Perímetro de Altamira que pode ficar submerso inclui até áreas valorizadas do centro da cidade
Cota 100. A expressão, que delimita o nível a que as águas do Xingu podem chegar quando a barragem de Belo Monte for erguida, é ouvida pelas ruas de Altamira, oeste do Pará. Ainda que não entendam muito bem o significado técnico, os moradores sabem que quem estiver abaixo disso corre risco de estar entre os deslocados pela usina.
Para acompanhar de perto a maneira como essa população é tratada pelos construtores, o Ministério Público Federal no Pará (MPF/PA), com a colaboração da Universidade Federal do Pará (UFPA), vem fazendo desde o ano passado um trabalho independente para levantar e conferir as informações do empreendimento sobre as áreas alagáveis na cidade.
Essa semana, professores ligados à UFPA ganharam o reforço de estudantes e moradores das comunidades afetadas, que estão sendo treinados nas ruas para fazer a medição topográfica e finalizar o desenho do perímetro e a contagem das residências e comércios. Os estudantes, dos cursos de geografia, engenharia florestal e biologia, percorreram as ruas da cidade marcando os pontos de cota 100 (correspondente a 100 metros acima do nível do mar). (mais…)