Operação deflagrada nesta quarta-feira fechou madeireiras e pela primeira vez apreendeu maquinário
Severino Motta, iG Brasília
Responsável pela Delegacia de Repressão a Crimes Contra o Meio Ambiente, o delegado Marcelo Rezende disse ao iG que uma área maior que a do município de Campinas, interior de São Paulo, foi desmatada somente nas reservas indígenas próximas ao município de Buriticupu, no Maranhão, localizado a 380 quilômetros da capital São Luís. Desde quarta-feira a operação Maurítia está sendo realizada no local, onde pela primeira vez há apreensão de maquinário industrial por parte da polícia, numa parceria com o Exército e o Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).
Ao todo, foram desmatados 946 quilômetros quadrados nas reservas indígenas que cercam o município de Buriticupu. A cidade de Campinas, para efeito de comparação, tem 801 quilômetros quadrados de área. “E essa detecção é do corte raso, quando um campo é aberto. Pois o corte seletivo ainda não identificamos e só pode ser feito no local. Por isso, desmatamento deve ser ainda maior”, disse.
De acordo com o delegado Rezende, a parceria com o Exército permitiu uma nova forma de atuação da polícia. Antes, quando madeireiras eram fechadas, o maquinário e as toras de madeira eram lacrados. Bastava a polícia deixar o local que as amarras eram rompidas e o trabalho ilegal voltava a acontecer.
“Devido a essa parceria com a Defesa estamos conseguindo recolher o material. O Exército auxilia nessa logística. Então, as madeireiras ficam agora sem seu parque industrial e não conseguem mais trabalhar. Nossa orientação agora é essa e isso deve acontecer nas próximas operações contra crimes ambientais nas terras da união”, explicou.
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