Comunidade do Rio dos Macacos, com o apoio de outras comunidades Quilombolas da região, fecha estrada da Base Naval de Aratu às 5:30h, em protesto e para evitar a expulsão anunciada pela Marinha para sexta-feira

A entrada do mês da consciência negra de 2011 na Bahia poderá começar com o despejo de uma comunidade Quilombola bicentenária, que está ameaçada de sofrer com uma decisão liminar de despejo decretada pelo juiz da 10ª Vara Federal a pedido da Marinha do Brasil, que se instalou nesta região há apenas 50 anos. Se isto acontecer, serão 43 famílias com mais de 160 crianças que estarão sem eira nem beira e somente com promessa da prefeitura de alojá-los provisoriamente em uma escola do município de Simões Filho.

Integrantes de outras  Comunidades Quilombolas do Recôncavo se unem à de Rio dos Macacos, em solidariedade e protesto,  na porta do CONDOMÍNIO DA MARINHA VILA MILITAR, na estrada da Base Naval de Aratu

No próximo dia 04 de novembro de 2011, sexta-feira, a comunidade poderá ter destruído todo seu patrimônio histórico, suas casas, suas fruteiras, as ruínas que guardam restos mortais dos escravos que habitaram o território, as marcas do cativeiro, instrumentos de tortura, as plantações e toda a sua história.

Afinal, qual a função da Marinha? Massacrar descendentes dos sobreviventes ds navios negreiros? A escravidão na Bahia continua!

A comunidade Rio dos Macacos é uma comunidade negra rural que se auto-identifica comunidade quilombola, já certificada pela Fundação Cultural Palmares e com processo aberto para regularização fundiária pelo INCRA. Esta comunidade habita este território há mais de 200 anos, tem várias pessoas idosas com mais de 100 anos que já nasceram na comunidade, e a Marinha, agora, os acusa de invasores, entrando com uma ação Reivindicatória para desalojar a comunidade do seu território a fim de ampliar o condomínio para os seus oficiais.

Desde que a Marinha passou a ocupar aquele espaço tornou a vida da comunidade um verdadeiro inferno: passou a impedir o direito de ir e vir da comunidade, a intimidar as famílias, ameaçar homens, mulheres, idosos e crianças com armas de alto calibre, limitar a visita de familiares, espancar trabalhadores que trabalhavam na roça a fim de impedir a subsistência e deslegitimar a ocupação da comunidade, impediu o direito de crianças irem estudar tendo como conseqüência o alto índice de analfabetismo da comunidade, impediu que a comunidade pescasse, prendendo, espancando sempre que encontrasse os pescadores exercendo a atividade, impediu a comunidade de ter acesso a água tratada, energia e melhoria da estrada, derrubaram casas de moradores. Sempre impediu que o serviço de emergência chegasse a comunidade acarretando mortes, partos na estrada por falta de socorro. Já prenderam inúmeras vezes, na  Base Naval pessoas da comunidade quando retornava do trabalho.

A COMUNIDADE QUE PERMANECER EM SEU TERRITÓRIO HISTÓRIO E ANCESTRAL E EXIGE PROVIDÊNCIAS DAS AUTORIDADES.

CONTATOS:
ROSIMEIRE: 99333581
MARIZELHA: 99211014

Deixe um comentário

O comentário deve ter seu nome e sobrenome. O e-mail é necessário, mas não será publicado.