BA -Terreiro de Candomblé é reconhecido como Patrimônio do Brasil

Primeiro terreiro de candomblé a ser reconhecido como Patrimônio do Brasil (1984) pelo Ministério da Cultura, a Casa Branca do Engenho Velho é mais um vencedor dos Editais do IPAC

Localizado na Avenida Vasco da Gama, nº 463, em Salvador, o Ilê Axé Iyá Nassó Oká – terreiro de candomblé conhecido como Casa Branca do Engenho Velho – é um dos mais novos vencedores da política pública de editais do Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia (IPAC), autarquia da secretaria estadual de Cultura (SecultBA). No valor de R$ 19,9 mil, o edital vai possibilitar a restauração completa da Casa de Oxossi do terreiro.

Os especialistas estimam que a Casa Branca tenha cerca de 300 anos sendo considerada matriz dos inúmeros outros terreiros da nação ketu no Brasil dando origem a inúmeros templos afro-brasileiros. A história é iniciada na Barroquinha, local que integra a área de tombamento federal do Centro Histórico de Salvador, e depois o terreiro foi transferido para a Vasco da Gama.

O tombamento da Casa Branca como Patrimônio Cultural do Brasil em 1984, foi um marco inédito nas ações do Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) do Ministério da Cultura. Foi o primeiro templo religioso não católico a ser tombado como patrimônio do Brasil, com inscrição no Livro Arqueológico, Etnográfico e Paisagístico.  O terreiro também foi homenageado na 3ª Conferência Mundial da Tradição dos Orixás e Culturas, realizada em Nova York.

A Associação São Jorge do Engenho Velho é a representante legal da Casa Branca e o proponente do projeto junto ao IPAC foi o antropólogo Estélio Gomberg, pós-doutorando em Ciências Sociais pela Universidade Federal da Bahia. “Necessitávamos de restauração emergencial em algumas edificações e por isso nos inscrevemos no edital do IPAC”, relata Gomberg. O terreiro detém cerca de 6.800 metros quadrados, com barracão, casas de santo, árvores, praça com fonte e barco, entre outros itens sagrados.

Os editais do IPAC apóiam propostas da sociedade civil para a salvaguarda dos patrimônios culturais baianos. “Em ambiente democrático e participativo é fundamental que a sociedade participe efetivamente das políticas públicas e que o Estado compartilhe, direcionando e orientando a gestão e proteção dos bens culturais”, explica o diretor geral do órgão, Frederico Mendonça.

Entre 2008 e 2010, o IPAC aprovou 28 projetos para ações no Pelourinho, em Salvador, 24 específicos para bens culturais em todo o Estado da Bahia, e nove voltados especialmente para ações em museus baianos. Assim, no período de dois anos, foram viabilizados 61 projetos, totalizando mais de R$ 2,2 milhões investidos.

Projetos como Índios na visão dos índios, Por do sol acontece no museu, Encontro das Manifestações Culturais de Cairu, Riquezas do patrimônio imaterial de Ubaíra, Oficina de valorização da Feira de São Joaquim, Documentação arquitetônica e sítio histórico de Rio de Contas e Inventário cultural do acervo arquitetônico de Macaúbas são outros projetos aprovados nos Editais do IPAC.

Para Gomberg a escolha da Casa Branca pelo IPAC foi estratégica. “Os terreiros são importantes na nossa cultura, aos quais devemos consideração e atenção dos poderes públicos”, finaliza Gomberg. Os editais do IPAC e a relação completa de projetos vencedores são sempre publicados no site www.ipac.ba.gov.br. Mais informações, através do endereço eletrônico [email protected] e, nos horários comerciais, via telefones (71) 3117- 6491 ou 3117-6492.

Assessoria de Comunicação IPAC em 03.02.2011 – Jornalista responsável Geraldo Moniz (1498-MTBa) (71) 8731-2641 Texto: estagiário Tiago Araújo e Geraldo Moniz – Contatos: (71) 3116-6673, 3117-6490, ascom,[email protected] – Acesse: www.ipac.ba.gov.br – Facebook: Ipacba Patrimônio – Twitter: @ipac_ba

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