AGÊNCIA NOTISA – O peixe é frequentemente a principal fonte de proteína para populações ribeirinhas da Amazônia. Entretanto, mudanças sazonais interferem na disponibilidade deste alimento. Sabendo disso, Olaf Malm, do Instituto de Biofísica Carlos Chagas Filho, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), e colegas investigaram como as mudanças sazonais (águas alta e baixa) e mudanças interanuais se associam às concentrações de mercúrio total e metilmercúrio em mulheres e crianças que vivem à margem do rio Tapajós. Os resultados da pesquisa ainda serão publicados na Environmental research.
Os autores contam no artigo que avaliaram a exposição retrospectiva aos metais através de amostras dos cabelos de 32 mães e de seus 51 filhos. Os segmentos de cabelo utilizados permitiram análise representativa de dois anos. Segundo os pesquisadores, as participantes relataram elevado consumo de peixe, de 4 a 14 vezes por semana.
As concentrações de mercúrio total e metilmercúrio em cabelos variaram de 1,0 a 51,0 e de 0,5 a 41,4 ?g g?1, com médias de 12,4 e 10,2 ?g g?1, respectivamente. O valor médio relativo de metilmercúrio foi de 80%. Houve ainda uma correlação significativa nas concentrações de ambas as substâncias entre mães e filhos.
“As concentrações de mercúrio ao longo de fios de cabelo dos indivíduos mostraram variação significativa sazonal que coincide com as águas alta e baixa. As alterações no ambiente aquático impactam a disponibilidade das espécies de peixes, o que se reflete nas concentrações de mercúrio total e de MeHg nos cabelos”, consideram os autores.
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