Pesquisa apresenta panorama da saúde indígena

Isabela Schincariol

Estudo da ENSP, cujos resultados foram apresentados durante o VIII Congresso Brasileiro de Epidemiologia, promovido pela Abrasco, mostra que a realidade indígena brasileira ainda é muito preocupante. O pesquisador Carlos Coimbra (Densp/ENSP/Fiocruz) revelou que cerca de 50% das mulheres indígenas sofrem de anemia grave e, entre as crianças, esse número chega a 66% na região Norte. Além disso, 15,7% das mulheres indígenas do país são obesas e 30,2% delas apresentam sobrepeso. “O índio no Brasil sofre com uma grande carga de doenças, com a dificuldade de acesso e a baixa qualidade da atenção médica recebida, pois, mesmo nas periferias mais pobres das cidades brasileiras, índices como esses não são encontrados entre a população não índia”, afirmou.

A palestra I Inquérito Nacional de Saúde e Nutrição dos Povos Indígenas: principais resultados, realizada em 16 de novembro, apresentou um panorama das condições de vida dos povos indígenas levantado pela pesquisa realizada em quatro macrorregiões do país – Norte, Nordeste, Centro-Oeste, e Sul/Sudeste, sob coordenação geral de Carlos Coimbra Jr. O trabalho foi elaborado em quatro grupos de questionários: aldeias, domicílios, mulheres e crianças. Cada um buscava aspectos específicos e gerais da organização social das aldeias, das condições ambientais, características físicas das moradias, história reprodutiva das mulheres, acesso ao pré-natal, questões biométricas, parto, práticas alimentares, morbidade e mortalidade da criança indígena, entre outros.  (mais…)

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MS – Índios cobram empenho nas buscas do corpo de cacique assassinado

O acampamento Guaviry, da etnia indígena Kaiowá Guarani, atacado por um grupo armado na manhã da última sexta-feira, recebeu, no fim de semana, a adesão de cerca de 70 índios da mesma etnia, também procedentes de aldeias de Amambai, a 342 quilômetros de Campo Grande (MS), na fronteira com o Paraguai. Segundo o coordenador estadual do Conselho Indigenista Missionário (Cimi), Flávio Vicente Machado, os índios afirmam que não vão deixar a área e prometem resistir, apesar da ação recente de 40 pistoleiros, que teria resultado em uma morte e três sequestros.  A reportagem é de Paulo Yafusso e publicada pelo sítio do jornal O Globo, 20-11-2011.

Machado contou que o clima no local, alvo de conflitos entre fazendeiros e índios, voltou a ficar tenso no fim da tarde de sábado, quando, segundo relato dos índios, os dois ônibus que os transportavam para o acampamento foram interceptados por fazendeiros.

— Tentaram impedir que eles passassem. Houve uma escolta ostensiva dos ônibus. A intimidação só não se concretizou porque havia policiais na região, mas o risco de novos ataques ao acampamento indígena é iminente e real — afirmou Machado. (mais…)

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Dia 25: Globalização e desterritorialização: os (des)caminhos do desenvolvimento

Na próxima sexta-feira, dia 25, a Fase e o Cineclube SocioAmbiental Campos (NESA/UFF) estarão realizando uma sessão especial da Mostra globale Rio 2011, com o nome “Globalização e desterritorialização: os (des)caminhos do desenvolvimento”. Serão apresentados três filmes, a partir das 16 horas: Teclópolis (de Javier Mirad e Cancan Club. Argentina, 2009, 12min), Não Vale (Silvestro Montanaro. Brasil, 2010, 75min) e Tudo Mentira (Jaco Galdino. Brasil, 2007, 10min). Suas sinopses são as seguintes: (mais…)

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SP – ISA lança hoje nova edição do livro Povos Indígenas no Brasil do período 2006-2010

Referência sobre a questão indígena, a publicação Povos Indígenas no Brasil faz um resumo do dos principais acontecimentos, entre avanços e retrocessos, no período 2006-2010. A obra apresenta um conjunto de informações que incluem artigos, notícias, fotos e mapas. Será lançado hojenesta segunda-feira, 21 de novembro, em São Paulo, 22 em Brasília, 25 no Rio e 30 em Manaus. Confira!

A série iniciada em 1980 chega ao décimo-primeiro volume trazendo na capa o líder kayapó Raoni Metuktire, contundente em suas críticas contra a usina hidrelétrica de Belo Monte, na Volta Grande do Rio Xingu, no Pará. Desde os anos 1980, Raoni ergue sua voz contra o projeto que tornou-se obra símbolo do Programa de Aceleração do crescimento (PAC) no governo Lula e prossegue no governo Dilma Rousseff. Mesmo modificado em relação ao projeto original, os povos indígenas das áreas afetadas por Belo Monte não foram ouvidos conforme prevê a Convenção 169 da OIT. Embora os Kayapó não sejam diretamente afetados pela barragem, a suspeita é que para garantir sua viabilidade econômica, outras usinas venham em seguida, alcançando então a área Kayapó.

Esta edição de Povos Indígenas no Brasil 2006-2010 resume a situação indígena no período por meio 165 artigos assinados, 810 notícias extraídas e resumidas a partir de 175 fontes, 228 fotos e 33 mapas. Inclui pela primeira vez um caderno especial de 32 páginas com imagens de destaques. (mais…)

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Côrtes: Ativistas negros gaúchos propuseram o 20 de Novembro

Foto: ANA PAULA APRATO/JC. O advogado Antônio Carlos Côrtes é reconhecido como liderança do movimento negro no RS.

Guilherme Kolling e Cláudio Isaías

O advogado Antônio Carlos Côrtes é reconhecido como liderança do movimento negro no Rio Grande do Sul. Foi um dos fundadores do Grupo Palmares, em 1971, que propôs a instituição do 20 de Novembro – data da morte de Zumbi dos Palmares em 1695 – como Dia da Consciência Negra. Até então, comemorava-se o 13 de Maio de 1888, Abolição da Escravatura. “A heroína era a Princesa Isabel. Mas a Lei Áurea era vazia. Excluíram a mão de obra do escravo e o abandonaram a sua própria sorte.”
Nesta entrevista ao Jornal do Comércio, Côrtes ressalta a importância de se reconhecer referências positivas do negro e aponta que iniciativas como a criação de cotas raciais nas universidades ainda estão engatinhando. “Faltam políticas públicas para a democracia racial no País.”  (mais…)

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Diferenças no mercado de trabalho seguem desfavoráveis a negros

Diferenças no mercado de trabalho seguem desfavoráveis a negros

Levantamento do Dieese e do Seade na região metropolitana de São Paulo mostra taxa de desemprego maior e rendimento menor

Por: Vitor Nuzzi, Rede Brasil Atual

São Paulo – Estudo divulgado nesta quinta-feira (17) pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) e pela Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados (Seade), de São Paulo, confirmam que prosseguem as diferenças históricas desfavoráveis aos negros no mercado de trabalho. Na região metropolitana de São Paulo, universo da pesquisa, a taxa de desemprego dos negros é maior que a dos não negros (brancos e amarelos) e o rendimento é menor.

A inserção dos trabalhadores negros é proporcionalmente maior na construção civil e no emprego doméstico, setores “em que predominam postos de trabalho com menores exigências de qualificação profissional, menores remunerações e relações de trabalho mais precárias e, por tudo isso, menos valorizados socialmente”, dizem os técnicos. Os negros representam um terço da população economicamente ativa. O levantamento foi divulgado em referência ao Dia Nacional da Consciência Negra, que se celebra domingo (20). (mais…)

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Ceará: Povo Pitaguary faz retomada de pedreira em suas terras

Desde o dia 15 de novembro que o Povo Pitaguary está imerso em um processo de organização interna. Todo esse processo foi desencadeado a partir da demanda da II Assembleia do Povo Pitaguary, ocorrida em novembro do ano passado. Durante a Assembleia, o povo Pitaguary elaborou um código de convivência em que listou 51 artigos sobre os diversos assuntos que nos afligem.

Terça-feira nos juntamos novamente para avaliar o código e aprovarmos em definitivo. Desse processo resultou mais uma reunião com o Minsitério Público e a Funai, na quarta-feira, em que apresentamos o código e nossas maiores dificuldades. O Ministério Público, na ocasião representado pelo Antropólogo Sérgio Brissac, e a FUNAI, pelo seu coordenador Paulo Fernando Barbosa, nos escutaram e percorreram a aldeia fiscalizando nossos principais problemas.

Nessa quinta-feira última, mais uma vez a FUNAI se fez presente na aldeia para fiscalizar uma denúncia antiga da comunidade. A comunidade indígena da Monguba, localizada no municipio de Pacatuba, há muito tempo denuncia que uma antiga pedreira que se encontrava desativada há mais de 15 anos estava se preparando para ser reativada. Então, a FUNAI e dois fiscais do IBAMA visitaram as instalações dessa pedreira e constataram várias irregularidades quanto às licenças de instalação e operação. Na oportunidade a pedreira foi multada, causando assim uma revolta ao gerente da pedreira que passou a ofender e desrespeitar o Povo Pitaguary, ferindo-nos no elemento cultural mais importante, que é nossa identidade étnica. (mais…)

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