Entrevista que o sindicalista Novarck Oliveira concedeu a este blogueiro e a Emílio Azevedo para o Vias de Fato de fevereiro, a história vocês já conhecem: a edição do mês passado saiu apenas este mês etc., etc. etc., motivos de força maior que o “conselho” está buscando resolver. A versão da cabeça abaixo é ligeiramente diferente da versão impressa do jornal. Lá alguma coisa se perdeu pelas idas e vindas de e-mails entre redação, edição e revisão. Nada, no entanto, que comprometa o resultado final
No início deste ano de 2012, a Vale – antiga companhia Vale do Rio Doce – ganhou o prêmio de pior empresa do mundo. Esta anti-homenagem ocorre todos os anos, desde 2000, e é conhecida como o “Nobel da Vergonha”. A indicação foi feita por um grupo de ambientalistas e organizações sociais, formado pela Rede Justiça nos Trilhos, a Articulação Internacional dos Atingidos pela Vale, o International Rivers e a Amazon Watch. O prêmio, anunciado durante o Fórum Econômico Mundial de Davos (Suíça), é entregue por duas ONGs: Greenpeace e Declaração de Bernia. É a primeira vez que uma empresa brasileira passa por este desgosto.
Segundo as entidades, as razões para a premiação da Vale foram “as repetidas violações dos direitos humanos, condições desumanas de trabalho, pilhagem do patrimônio público e pela exploração cruel da natureza”. A eleição é feita pelo voto direto e qualquer cidadão do mundo pode votar. Do Maranhão, muita gente votou e fez campanha. Ao todo foram mais de 25 mil votos para a Vale. A empresa japonesa Tepco, responsável pelo desastre nuclear de Fukushima, ficou em segundo lugar.
Diante deste fato importante e simbólico, o Vias de Fato resolveu ouvir Novarck Silva de Oliveira, diretor de Comunicação e Política Sindical do Sindicato dos Trabalhadores em Empresas Ferroviárias dos Estados do Maranhão, Pará e Tocantins (STEFEM), uma das instituições que apóia a Rede Justiça nos Trilhos. Novarck é funcionário da Vale há 28 anos e atualmente é também diretor de Formação da Central Única dos Trabalhadores (CUT), no Maranhão.
Leitor e ouvinte voraz, Novarck frequenta regularmente as reuniões do Narcóticos Anônimos (NA) – “limpo” há 12 anos, hoje, aos 47, fuma cerca de 40 cigarros por dia, “de filtro amarelo (são mais fortes)” – e já teve um bar, assuntos que ele também aborda na entrevista concedida aos jornalistas Emílio Azevedo e Zema Ribeiro, do Vias de Fato. O paraibano de Campina Grande, torcedor do Treze daquela cidade, destaca, entre seus autores prediletos, releituras e leituras atuais nomes como Aldous Huxley, Mia Couto, Victor Hugo e Máximo Górki. Na música, entre coisas novas e outras nem tanto, tem sempre no som nomes como Ceumar, Vander Lee, Chico Buarque, Pink Floyd, Smiths, Mônica Salmaso, Scorpions, Genesis e Guns N’ Roses, entre outros. Leia a seguir a entrevista.
Vias de Fato – No governo de Fernando Henrique Cardoso operou-se um dos maiores crimes de lesa-pátria de que o Brasil tem notícia: a privatização da Companhia Vale do Rio Doce. Um plebiscito de iniciativa popular realizado em 2007, de que participaram mais de 3 milhões de pessoas, apontou para a reestatização da mineradora. A reestatização da Vale é possível ou não passa de utopia?
Novarck – Bem, este é um fato por demais batido e debatido. Nove anos após a privatização, só com os lucros daria para comprar ao preço de 1997, trinta Companhias Vale do Rio Doce; este número por si só é a prova do crime. No plebiscito, não fomos capazes de empolgar a população, pois em outras votações populares o número de votantes chegou perto da casa dos 10 milhões, no da “A Vale é nossa”, apenas três milhões e setecentos mil. Continuo defendendo que tudo que está no subsolo, em terra ou mar, fazem parte da soberania do povo; sendo do povo quem deve administrar é o estado. No caso da Vale, devido as cifras envolvidas, uma reestatização é quase impossível, porém o próprio voto da Ministra Selene, deixa claro que o prejuízo foi enorme, portanto com esta lucratividade penso ser possível um ressarcimento aos cofres públicos para minimizar as perdas cujos números reais fogem do meu imaginário.
A Vale recentemente foi vencedora do Public Eye Award, levando o título de pior corporação do mundo. A premiação anual é iniciativa de diversas organizações ao redor do mundo. Que importância têm o título da Vale para o conjunto da população que tem seus direitos violados pela companhia, não só no Brasil?
É um local interessante para a discussão dos temas mundiais, embora com a democratização da informação o número de votantes também foi pequeno – mostrando mais uma vez nossa incompetência em mobilizar a população em temas importantes. A Vale não foi parar lá por acaso, penso que foi fruto da arrogância com que o presidente da empresa, demitido em maio do ano passado, costumava tratar as comunidades, os trabalhadores, os governos… Um cara que tripudiou do presidente mais popular da história do país, que andou, na contramão na época da crise financeira internacional, virando as costas para o chamado de mostrar que já havíamos crescido e tínhamos boas soluções internas para diminuir os efeitos da crise, que não valorizou a indústria nacional, que com um lucro enorme não abriu mão de demitir empregados… Esse conjunto de fatores fez com que a aversão a empresa e seus métodos ecoassem longe, daí o fato de sua inclusão na votação e posteriormente sua “vitória”.
A queda do presidente Roger Agnelli já foi um sinal de que as relações da Vale com todos os outros atores não era salutar, acho que o resultado começou a sair antes da votação e “vitória”.
A premiação arranha a imagem da companhia ou a megacorporação transnacional não se importa com isso?
Acredito no ditado que “cachorro mordido de cobra tem medo de linguiça”, e como já havia citado, o resultado veio antes da votação, ninguém mais tolerava a arrogância, o jeito de ser da empresa, na gestão findada ano passado… a imagem capitalista estava no auge, porém a imagem de empresa responsável socialmente já estava totalmente desgastada. Os donos se importam sim com a imagem, a Vale não vai querer parar lá de novo…
A revista Caros Amigos deu duas capas seguidas, em dezembro de 2011 e janeiro de 2012, às mazelas causadas pela Vale, sobretudo na região do Piquiá, em Açailândia. As matérias assinadas pela jornalista Tatiana Merlino apresentaram um quadro trágico, em que apareciam problemas de saúde, violência e mortes. Os problemas cresceram bastante desde a privatização da empresa no governo FHC e precisam ser mais e mais conhecidos. No entanto, os meios de comunicação maranhenses têm, na Vale, uma de suas maiores patrocinadoras. A equação não fecha. Na sua opinião, o que é possível fazer para se furar esse bloqueio imposto às redações pelos departamentos comerciais?
Bem, este é um assunto delicado; a exploração e a transformação mineral sempre causaram muito mal à saúde dos trabalhadores, ao meio ambiente e as comunidades no entorno dos empreendimentos. Também é sabido que a mineração e a transformação geram empregos, o que traz consigo um grande paradoxo: sem o empreendimento não tem emprego, com o empreendimento não se tem saúde. Os grandes empreendimentos também carregam consigo outras mazelas sociais: ocupação urbana desordenada, um exército de desempregados (aqueles que construíram o empreendimento são a maioria deles). Veja só: o Presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Açailândia tem um raciocínio diverso daqueles que querem ver as guseiras bem longe daquela cidade… é uma situação de difícil definição e que cabe uma discussão profunda… se não é através das siderúrgicas poluidoras a geração de empregos naquela região, também não é na pecuária extensiva com certeza. Qual será a vocação daquela comunidade para sobrevivência no futuro? Como sanaríamos os problemas locais a partir do desaparecimento das guseiras? É possível se fazer gusa a partir de fontes limpas?
Aqui entra um outro assunto que nós gostamos muito de falar, que é o capitalismo arcaico brasileiro, que mantém os meios de comunicação sob sua guarda. Nada que seja contra o seu pensamento pode sair na grande imprensa, e quando sai é bem distorcido; atualmente não foi visto na grande imprensa nada a respeito do livro A privataria tucana do jornalista Amaury Ribeiro Jr, em que cheio de provas mostra o esquema de corrupção montado pelo PSDB em sua forma de governar. O caso do mensalão é um retrato disso, em 1997 houve uma compra enorme de votos pela reeleição do FHC, alguns foram punidos… não saiu CPI e a grande imprensa tratou o caso apenas pelos comprados, nunca pelos compradores.
Aqui no Maranhão não é diferente, os meios de comunicação estão nas mãos dos grandes daqui. É, portanto, óbvio que eles sigam os ditames do modo de se fazer informação no país.
Temos que discutir as concessões, não podem ficar a mercê de um mesmo grupo; têm que ser democratizadas; não pode estar somente no mão do grande capital, tem que estar na mão da sociedade. A concessão é publica, então tem que ter controle social, na propaganda, na programação; tem que ter controle social até na própria concessão.
Além da questão de Açailândia, em sua opinião, quais os principais problemas provocados pela Vale no Maranhão?
A Vale estatal ou não, não é o poder público; a empresa só tem este comportamento por causa do consentimento do poder público; dos governos em quaisquer esferas. Todos os nossos governantes gostam de posar ao lado de alguém da Vale. O grande problema que vejo é que a empresa do tamanho que é não trouxe incrementos a vida das sociedades, que são vizinhas de parede por onde passa a ferrovia. Mas ela só tem essa independência – ser tão rica e quem vê os seus trens passando, tão pobres – por que tem a conivência dos governos. O Maranhão é um estado que parece predestinado ao sofrimento; é ruim onde estão os grandes empreendimentos e parece ser tão ruim ou pior onde não tem os grandes investimentos. É bom lembrar que nem só da Vale vive ou sobrevive o Maranhão; tem coisa pior que chegou por aqui há mais tempo…
Qual a importância da Rede Justiça nos Trilhos para o enfrentamento aos desmandos da mineradora?
Sempre soubemos que para enfrentar o Capital, é necessário uma organização precisa dos trabalhadores, da sociedade como um todo; mesmo que esta organização não tenha recursos financeiros, se houver capacidade de articulação e seu planejamento for feito de maneira correta, essas organizações são capazes de despertar parte da população para a discussão do tema e cooptar outros parceiros. É isso que fez com que a Rede Justiça no Trilhos fosse capaz de mostrar a verdadeira cara da empresa e ter o respeito de muitas outras entidades, que a fez junto com o Green Peace colocar a Vale para ser relacionada entre as piores corporações do mundo.
Como já falei é preciso mais coisas além da Rede Justiça nos Trilhos, tínhamos que criar urgentemente a Rede Justiça no Maranhão, apontar as verdadeiras responsabilidades, e aí sim vamos encontrar todos os tipos de crime, passando pela Vale, Alumar, MMX, Castelos, Cafeteiras, Sarneys…
Qual tem sido a participação do STEFEM [o Sindicato dos Trabalhadores em Empresas Ferroviárias nos Estados do Maranhão, Pará e Tocantins, do qual Novarck é diretor] na Rede?
O STEFEM participa de todas as iniciativas que busquem discutir o bem viver da população. A entidade, embora sendo do ponto de vista legal a representante dos interesses dos trabalhadores nas discussões com os empregadores, e através dos órgãos competentes para garantir os direitos deles quando violados, tem a clareza que estes trabalhadores fazem parte da comunidade, e sofrem, portanto, de todas as dificuldades que os demais trabalhadores sofrem. Nossa participação é mais institucional, mantendo-nos sempre próximos e sempre que nos é permitido dar apoio logístico para desenvolvimento das ações. Não participamos mais ativamente pois as nossas demandas internas são enormes, e temos poucos diretores para atender as três ferrovias em que temos trabalhadores representados: São Luís – Teresina (Transnordestina Logística); Ferrovia Norte-sul (Vale Logística Integrada) e Estrada de Ferro Carajás (Vale S/A). Digo mais: por sermos uma entidade de classe as prioridades de presença estão sempre nas questões institucionais.
Você é sindicalista há vários anos. Qual a sua avaliação sobre o atual momento do movimento sindical no Brasil e, particularmente, no Maranhão? Piorou muito?
O movimento sindical brasileiro passa por uma transição, iniciada com a volta do liberalismo nos anos 80 na Inglaterra (greve dos mineiros – Margareth Thatcher) e nos EUA (greve dos controladores do voo – Ronald Reagan). No Brasil o escancaramento acontece em 1997 (greve dos petroleiros – FHC). Ali estava o marco final da implantação do neoliberalismo no país; daí vem a reestruturação produtiva, a precarização dos empregos, a retirada de direitos – junte-se a isso a recessão em que o país estava mergulhado, foi uma época difícil, pois no sistema capitalista os sindicatos se fortalecem quando os tempos são de fartura. Em 2002, com a eleição do Lula, passamos por outro grande problema, nossos grandes quadros foram, de certa maneira, cooptados pelo governo, para dele participar. Estamos num momento de transição em formação de novas lideranças, que precisam se adaptar ao novo momento da economia global, atendendo às novas demandas – atendimento às minorias, um modelo de educação que atenda as necessidades da sociedade e não do capital, um modelo econômico que possa enfrentar o modelo atual (fortalecimento da economia solidária), inclusão e igualdade nos postos de trabalho sem discriminação de raça ou gênero e aí por diante.
As imposições do capital para que se instale em algum rincão no mundo globalizado é o nosso principal desafio; a nova agenda do sindicalismo inclui as redes mundiais de trabalhadores, pois é esse o único meio de garantir para os trabalhadores de determinada empresa, ramo ou setor um mínimo de igualdade nas condições de trabalho, impedindo dessa maneira que o capital se implante onde as condições de trabalho sejam as mais favoráveis para ele. Temos que criar dificuldades para o capital, essa é uma questão de sobrevivência.
A equação que querem nos colocar na cabeça, desse mundo “financeirizado”, que diz que o capital não depende do trabalho é totalmente falsa; a velha equação que põe capital e trabalho em lados opostos está mais viva do que nunca.
O modelo de desenvolvimento adotado pelo Estado brasileiro é incompatível com a garantia dos direitos humanos na vida da população. A Vale é parte do problema. Como você analisa o impacto dos chamados grandes projetos, em especial, no Maranhão?
Qual foi mesmo o modelo de desenvolvimento adotado pelos países ricos? Quantos Peles Vermelhas se tem hoje nos EUA? Qual o percentual de florestas atual, na Europa e EUA, em relação à cobertura original? Isso significa que o modelo deles, países que tanto enfatizamos em nossos discursos, não serve para nós.
O modelo que está em desenvolvimento no Brasil também não serve; um modelo baseado na produção de commodities, mineral e agrícola, que emprega pouco, e faz um mal daqueles ao meio ambiente.
Temos que ter coragem de enfrentar os desafios do futuro, principalmente o energético. Hidrelétrica é tão danoso assim? Faz tanto mal assim? Os lagos artificiais formados maltratam tanto o meio ambiente? O lago de Belo Monte é infinitamente menor que o desmatamento feito para retirar madeira nobre naquela região. Vamos impedir Belo Monte, mas temos que proibir o desmatamento. A soma de todos os lagos de todas as hidrelétricas do Brasil é do mesmo tamanho de propriedades particulares para plantação de soja somente no estado do Mato Grosso… Isso não faz mal ao meio ambiente? O desperdício de terras para a pecuária, cujo retorno é irrisório, também não faz mal ao meio ambiente?
Falar de modelo de desenvolvimento é ter a coragem de enfrentar todas as questões, levantei apenas o confronto geração de energia através de hidrelétricas versus monocultura e pecuária, para que notemos o tamanho da discussão.
Não existe exploração mineral sem degradação ambiental. Como minimizar, como não fazer exploração mineral se o país tem essa vocação natural? Verticalizar como? O minério de ferro através de siderúrgicas que usam combustível fóssil e que poluem o meio ambiente de uma forma extremamente agressiva – veja o caso da China, que durante a Olimpíada teve que parar sua produção industrial.
Aqui entra o estado e nossos meios de comunicação, que não promovem o debate. Lá no Mato Grosso (de novo), o dono da maior plantação de soja é também o dono de meios de comunicação. Ele está preocupado com este debate? Ele pensa em algum novo modelo de desenvolvimento?
Um novo modelo de desenvolvimento passa necessariamente pela educação (Pitágoras: “eduquem as crianças e não será preciso castigar os homens”), uma educação inclusiva, que forme cidadãos, uma academia voltada para a maioria da sociedade – hoje a academia entrega um diploma e um CNPJ -, valorização dos professores, valorização do espaço escola.
Aliás, isso não tem nada de novo, citei Pitágoras e cito Paulo Freire: “a educação sozinha não transforma a sociedade, sem ela tampouco a sociedade muda”.
Nossa sociedade ainda é muito pacífica, não tem a mesma coragem de discutir sua situação, com a mesma coragem com que discute o seu time de futebol. Já somos um país, temos um povo… temos que nos transformar em nação!
Você se diz um dependente químico. Como você enxerga a questão das drogas no Brasil? É a favor da legalização?
É, tirei a bolinha premiada para ser um dependente – ainda bem que me contaram e eu acreditei -, o que me faz dependente, e aqui vou tomar o Zema como exemplo: quando eu estava nas minhas rodas e dona Rose [esposa de Novarck] me chamava para ir embora, isso quando estava comigo, eu quando tinha grana chamava o táxi e mandava ela embora, meu amigo Zema, quando dona Graziela [esposa de Zema] o chama, o maior argumento que ouvi até por parte dele foi: “dá para tomar a saideira?” Acredito que este outro exemplo também se encaixe com o Zema: no final do mês quando recebia minha merreca, saia pagando os bares e se sobrasse eu cumpria com os demais débitos. O cara normal (Zema) paga suas contas e com o resto se diverte. Eu fui daquele tipo que uma era muito e mil não bastavam; tecnicamente drogas são tudo aquilo que alteram o humor e a mente.
Se os dependentes químicos tivessem na cara uma plaquinha dizendo não me sirva nada que sou um doente, as drogas (incluindo o álcool, droga lícita), não nos causariam problemas… o grande problema é que o dependente químico faz qualquer coisa para conseguir a próxima, repito: qualquer coisa…
Se droga fosse ruim não haveria essa discussão – ninguém sobe morro às três da manhã para comprar jiló.
E quando se fala em qualquer coisa, entra a criminalidade. Por isso acho que não estamos, e nunca estaremos preparados para a legalização; e nunca entender não legalização como discriminação. Pessoalmente, isso é muito pessoal, muitos usarão a vida inteira e não criarão problemas para ele, ou para os que o rodeiam.
Além de dirigente sindical, você foi sócio de sua esposa na Bodega da Rose, um charmoso barzinho localizado no coração do Recanto dos Vinhais, cuja existência é tida como curta pelos saudosos do espaço, este repórter inclusive. Que lembranças você tem do espaço, do convívio com os fregueses? Abriria outro bar?
Uma experiência sem paralelos. Atender e entender as pessoas, e cada pessoa é um mundo e a grande maioria delas gostarem do atendimento, já explica o quanto foi bom para nós (eu e Rose). Saber que é possível ter freguesia tocando apenas aquilo que considero boa música, me deixou muito tranquilo, pois via no futuro apenas bares tocando esses pancadões, o breganejo, aquela batidinha baiana ou ainda esses pagodes chorosos… Hoje tenho certeza que sempre teremos espaços que toquem uma boa música, onde podemos conversar com os amigos, com os donos e sermos bem atendidos.
No momento, estou pagando uma dívida comigo de apenas 30 anos, estou num curso de terceiro grau (e parece que este vou terminar), e depois decido o que farei no restante dos meus dias (esse restante começou no dia em que nasci), e se a oportunidade for de um bar, que venha esse outro bar…
http://zemaribeiro.wordpress.com/2012/03/06/problemas-causados-pela-vale-tem-a-conivencia-dos-governos/
Enviada por Edmilson Pinheiro.