Assassinatos no campo: Forças Armadas atuarão em áreas de violência em três estados

A presidenta Dilma Rousseff decidiu ontem, em reunião com quatro ministros e os governadores do Pará, Amazonas e Rondônia, que uma grande ação policial será desencadeada nesses estados, onde nos últimos dez dias cinco militantes ambientalistas foram assassinados. Participarão da operação a Polícia Federal, a Polícia Rodoviária Federal, a Força Nacional de Segurança e as Forças Armadas.

Segundo o Ministro da Justiça, os governadores deverão solicitar o apoio do governo federal, e a decisão de quais as cidades onde as forças atuarão será tomada em conjunto. Ainda de acordo com o Ministro José Eduardo Cardozo, a idéia é “impedir novos homicídios e fazer a apuração imediata dos crimes já ocorridos”, como a do lavrador Marcos Gomes da Silva.

“Operação em Defesa da Vida”

Na próxima semana, José Eduardo Cardoso e os ministros da Defesa, Nelson Jobim, e da Secretaria de Direitos Humanos, Maria do Rosário visitarão os três estados, juntamente com representantes do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e do Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP).

Dos governadores presentes, Simão Jatene, do Pará, afirmou que é essencial estarem todos juntos no combate ao crime: “Não tem essa história de o crime ser federal, estadual ou municipal. Ele tem de ser esclarecido e punido”.

Confúcio Moura, de Rondônia, foi um pouco além: “Não adianta só força policial. É preciso haver regularização fundiária e desenvolvimento sustentável para a região”.

Tania Pacheco, com informações da imprensa e da internet.

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Sem comentários: “Para senadora Kátia Abreu, mortes no campo são crimes comuns”

A senadora Kátia Abreu em foto de Andre Coelho
Kátia Abreu: "Mortes no campo são crimes comuns"!

RIO – No dia em que mais um trabalhador rural foi morto no campo , a senadora Kátia Abreu (TO) classificou de “oportunismo” o tratamento dado às mortes, que, segundo ela, são crimes comuns. Nas últimas semanas, cinco ativistas foram assassinados.

– Isso é oportunismo. É querer usar uma situação trágica, inaceitável para todos, e culpar uma lei ambiental ou o Código Florestal – disse Kátia, que é presidente da Confederação Nacional da Agricultura (CNA). – É lamentável, mas a segurança pública tem sido um problema nacional. Em 2009, a CNA pediu ao Ministério da Justiça um plano de combate às invasões de terra e nada foi feito.

Líder da bancada ruralista, o deputado federal Moreira Mendes (PPS-RO) disse lamentar as mortes, mas também classificou os episódios como “oportunismo”. Para ele, o destaque que o governo vem dando às mortes é uma estratégia para desviar a opinião pública da crise envolvendo Antonio Palocci, ministro da Casa Civil:

– Assassinatos ocorrem todos os dias em todos os lugares do Brasil, com velocidade muito maior. Há uma tentativa de confundir a opinião pública por conta dessa história do Palocci. (mais…)

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Marcos foi executado 5 horas após a primeira emboscada, e também teve a orelha arrancada

Em meio à onda de assassinatos na Amazônia, a quinta vítima foi Marcos Gomes da Silva, 33 anos, morador do acampamento Nova Sapucaia, em Eldorado do Carajás, executado quando era levado para o hospital, cinco horas após ter sido baleado pela primeira vez.

De acordo com testemunhas, o agricultor construía uma ponte nas redondezas do acampamento Nova Sapucaia, onde morava com a família, às 16 horas de quarta-feira dia 1 de junho, quando foi abordado e baleado por dois homens. Mesmo com um tiro no abdômen, Marcos caiu no riacho e conseguiu se esconder no mato, esperando que os jagunços se afastassem para pedir ajuda a um vizinho. Somente por volta das 21 horas os acampados conseguiram, entretanto, uma picape para levá-lo para Eldorado do Carajás, pois não havia sequer telefone no local para pedir socorro.

Mulher da vítima testemunhou tudo – Mas os criminosos estavam emboscados na estrada, onde haviam fincado uma estaca, obrigando o motorista a parar. Marcos foi retirado à força do veículo e executado diante da mulher e mais três pessoas. Segundo o coordenador do acampamento, Dejesus Martins Araújo, os dois primeiros tiros foram dados quando Marcos ainda estava sendo retirado da picape. Em seguida, os jagunços mandaram que os acompanhantes voltassem para o carro e fossem para o acampamento, deixando Marcos com eles. (mais…)

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Mais um agricultor é morto em Eldorado dos Carajás, Pará

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O camponês Adelino Ramos, que denunciava a extração ilegal, foi uma das vítimas da violência na semana passada. FOTO: DIVULGAÇÃO

Após o quinto assassinato na região amazônica, governo anuncia força-tarefa para garantir a segurança

Marabá, Pará. O agricultor Marcos Gomes da Silva, 33 anos, foi assassinado a tiros, ontem, diante da mulher e de outras três testemunhas, por dois homens encapuzados na zona rural de Eldorado dos Carajás, no sul do Pará. Ele chegou a ser socorrido, mas morreu a caminho do hospital.

Silva teve a orelha decepada após o crime, da mesma forma que o líder extrativista José Cláudio Ribeiro da Silva, morto há duas semanas, juntamente com sua mulher, Maria do Espírito Santo.

A notícia do assassinato, o quinto na região amazônica em duas semanas, chegou ao governo na tarde de ontem e levou a presidente Dilma Rousseff a convocar uma reunião com governadores da Região Norte e a anunciar uma ação militar de emergência, batizada de Operação Defesa da Vida.

A força- tarefa vai mobilizar as polícias Federal e Rodoviária, a Força Nacional e as Forças Armadas para conter a violência no campo. O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, que participou da reunião, disse que as ações começarão na próxima semana e terá uma articulação com os governos locais, com o Poder Judiciário e o Ministério Público. O objetivo, de acordo com o ministro, é dar “punição exemplar” aos assassinos. (mais…)

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URGENTE – solidariedade a um companheiro da CPT e da Justiça nos Trilhos

Está marcado para o próximo dia 20 de junho, o julgamento do recurso de apelação apresentado pela defesa do nosso companheiro José Batista Afonso, advogado da CPT de Marabá e destacado militante em defesa dos direitos humanos, contra injusta decisão do juiz federal de Marabá, que o condenou a uma pena de 2 anos e 5 meses de prisão, sob acusação de cárcere privado. O recurso será julgado pela 3ª Turma do Tribunal Regional Federal da 1ª. Região, com sede em Brasília.

Abaixo encaminhamos o texto do Manifesto, onde constam breves informações sobre o caso e pedido expresso para que os três desembargadores que julgarão o caso revertam a decisão para absolver o companheiro das infundadas acusações que sofreu.

Pedimos que dêem a máxima divulgação para o caso e que todos e todas, pessoas e entidades, enviem o texto do manifesto, com seu nome inserido no campo destacado ao final do manifesto, por fax ou por email, para cada um dos desembargadores indicados.

Tendo em vista o contexto de graves e sistemáticas violações de direitos humanos e de perseguição e criminalização de trabalhadores e defensores no Estado do Pará, estamos certos de que a vitória neste caso é de fundamental importância. (mais…)

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