Nota de solidariedade aos despejados do acampamento de Ponto Novo

A Associação de Advogadas e Advogados de Trabalhadores Rurais (AATR) elaborou a carta abaixo, enviada já por diversas entidades, por fax, ao Juiz de Direito de Comarca de Campo Formoso. Os telefones para o envio são: (74) 3645-1459 / 1597 / 2001 / 2023 / 3770. Abaixo, a carta e as primeiras assinaturas:

Ex. Sr Juiz de Direito da Comarca de Campo Formoso-BA

Dr. Marley Wilson Cunha Medeiros

As entidades que abaixo subscrevem vêm manifestar solidariedade às famílias camponesas do acampamento Terra Nossa, que no dia de ontem, 22 de fevereiro, foram despejadas pela Policial Militar das áreas que moravam e tiravam o seu sustento, há mais de dois anos, situadas no perímetro irrigado do município baiano de Ponto Novo e reiteram o pedido de REVOGAÇÃO das liminares de reintegração de posse concedidas no curso dos processos n° 306/2008 e 0001074-81.2010.805.0242 que tramitam na Comarca de Saúde, considerando as questões expostas a seguir. (mais…)

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Manoel Gentil já está solto: esquenta o “Caso Flaviano”

O fazendeiro Manoel de Gentil, acusado de mandar matar Flaviano Pinto Neto, já está solto. Ele foi preso ontem e não ficou nem 24 horas na cadeia.  A liminar para soltá-lo – concedida pelo desembargador Antônio Bayma Araújo – foi dada durante a noite.

Tão rápida quando o desembargador foram as organizações sociais que, em 2010, organizaram o Tribunal Popular do Judiciário.  Hoje pela manhã elas lançaram uma nota repudiando a decisão da Justiça maranhense.  O caso referente ao assassinato de Flaviano ainda está submetido à Polícia Civil. O inquérito ainda não foi concluído. Após a sua conclusão o assunto ficará sob a responsabilidade do Ministério Publico e da Justiça. Veja, abaixo, a nota das organizações sociais feita hoje pela manhã: (mais…)

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Escravidão em ferrovia concedida à ALL: detalhes e repercussão

Isolados no meio da Serra do Mar, alojamentos lotados não tinham estrutura adequada (Foto: MH)

Reportagem exclusiva traz mais informações sobre o flagrante de trabalho escravo ocorrido na linha férrea Santos-Mairinque. Isoladas em contêineres no meio da Serra do Mar, vítimas enfrentavam degradância, descaso e ameaças

Por Maurício Hashizume

São Paulo (SP) – O flagrante de trabalho escravo na manutenção da Ferrovia Santos-Mairinque, administrada pela América Latina Logística (ALL), ganhou destaque em dezembro último por dois motivos principais: pela prisão em flagrante do dono de empreiteira menor subcontratada para fazer o serviço e por ter ocorrido nas cercanias da maior cidade do país.

O caso reserva, porém, outros traços e pontos complementares que não vieram à tona na época do ocorrido. Novos detalhes – e o posterior comportamento das empresas e agentes envolvidos – são apresentados nesta reportagem especial da Repórter Brasil, que acompanhou todos os lances da operação. (mais…)

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Carta Aberta da Turma GH1, Instituto Insikiran: “União dos Povos Indígenas contra o tráfico de seres humanos em Roraima”

Nós alunos do curso de Licenciatura Intercultural do Instituto Insikiran – UFRR, turma GH1, pertencentes aos povos Macuxi, Wapichana e Ingaricó, entendemos que o tráfico humano é uma questão grave, que tem acontecido em Roraima, sob nossos olhos, aliciando meninas indígenas que são traficadas e barbaramente exploradas sexualmente. Os aliciadores conquistam a confiança das famílias fazendo-se passar por pessoas generosas, boazinhas, oferecendo-lhes carona, empregos lucrativos que envolvem viagens. As ofertas de trabalho geralmente são em Manaus, Guiana, Venezuela ou Suriname.

Por isso, nos organizamos e pensamos que para enfrentar o tráfico de pessoas é necessário, sobretudo, ousadia e mostrar que existe uma sociedade organizada capaz de proteger suas crianças, adolescentes e mulheres contra a exploração e expropriação de sua dignidade humana.

Não podemos nos omitir diante dos levantamentos que apontam Roraima como rota internacional do Tráfico, onde a população indígena aparece com maior vulnerabilidade! Somos educadores e iremos agir fazendo diversas atividades para mobilizar as populações indígenas para essa realidade. (mais…)

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Em reunião, indígenas cobram seriedade no trabalho da Funai

Os pataxó reclamam da remarcação de prazos para a solução de impasses no sul da Bahia

Por Maíra Heinen

Assessoria de Comunicação – Cimi

Lideranças indígenas do povo Pataxó e entidades do Governo Federal se reuniram nesta terça-feira (22) em Brasília, para tratar das demarcações das Terras Indígenas Barra Velha e Cahy, no sul da Bahia.  Mais de 40 pataxó estiveram na audiência, apresentando suas reivindicações e exigindo as soluções para os impasses que ainda existem. Representando o governo, participaram o presidente da Fundação Nacional do Índio (Funai), Márcio Meira; do Instituto Chico Mendes de Conservação e Biodiversidade (ICMBio), Rômulo Melo; o diretor de obtenção de terras do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), Celso Lisboa; o secretário nacional de articulação social da Presidência da República, Paulo Maldos; a antropóloga da Coordenação Geral de Identificação e delimitação (Funai), Leila Sotto-Maior, entre outros. A assessoria jurídica e de comuinicação do Conselho Indigenista Missionário (Cimi) também estiveram presentes. (mais…)

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SP – Humilhada no Walmart, mulher negra acaba em Hospital

Osasco/SP – A dona de casa Clécia Maria da Silva, 56 anos, denunciou ter sido submetida a humilhações por parte de seguranças do Supermercado WalMart, da Avenida dos Autonomistas, em Osasco, ao ser tratada como ladra e ter sua bolsa revistada por um dos seguranças.

“Deixe ver essas bolsas”, teria dito o segurança, que não se identificou, ao segurar com força no seu braço à saída da loja. A dona de casa é negra e disse que, ao revistar sua bolsa, o homem teria dito: “Isso acontece mesmo com os pretos”.

Por causa da abordagem, em que as três bolsas que carregava foram retiradas das suas mãos e as mercadorias expostas, e com a aglomeração das pessoas que se formou, dona Clécia passou mal e teve que ser removida para o Hospital Montreal, pela ambulância do serviço de saúde do Supermercado. (mais…)

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Quem matou o cacique Veron?

Egon Heck e Vanessa Ramos – Cimi

No segundo dia de julgamento, seis testemunhas foram ouvidas

Antes de clarear o dia quase todos os Guarani Kaiowá já estão de pé. Alguns tomando chimarrão e arrumando a mala com os poucos pertences trazidos. Hora de fazer o ritual de despedida na aldeia dos parentes Guarani Mbyá no Pico do Jaraguá. No ônibus é o momento de fazer as pinturas no rosto e encher-se de coragem, força e alegria para mais um duro dia de julgamento.

“Estamos aqui pedindo justiça pelo assassinato do cacique Marcos Verón – Povos Indígenas Guarani Kaiowá” são os dizeres das faixas que vão sendo colocadas e seguradas pelos membros da delegação indígena. Alguns repórteres já estão apostos e vão registrando o início de mais uma jornada.

No decorrer do segundo dia do julgamento os trabalhos fluíram com bastante tranqüilidade. Todas as seis vítimas ouvidas testemunharam com muita precisão e detalhes os acontecimentos ocorridos entre os dias 11 e 13 de janeiro de 2003. Impressiona como, depois de nove anos, as testemunhas se referiam aos fatos como se “tivessem ocorrido ontem”, afirma Adelcia Martins Verón, cujo depoimento foi em Guarani com o tradutor Tonico Benites. (mais…)

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O livreiro do Alemão

Capa de O livreiro do Alemão, recém-lançado por Otávio Jr, pela Panda Books

Otávio Júnior, idealizador e realizador do projeto Ler é 10 – Leia Favela, que incentiva a leitura de crianças e jovens nos conjuntos de favelas do Alemão e da Penha, deixa um pouco – e apenas um pouco – de lado a leitura e lança seu primeiro livro como autor. O título da obra, O Livreiro do Alemão, se deve ao apelido que ganhou por conta do projeto que realiza há 10 anos. Otávio tem apenas 27 anos e além de contador de histórias, é ator e produtor teatral. Desde 1998, então com 15 anos, atua junto a crianças e à literatura. Além de incentivar a leitura, também escreve contos, roteiro de histórias em quadrinhos e poesias infanto-juvenis.

No livro que acaba de lançar, Otávio conta sua história, a trajetória de uma criança que no meio do lixo encontrou um livro e, desde então, não parou mais de ler. A leitura também o “libertou”, como conta na obra: “Sei, por experiência própria, que as crianças daqui têm uma visão muito estreita do mundo. Quase não saem da favela. Tudo é perto. A escola, a igreja, o campo de futebol, o mercadinho, as ONGs. Muitas nem conhecem a praia. Ficam presas aqui  dentro. Foi a leitura que me libertou dessa prisão”.

Depois que teve seu contato com a literatura, Otávio passou a promover a leitura dentro da sua comunidade. Ao frequentar bibliotecas, eventos literários, saraus, achou que poderia levar essas atividades para dentro da sua comunidade. Foi aí que surgiu o projeto. Ao contrário do que grande parte das pessoas possa imaginar, Otávio se sente feliz em morar no Alemão. “ (mais…)

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Ato contra a ThyssenKrupp/CSA nesta sexta 25

FORA TKCSA

Moradores de Santa Cruz e pescadores da Baía de Sepetiba convidam para oAto contra a ThyssenKrupp Companhia Siderúrgica do Atlântico (TKCSA), que está destruindo a Baía de Sepetiba.

Data: 25 de fevereiro – sexta-feira

Hora: 10h00

Local: em frente à Secretaria Estadual de Ambiente (SEA) e ao Instituto Estadual de Ambiente (INEA) – Avenida Venezuela, 110

Não deixe que a TKCSA ganhe a Licença Definitiva de Operação!

Estamos em uma campanha para impedir a licença de operação definitiva da siderúrgica TKCSA. Esta empresa está operando de maneira a tornar a vida das pessoas que moram no seu entorno – pescadores, mulheres, crianças, trabalhadores/as – um verdadeiro flagelo. Além de todos os problemas causados ao meio ambiente e a Baia de Sepetiba, a siderúrgica esta causando sérios danos à saúde (especialmente doenças respiratórias, infecções de olhos e pele) dos moradores do bairro de Santa Cruz. As pessoas estão sentindo literalmente “na pele” o preço de um suposto “progresso”…
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As cardosas e as carrancas do senhor Onésio, em Buriti de Inácia Vaz

As famílias deles sobreviveram ao boom da soja no Baixo Parnaiba maranhense e, no dia 19 de fevereiro de 2011, eles se sentaram na varanda da casa da dona Cardosa para agruparem suas áreas de Chapada em torno de um projeto de gestão ambiental do rio Preto na comunidade das Carrancas, município de Buriti de Inácia Vaz.

Defendeu-se o título “Carrancas do senhor Onésio” para o projeto como forma de homenagear o senhor Onésio, herdeiro de sua avó em uma parcela da Chapada por onde se assomam milhares de bacurizeiros.

Segundo o senhor Onésio, o verdadeiro nome da comunidade é Valência. Carrancas é o antigo nome e assim se denominava por conta do aspecto carrancudo ou então sombreado que se conferia à Chapada antes da chegada dos “gaúchos”.

As Cardosas – assim o senhor Onésio exclamava o nome das parentas da sua esposa e que batalharam e que batalham para segurar mais de cem hectares de Chapada manchados por bacurizeiros de toda ordem gráfica. Os bacurizeiros grafam os céus com seus galhos e seus troncos que assumem formas de uma natureza indecifrável e impressionante.
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