CNJ apura envolvimento de cartórios e juízes em grilagem de terras em MS

Só para recordar: dia 14, comentamos o fato de Mato Grosso do Sul não ter nenhum juiz/a sendo investigado/a, no Sistema de Acompanhamento de Processos Disciplinares contra Magistrados, implantado pelo CNJ na internet, num processo de democratização e transparência do Judiciário. No dia 21, por interferência da Associação Brasileira de Magistrados, as iniciais dos meritíssimos foram retiradas, para que não houvesse possibilidade de se adivinhar suas identidades. Hoje, 27/11, MS tem três casos computados, e o próprio CNJ decide apurar o envolvimento da magistratura na grilagem. TP.

Órgão vai instituir sistema de análise que será acionado toda vez que houver processo sobre transações financeiras acima de R$ 100 mil

Paula Maciulevicius

O CNJ (Conselho Nacional de Justiça) vai investigar envolvimento de cartórios e magistrados em grilagem de terra em Mato Grosso do Sul que já são alvo de análise no Estado. Na reunião de Estratégia Nacional de Combate à Corrupção e à Lavagem de Dinheiro encerrada nesta sexta-feira, o órgão aprovou a meta de integração de informações dos cartórios extrajudiciais, que possam identificar operações suspeitas.

A tarefa, que já está a cargo do Conselho, vai instituir um sistema semelhante ao Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras), que analisa todas as transações financeiras acima de R$ 100 mil, para investigar a compra e venda de imóveis de valores altos, ou transações feitas por pessoas com renda incompatível.

Durante a reunião, a ministra Eliana Calmon afirmou estar convicta da necessidade de estudar a evolução patrimonial dos suspeitos e disse ainda estar ciente de que a iniciativa será contestada pelas associações de magistrados. Mas ressaltou é necessária para dar “um pouco mais de transparência” ao Judiciário e reduzir os casos de corrupção.

A ministra defende que a criação do sistema é relevante devido ao envolvimento de cartórios e magistrados não só em Mato Grosso do Sul, mas englobando uma faixa que vai do Piauí ao Pará, passando pela Bahia, Goiás e Mato Grosso. Os casos estão em investigação nas corregedorias dos tribunais locais. (Com informações Conselho Nacional de Justiça)

“Estou agora fazendo investigações patrimoniais de magistrados com o apoio dos órgãos que compõem a Enccla”, explicou. A Estratégia Nacional, coordenada pelo Ministério da Justiça, é formada por mais 60 órgãos públicos, como o Conselho Nacional de Justiça (CNJ), Polícia Federal, Receita Federal e Ministério Público.

O combate a esses crimes exige ação conjunta, como a conduzida pela Estratégia Nacional, comentou o procurador-geral da Justiça do Estado de São Paulo, Fernando Vieira. “A Enccla representa soma de esforços, o exercício das forças do bem para enfrentar essa chaga que é a corrupção, o crime organizado”, afirmou.

http://www.campograndenews.com.br/cidades/cnj-investiga-envolvimento-de-cartorios-e-magistrados-na-grilagem-de-terra-em-ms#.TtDk9ulSdR8.email

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