Entrega da Carta de Salvador marca o fim da primeira etapa do Afro XXI

Debate mostra que populações negras continuam realizando migrações pelo mundo

A Carta de Salvador, documento elaborado pela sociedade civil durante o Encontro Iberoamericano do Ano Internacional dos Afrodescendentes (Afro XXI), foi entregue aos organizadores do evento, ontem (18), às 19h, no Salão Xangô do Centro de Convenções da Bahia. “Esse momento não havia sido planejado. Será um gesto simbólico”, afirma Juca Ferreira, embaixador do Ano Internacional do Ano dos Afrodescendentes na Secretaria Geral Ibero-americana, uma das entidades organizadoras do encontro.

O Afro XXI é uma realização do governo brasileiro, através da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial da Presidência da República (Seppir/PR) e do Ministério das Relações Exteriores (MRE), o Governo do Estado da Bahia, através das secretarias de Promoção da Igualdade Racial (Sepromi), de Cultura (Secult), e das Relações Internacionais e da Agenda Bahia (Serinter), associados a Secretaria-Geral Ibero-Americana (Segib).

A parceria para a realização do Encontro inclui também a Fundação Alexandre de Gusmão (Funag), a Agência Espanhola de Cooperação Internacional para o Desenvolvimento (Aecid), e a ONU, através de suas agências: Entidade das Nações Unidas para a Igualdade de Gênero e o Empoderamento das Mulheres (ONU Mulheres), Fundo de População das Nações Unidas (Unfpa), Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) e o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (UNDP).

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Chefes de Estado se reúnem em Salvador para aprovar declaração contra racismo

Salvador recebe chefes de Estado para debater combate ao racismoTrês presidentes, um primeiro-ministro, um vice-presidente, três ministros da cultura e mais um chanceler serão recebidos pela presidente Dilma Rousseff no próximo sábado (19) na capital baiana para debater e aprovar a Declaração de Salvador. O documento sintetizará as diretrizes para o combate ao racismo e ações afirmativas de reparação para as populações afrodescendentes das nações envolvidas. Além disso, servirá como orientação da Organização das Nações Unidas para todos os países.

Os presidentes de Cabo Verde, Jorge Carlos Fonseca, do Uruguai, José Mojica, e da República da Guiné, Alpha Condé, os primeiros-ministros de São Vicente e Granadinas, Ralph Golsalves, e do Uruguai, Luis Almagro, o vice-presidente da Colômbia, Angelino Garzón, já garantiram presença. Eles participam do encontro, às 10h de sábado (19) no Palácio Rio Branco. Ministros da Cultura de Cuba, Peru e Benin, e de Mins e Energia de Angola. Também estarão representantes de Honduras, Venezuela, Costa Rica, Nigéria, Barbados e República Dominicana.

A reunião terá início às 10h no Palácio Rio Branco, na Praça Municipal, centro de Salvador. Os chefes de estado se encontrarão no Salão dos Espelhos e até o meio-dia devem encerrar o evento com a divulgação da Declaração de Salvador, documento contendo as diretrizes para a implantação de políticas públicas de combate ao racismo, às desigualdades raciais e de ações afirmativas de reparação aos afrodescendentes. (mais…)

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(Sem comentários) – Pelé: “Hoje, qualquer coisinha é racismo”

PelePara Pelé, o alarde que se faz sobre o tópico racismo nos dias de hoje é exagerado, e fala isso lembrando sua própria experiência como jogador. O Rei do Futebol comentou as acusações feitas por Evra contra Luis Suárez, em evento realizado no Museu do Futebol nessa sexta-feira. (…)

Racismo no futebol: “Chegamos na Suécia (para disputar a Copa do Mundo, em 1958), e só o Brasil tinha negro. No campo, xingavam a gente, minha mãe e tudo. Hoje em dia, com o advento da tecnologia, essa história de racismo se ampliou. Acho que é necessidade de o atleta falar, de a imprensa noticiar. Qualquer coisinha é racismo. Dão muita ênfase a isso. As seleções da Europa estão cheias de negros. Como pode haver racismo?” (…)

http://www.goal.com/br/news/619/especiais/2011/11/18/2763959/pel%C3%A9-hoje-qualquer-coisinha-%C3%A9-racismo

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Carta Pública CPT: Mais um massacre de indígenas

Na manhã desta sexta-feira, 18 de novembro, ocorreu um massacre na comunidade Kaiowá Guarani do acampamento Tekoha Guaviry, município de Amambaí, no Mato Grosso do Sul, atacado por 42 pistoleiros fortemente armados. Segundo relatos de indígenas foi morto o cacique Nísio Gomes, de 59 anos, e uma mulher e uma criança. Ainda segundo os relatos foram sequestradas outras pessoas e há indígenas feridos. Os agentes do Conselho Indigenista Missionário, CIMI, foram orientados a não saírem de seus locais de trabalho, por estarem ameaçados.

Diante disto, a Coordenação Nacional da CPT, comovida profundamente, vem a público para denunciar o descaso com que são tratados os povos indígenas, as comunidades quilombolas e outras comunidades tradicionais em nosso Brasil. Por serem grupos humanos que não se submetem aos ditames das leis do mercado e da economia capitalista, são tratados como empecilhos ao “desenvolvimento e progresso” e por isso devem ser removidos a qualquer custo. Quando se levantam para exigir os direitos que a Constituição Federal lhes reconheceu são rechaçados violentamente.

Aos interesses econômicos do capital são subordinados os direitos dos mais pobres. Diante desses interesses, os poderes da República se curvam e os reverenciam. Não é o que acontece com a construção da Hidrelétrica de Belo Monte, no Pará, e de diversas outras no rio Teles Pires, e Tapajós que afetam áreas indígenas?  Não é o que acontece quando o poder judiciário emite liminares e julga procedentes situações nas quais os povos indígenas deviam antes ser ouvidos e consultados, como manda a Constituição e Convênios internacionais assinados pelo Brasil?  Não é o que acontece no Legislativo que se subordina aos ditames do agronegócio? (mais…)

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Nota Pública: Governo Federal é o responsável por mais uma chacina de indígenas no Mato Grosso do Sul

O Conselho Indigenista Missionário (Cimi) vem a público responsabilizar a presidenta da República, Dilma Rousseff, o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, o presidente da Funai, Márcio Meira e o governador do Mato Grosso do Sul, André Puccinelli pela chacina praticada contra a comunidade Kaiowá Guarani do acampamento Tekoha Guaiviry, na manhã desta sexta-feira (18).

A comunidade foi atacada por pistoleiros fortemente armados. Segundo informações apuradas junto a indígenas que sobreviveram ao ataque, os pistoleiros executaram o cacique Nisio Gomes e levaram seu corpo. Os relatos ainda dão conta de indígenas feridos por balas de borracha e de três jovens baleados: dois estão desaparecidos e outro se encontra hospitalizado. (mais…)

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Nisio: O sorriso matado, por Egon Heck

Foto: Eliseu Lopes, tirada dois dias antes do assassinato.

Balas assassinas mataram Nisio Gomes. Seu jeito meigo e sorridente era sua característica principal, inconfundível. Sua fala baixa se tornava por vezes quase incompreensível. Ele estava em quase todas as mobilizações de luta do povo Kaiowá Guarani pelos seus direitos, especialmente a terra. Nos últimos dez anos já voltara quatro vezes a seu tekohá Guaiviry. Era um lutador resistente, persistente. Não desistia nem por nada a seu sagrado chão. Guduli, nhandesi, sua companheira, morrera há três anos, sem a alegria de viver em sua terra Guaiviry. Ela era entusiasta e contagiava com sua disposição. Era profunda conhecedora da vida e religiosidade de seu povo. Era de uma energia inquebrantável. Com sua morte o grupo ressentiu bastante, mas não desistiu de sua luta, a volta ao tekohá.

Nisio sorriso tombou, nesta manhã. Friamente executado diante do seu grupo por pistoleiros contratados pelos interesses contrariados da região. Mataram um lutador sorridente, mas não conseguiram matar a luta. (mais…)

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Pelo fortalecimento do Sistema Interamericano de Direitos Humanos

O enfraquecimento do Sistema Interamericano de Direitos Humanos envolve debilitar a CIDH, que vem sendo nossa aliada em lutas da maior importância, desde a questão do Araguaia, até as medidas cautelares contra Belo Monte e em defesa dos Povos Indígenas e comunidades tradicionais. O Brasil vem sendo encarado por outros países da América Latina como um dos responsáveis por esse processo, inclusive com a retaliação via retirada de seu apoio financeiro, atitude inaceitável e por nós tão criticada quando tomada pelos Estados Unidos em outras situações assemelhadas. O documento que segue tem por objetivo exatamente lutar pelo fortalecimento do SIDH e, paralelamente, da CIDH. No seu final, está o link para assiná-lo. Por favor, façam isso e peçam que outras pessoas também assinem. TP.

Abaixo-assinado ao Embaixador Joel Antonio Hernández García, Representante Permanente do México na OEA e Presidente do Grupo de Trabalho Especial de Reflexão sobre o Funcionamento da Comissão Interamericana de Direitos Humanos para o Fortalecimento do Sistema Interamericano de Direitos Humanos:

“As organizações abaixo assinadas, integrantes da Coalizão Internacional de Organizações de Direitos Humanos nas Américas (adiante designada, a Coalizão) junto a outras organizações e pessoas interessadas, nos dirigimos a Vossa Excelência com fim de fazer chegar, ao Grupo de Trabalho Especial de Reflexão sobre o Funcionamento da Comissão Interamericana de Direitos Humanos para o Fortalecimento do Sistema Interamericano de Direitos Humanos (a seguir designado Grupo de Trabalho), algumas preocupações em relação tanto ao procedimento como aos temas em debate no marco deste Grupo de Trabalho.

O Sistema Interamericano dos Direitos Humanos (SIDH) é um patrimônio dos povos e dos Estados americanos, portanto seu destino e desenvolvimento não é apenas uma atribuição dos Estados. Neste sentido, os usuários do Sistema e as vítimas devem ser considerados atores centrais no momento de suas transformações e sua participação exige um diálogo que resulte na consideração real de suas propostas. Este processo e suas conseqüências poderiam afetar a esperança de justiça de milhares de vítimas e colocar em risco o legado que foi construído em mais de 60 anos. (mais…)

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Agrotóxicos, trabalho e saúde

Organização: Raquel Rigotto

Wanderlei Pignati*

Os estudos sobre os agrotóxicos, trabalho e saúde, contidos neste livro, trazem reflexões sobre a cadeia produtiva do agronegócio que transformou o agro (agrícola) em negócio que visa lucro imediato da exploração da natureza e do homem, sem medir consequências ou se responsabilizar pelos impactos na saúde-ambiente.

As pesquisas refletem uma oportuna interpretação de Marx – o trabalho é o movimento das forças físicas e mentais para transformar a natureza com a finalidade de manter a vida ou melhorar sua qualidade, porém, a mais-valia, o lucro e a usura dos capitalistas, os transformaram em mercadorias que induziram os citados acidentes de trabalho, as intoxicações agudas e crônicas por agrotóxicos e fertilizantes químicos, as poluições das águas, do ar, da chuva, dos alimentos e do leite materno. (mais…)

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