Galeano faz 71 anos. As veias permanecem abertas há pelo menos 40

040911_as_veias_abertas_da_america_latina_chavez_obama

Rede Brasil Atual – No dia 18 de abril de 2009, o presidente Hugo Chávez presenteou seu colega americano, Barack Obama, com o livro As Veias Abertas da América Latina, clássico ensaio do escritor e jornalista uruguaio Eduardo Galeano. O exemplar estaria autografado pelo autor.

O livro fala basicamente sobre o saque dos recursos naturais sofrido pelo continente latino-americano do século XV até o fim do século XX e é citado frequentemente por Chávez. Tendo iniciado o dia 18 na 54.295ª posição entre os livros mais vendidos da megavendedora de livros Amazon, o livro amanheceu o dia 19 em 2º lugar. Atualmente, a avaliação dos leitores da Amazon demonstra uma curiosidade. Dos163 leitores que escreveram resenhas a respeito da obra, 86 dão-lhe nota 5, a máxima, enquanto 50 dão-lhe a nota mínima, 1. Dos 163, somente 27 não lhe dão as notas extremas.

Tais avaliações não chegam a ser surpreendentes. Afinal, As Veias Abertas não parece prestar-se a opiniões desapaixonadas. A direita costuma chamá-lo de um “anacrônico clássico da literatura esquerdista do continente”, o qual questiona o imperialismo americano e europeu na região. Já a esquerda:

“Depois do golpe de 1973 não pude levar muita coisa comigo: algumas roupas, fotos da família, um saquinho com barro do meu jardim e dois livros: uma velha edição de Odes, de Pablo Neruda, e o livro de capa amarela, As Veias Abertas da América Latina“, conta Isabel Allende no prefácio da edição chilena.

Neste sábado (3), Galeano completa 71 anos, enquanto sua principal obra — escrita anos antes, mas publicada em 1971 — completa 40. (mais…)

Ler Mais

‘Não podemos esperar dez anos por um julgamento’

Em entrevista a CartaCapital, a ministra dos Direitos Humanos, Maria do Rosário, anuncia a consolidação de um sistema nacional de proteção a testemunhas com orçamento maior e a sanção da lei que agilizará os processos de crimes no campo. Foto: Elza Fiuza/ABr

Gabriel Bonis

Com um tom incisivo, a ministra dos Direitos Humanos, Maria do Rosário Nunes (PT-RS), pontua que o Brasil não pode mais conviver com a impunidade. “Precisamos debelar os grupos criminosos, a pistolagem e as milícias”, diz, em entrevista por telefone a CartaCapital, na sexta-feira 2, dias após o assassinato de outra liderança em assentamento na região de Marabá, no Pará – estado onde 621 pessoas foram mortas em conflitos no campo desde 1985. Durante a conversa, a ministra adiantou exclusivamente novidades no programa de proteção  a testemunhas do País. Ela falou também sobre a atuação da Justiça no combate aos crimes no campo e sobre as dificuldades dos órgãos federais em dar apoio às polícias no estado sem que isso seja interpretado como ingerência. “Não estamos diante de uma intervenção federal no estado do Pará”, diz.

A primeira mudança anunciada pela ministra é a unificação destes programas a partir de 2012, consolidando um sistema nacional com o Programa de Proteção a Crianças e Adolescentes Ameaçados de Morte (PPCAAM), o Provita, e o Programa de Proteção aos Defensores de Direitos Humanos. “Isso amplia a nossa capacidade de atuação e cria melhores condições de investirmos, sobretudo na parte operacional e na proteção efetiva”.

O orçamento da inciativa também aumentou, passando de 30 milhões de reais para 36 milhões de reais a partir do próximo ano, permitindo a inserção de mais indivíduos ameaçados, 125 ao todo no Brasil, segundo a Comissão Pastoral da Terra, órgão ligado à Igreja Católica, na lista de proteção. (mais…)

Ler Mais

Manifestação e protesto: Los pobladores del TIPNIS al mundo

El objetivo de los marchistas es que se cambie el trazo de la carretera Villa Tunari San Ignacio que parte en dos el TIPNIS. Esta carretera ha sido entregada para su diseño, licenciamiento y construcción a la cuestionada empresa OAS de Brasil, y es además financiada por el BNDES, el Banco de Desarrollo brasilero.

Patricia Molina

Mil setecientos marchistas indígenas recorrieron durante 17 días la distancia que separa las poblaciones de Trinidad y San Borja, con temperaturas de 35 grados, con lluvias torrenciales y también con el ultimo sur de invierno (baja temperatura). En San Borja fueron ovacionados y saludados por todo el pueblo, que en muestra de solidaridad les ayudó con agua y alimentos en el último y difícil tramo hasta llegar a esa población. (mais…)

Ler Mais

Brasil: Defender la Amazonía cuesta la vida

La hermana de la activista Maria do Espirito Santo, asesinada el pasado mayo junto a su marido, contempla las tumbas de ambos en Nova Ipixuna (Brasil).

La Fiscalía brasileña investiga las amenazas de muerte a un reconocido activista. En promedio 30 defensores de la selva son asesinados cada año en el país

Por Nazaret Castro

4 de setiembre, 2011.- Hace ya siete años que el activista Raimundo Belmiro dos Santos, un cauchero de 46 años de edad, recibe amenazas de muerte por defender la selva amazónica en el estado brasileño de Pará. Pero esta vez se las tomaron más en serio, tal vez tras conocer que aquellos que quieren verle muerto le habían puesto precio a su cabeza: 50.000 dólares. Como no quiere abandonar su lucha ni su hogar, ha pedido pública y urgentemente la protección de las autoridades y, según la agencia de noticias IPS, la fiscalía ya ha anunciado que iniciará una investigación.

Belmiro dos Santos tiene motivos para temer por su vida: en poco más de tres meses, cinco activistas han muerto en el estado de Pará, que ostenta el mayor índice de conflictos por la tierra en Brasil. El último de ellos, asesinado a balazos el 25 agosto, fue Valdemar Oliveira Barbosa, llamado Piauí, socio del Sindicato de Trabajadores Rurales de Marabá (localidad del estado de Pará) y coordinador durante años de un grupo de familias que ocupaba una hacienda en Marabá. La ocupación de las tierras es en Brasil el arma de lucha social más utilizada por los campesinos sin tierra, en uno de los países más latifundistas del mundo. (mais…)

Ler Mais

Cultura e luta: “Salve São Francisco” (vídeo)

Tania Pacheco

Pra quem não sabe, o nome da música é “Carranca que chora”, de Geraldo Azevedo e Capinam, cantada por Geraldo e Maria Bethânia. O DVD Salve São Francisco, também dele, junta gentes e cidades, cantos e imagens, mistérios e lembranças. Do vapor de Pirapora, de 1913, recuperado e queimando “lenha reflorestada”, às canoas e ao comentário de que, agora, é o mar que adentra o São Francisco…

Não conheço o “velho Chico” e, segundo amigos e amigas de luta, provavelmente não conhecerei. Mas isso não me impede de brigar e de chorar por ele (como acabo de fazer, na emoção de ver pela primeira vez o DVD, belo presente que chegou de suas margens, numa caixa repleta de surpresas).

Também não conheço Brejo dos Crioulos, o Verde Grande, a Lapinha, os Xakriabá, Gurutuba, os Vazanteiros e, finalmente, Pau Preto. “Vazanteiro e quilombola unido jamais será vencido!” – está no grito filmado, fincando na marra a marca da RDS… Mas, subindo do norte de Minas tantas e tantos outros que nascem e lutam às suas margens, nesse caminho que sempre me perturbou por “contrariar a gravidade” da imagem que nos impuseram do País e do planeta, sigo com eles… Na imaginação e no sentimento… Nas imagens e no som que agora empresto do Youtube… Na luta, na vida, na indignação e na esperança… que é disso que se alimenta este Blog!

.

Ler Mais

O Terena na cidade: Um estudo sobre liminaridade entre Antropologia Urbana e Etnologia Indígena

Michely Aline Jorge Espíndola – PPGAS/UFRN

Resumo: O objetivo da pesquisa de mestrado é estudar a sociabilidade e suas implicações na cidade (Campo Grande-MS) de jovens indígenas da etnia Terena nos seus diversos ângulos de “deslocamentos” – os que mudam para a cidade, os que apenas transitam constantemente entre aldeia-cidade e os que não mudam. Entretanto, o artigo em questão traz discussões teóricas sobre a relação da Antropologia Urbana com a Etnologia Indígena, e sobre pressupostos da pesquisa, já que as experiências de campo ainda estão em fase inicial. Para tanto, torna-se fundamental, primeiramente, construir o conceito de juventude para/com os Terena; em seguida abranger as concepções sobre o urbano, tanto do Terena citadino quanto daquele que mora nas reservas indígenas, além da relação que estabelecem entre si. Baseada na bibliografia consultada até o momento e nas experiências preliminares de campo constata-se que para entender a sociabilidade desses jovens no centro urbano é preciso, antes, compreender as relações que estabelecem com as aldeias de origem, pois o deslocamento aldeia-cidade acontece com objetivos predeterminados e de maneiras diferentes. Assim, este artigo procura explorar, com base nos objetivos apresentados, reflexões iniciais sobre a relação da Antropologia Urbana com a Etnologia Indígena. (mais…)

Ler Mais

Terras de quilombos aumentam 800 hectares por dia desde 2005

Por Felipe Bächtold, da Folha de S. Paulo

Maquiné (RS) – Quase 800 hectares por dia, em média, viraram terras de comunidades quilombolas pelo país desde 2005. São 144 áreas identificadas pelo Incra como de descendentes de escravos e que já receberam um “relatório técnico de demarcação” do órgão ou foram tituladas.

As perícias levam em conta dados, como mapas e testamentos, que podem datar até do século 17. Uma área já demarcada no Amazonas soma 7.100 km2, o equivalente a 4,7 cidades de São Paulo.

O caminho para que os quilombolas assumam a posse é cheio de disputas com produtores rurais, que dizem ter documentos das terras. Um imbróglio envolve a Marinha em uma disputa no litoral do Rio. Área da base espacial em Alcântara (MA) também é alvo de discórdia. (mais…)

Ler Mais