Em meio à onda de assassinatos na Amazônia, a quinta vítima foi Marcos Gomes da Silva, 33 anos, morador do acampamento Nova Sapucaia, em Eldorado do Carajás, executado quando era levado para o hospital, cinco horas após ter sido baleado pela primeira vez.
De acordo com testemunhas, o agricultor construía uma ponte nas redondezas do acampamento Nova Sapucaia, onde morava com a família, às 16 horas de quarta-feira dia 1 de junho, quando foi abordado e baleado por dois homens. Mesmo com um tiro no abdômen, Marcos caiu no riacho e conseguiu se esconder no mato, esperando que os jagunços se afastassem para pedir ajuda a um vizinho. Somente por volta das 21 horas os acampados conseguiram, entretanto, uma picape para levá-lo para Eldorado do Carajás, pois não havia sequer telefone no local para pedir socorro.
Mulher da vítima testemunhou tudo – Mas os criminosos estavam emboscados na estrada, onde haviam fincado uma estaca, obrigando o motorista a parar. Marcos foi retirado à força do veículo e executado diante da mulher e mais três pessoas. Segundo o coordenador do acampamento, Dejesus Martins Araújo, os dois primeiros tiros foram dados quando Marcos ainda estava sendo retirado da picape. Em seguida, os jagunços mandaram que os acompanhantes voltassem para o carro e fossem para o acampamento, deixando Marcos com eles.
Como a estrada é o único acesso a Eldorado do Carajás, somente na manhã os acampados tiveram condições de segurança para buscar a polícia.
O corpo foi encontrado na mata por volta das 8 horas da manhã. Marcos teve a orelha esquerda arrancada e foi quase degolado.
O Superintendente da Polícia Civil de Marabá, Alberto Teixeira, disse que, pelos depoimentos das testemunhas, “não é possível associar o crime a conflitos agrários”, pois, se fosse esse o caso, “seria mais provável que o coordenador do acampamento fosse abatido”.
Marcos era maranhense e morava sozinho com a mulher, Maria Francisca. Nova Sapucaia está ainda em processo de regulamentação pelo INCRA.
Tania Pacheco, com informações do Diário do Nordeste e O Globo.
Temos que mobilizar as pessoas – nas escolas , nas igrejas, nas universidades -e deflagrar um grande movimento de INDIGNAÇÂO diante da violência dos que se pretentem donos da terra que é de todos . O Direito à Terra tem que estar em pauta. Acabar com a miséria exige acabar com a concentração de terra