rio fora isso também não tem trabalho
nasci em nova palma e me criei là no rincâo santo inàcio,sei bem os problemas que a comunidade enfrenta,meu pai mora là”assim como toda minha família,sempre que vou à passeio vejo o quanto as pessoas sofrem com o problema da agua,a sorte ainda que là perto da casa do meu pai tem um riozinho,aonde a gente pode lavar roupa e at tomar banho,mas é muito difícil mesmo,espero que esses projetos ajudem à solucionar esse problema,tà melhorando,mas ainda falta muito.