por Silvana Bahia e Thiago Ansel
Desde as primeiras Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs) instaladas em favelas cariocas, entre o fim de 2008 e início de 2009, um novo tema passou, forçosamente, a ser incorporado aos mais variados debates sobre segurança pública: a pacificação de áreas antes dominadas por grupos criminosos armados. Desde então, foram implantadas 17 UPPs, que abrangem cerca de 60 favelas.
De lá pra cá – e até muito recentemente – assistiu-se, sobretudo, na grande mídia, ao pipocar de uma série de inflamados discursos entusiastas da nova política, celebrando-a como se ela fosse uma espécie de solução mágica para questões históricas ligadas a desigualdades de várias ordens.
O êxtase eufórico com as UPPs, apesar de ainda se sustentar, vem sendo confrontado por denúncias a respeito de suas inadequações, principalmente, em relação ao trato com os moradores das áreas pacificadas ou em processo de pacificação. Nesse contexto, dois tipos de críticas ao atual modelo têm persistido. A primeira tem a ver com o tipo de ocupação, centrada no controle policial do território, enquanto questões sociais são deixadas em segundo plano. A segunda, é sobre a concentração das UPPs em determinados territórios em detrimento de outros. (mais…)

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