Fazenda de pecuária é flagrada com 22 submetidos à escravidão

Durante quatro meses, trabalhadores da na Fazenda Boa Esperança, no município de Bom Jardim (MA), não receberam salários de forma regular e ainda foram impedidos de deixar o local por causa de “dívidas” com o “gato”

Bianca Pyl

O grupo móvel de fiscalização libertou 22 trabalhadores que eram submetidos a condições análogas à escravidão na Fazenda Boa Esperança, na zona rural de Bom Jardim (MA).  A operação, que contou com a pariticpação de integrantes do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), do Ministério Público do Trabalho (MPT) e da Polícia Federal (PF), ocorreu em 13 de agosto.

O gerente da fazenda contratou um “gato” (aliciador de mão de obra) que reuniu o coletivo de pessoas, há cerca de quatro meses, para fazer o serviço conhecido como “roço de juquira” – que é a “limpeza” do terreno para formação de pastagem com vistas à criação extensiva de gado bovino.
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Famílias de reserva extrativista denunciam intimidação no Pará

Famílias de uma reserva extrativista no Pará estão sendo expulsas por fazendeiros vizinhos que se dizem donos da área, de acordo com informações recebidas pelo Ministério Público Federal (MPF/PA).  Denunciantes que testemunharam os conflitos na região da reserva Chocoaré-Mato Grosso, localizada em Santarém Novo, litoral nordeste paraense, disseram que há indícios de práticas de tortura contra os extrativistas.

Para evitar o agravamento do conflito pela terra, equipes do MPF/PA estão fazendo a medição da área.  A próxima visita de uma equipe da instituição ao local será nesta quinta-feira, 26 de agosto.  O objetivo é estabelecer e demarcar os limites da reserva.  A partir desse limite, há uma área de dez quilômetros chamada zona de amortecimento, local onde as atividades humanas, como a agricultura, estão sujeitas a normas e restrições específicas, para minimizar os impactos negativos sobre a reserva.
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Câmara Municipal de Fortaleza se solidariza com Defensor Público Thiago Tozzi

A Câmara Municipal de Fortaleza aprovou hoje de manhã, em sessão plenária e por unanimidade, moção de solidariedade ao Defensor Público Thiago Tozzi pelo assédio moral sofrido, por parte da direção da Defensoria Pública. O requerimento de Moção de Solidariedade foi de autoria dos vereadores, João Alfredo(Psol) e Eliana Gomes (PCdoB).

Na sessão de ontem, João Alfredo havia denunciado o fato de o Defensor, que se encontra à frente do Núcleo de Ações Coletivas (NAC), estar sofrendo perseguição dentro da própria Defensoria Pública do Ceará.

No texto aprovado, João e Eliana Gomes dizem que há algum tempo vem sendo encaminhada denúncia de assédio moral e ataque às prerrogativas de Thiago Tozzi por parte da direção da Defensoria. “Esta direção, desta forma, desrespeita seus próprios princípios, em vez de fortalecer os seus integrantes para o reto cumprimento de suas funções”, justificam. (mais…)

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Ceará – Chapada do Apodi, Tabuleiro de Russas: “Desenvolvimento a que preço?”

Arte de Hélio Rôla
Plínio Bortolotti

Completaram-se quatro meses da morte de José Maria Filho, agricultor de Limoeiro do Norte. Abatido com 19 tiros, ao que tudo indica por matadores de aluguel, o seu assassinato não foi apenas uma brutalidade por si só, sugere também um aviso.

Zé Maria era personagem ativo na luta contra o uso intensivo e extensivo de agrotóxicos – pulverizado por aviões – na cultura de frutas nos perímetros irrigados da região. Participava também do movimento de agricultores desapropriados para a instalação desses projetos – Chapada do Apodi e Tabuleiro de Russas.

De acordo com estudos da médica Raquel Rigotto, professora da UFC, são despejados mais de 70 mil litros de agrotóxico a cada pulverização, atingindo localidades habitadas por mais de oito mil pessoas. Segundo a médica, são sete tipos de veneno que contaminam as pessoas diretamente, o solo e o lençol freático, poluindo a água consumida nessas comunidades (O POVO, 20/8). (mais…)

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RENAP se une ao Fórum em Defesa da Zona Costeira do Ceará no Portal do Mar

O Portal do Mar será um instrumento que permitirá a toda a sociedade verificar o respeito aos direitos das comunidades tradicionais, conhecer o seu modo de vida, e o meio ambiente que o garante. A partir da identificação dos casos, poder-se-á ter uma reflexão sobre o modelo de desenvolvimento que gera estes conflitos.

Para a Rede Nacional de Advogadas e Advogados Populares- RENAP significa uma importante fonte de dados para as suas atividades. O Portal propiciará material tanto para a educação em direitos, como para ações judiciais, por exemplo. Além disso, a advocacia popular procura trabalhar em diferentes frentes. Uma delas é a estratégia de comunicação. Seja como perspectiva pedagógica, seja como instrumento de pressão política. O direito é uma construção social e histórica. Sendo assim, ganha-se mais um meio nesta disputa de valores, que pode nos render o direito à vida ou a aniquilação de povos e culturas, a invisibilização das violências, contra as quais se luta secularmente.

Os povos do Mar, apesar de toda a diferença de condições nesta caminhada, vêm dando exemplos de resistência e superação. A esta luta que a RENAP procura se somar. Muitas vezes sem condições materiais necessárias, mas que o ímpeto de seus profissionais, bem como a acolhida que as comunidades proporcionam, garante a continuidade desta luta. (mais…)

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Nota da Defensoria Pública do Estado de Roraima: Afastamento de defensor expõe crise

A permanência do defensor Thiago Tozzi no Núcleo de Direitos Humanos e Ações Coletivas foi parar na Justiça. Por trás do conflito, há o questionamento sobre as prerrogativas da própria atuação da Defensoria.

O afastamento e depois o retorno, por uma liminar, do defensor público Thiago Tozzi, do Núcleo de Direitos Humanos e Ações Coletivas (NAC), expuseram uma crise interna na Defensoria Pública do Ceará, que tem como pano de fundo as próprias prerrogativas de atuação da instituição.

Na última quinta-feira (4), o Instituto Brasileiro de Advocacia Pública (IBAP) lançou carta ao governador Cid Gomes e à defensora-geral, Francilene Gomes, considerando “inadmissível” a postura da Defensoria, por ter determinado o afastamento. Dezoito entidades, entre movimentos sociais, ONGs, federações e associações, entraram com um requerimento na Defensoria solicitando uma reunião sobre o NAC.

Tozzi foi afastado no começo de janeiro de suas funções no núcleo, reassumindo em seguida por decisão do Tribunal de Justiça. Segundo a corregedora da Defensoria, Benedita Basto, o defensor encaminhava processos que não eram da alçada da Defensoria Pública, mas de órgãos como Ministério Público e Ministério Público do Trabalho. (mais…)

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Nota de Solidariedade ao Defensor Público Thiago Tozzi

A sociedade civil reconhece a importância do Núcleo de Ações Coletivas- NAC. Este setor da Defensoria Pública se liga as causas sociais que atingem as comunidades, efetivando os direitos humanos na sua característica de indivisibilidade, percebendo que direitos individuais só podem ser concretizados juntamente com os coletivos.

Desta forma, reconhece, também, a necessidade de isenção na escolha dos servidores públicos que ficarão a frente, devendo haver critérios objetivos, que afiram a identidade com a matéria. Neste sentindo é que se percebe o grande valor do Defensor Público Thiago Tozzi a frente deste Núcleo.

Estamos desde o início da perseguição feita pela Defensoria Pública-Geral prestando solidariedade. Agora, mais uma vez, não podemos aceitar as medidas tomadas pela direção desta instituição, que vai de encontro aos seus próprios valores. (mais…)

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Thiago Tozzi, responsável pela Ação Civil Pública contra a termoelétrica da MMX no Porto de Pecém, Ceará, é afastado e tem seu escritório invadido

Thiago Tozzi, que, à frente do Núcleo de Direitos Humanos e Ações Coletivas (NAC), do Ceará, vem sendo dos mais atuantes  membros de uma instituição – a Defensoria Pública – que na maioria dos estados brasileiros se caracteriza  pela omissão frente a seus deveres constitucionais, foi sumariamente afastado de suas funções e teve seu gabinete arrombado, na madrugada de ontem.

Thiago Tozzi vem sendo perseguido e processado pela Defensoria Geral do Estado há cerca de dois anos. Por coincidência, talvez, foi exatamente em 2008 que o Defensor Público entrou com uma Ação Civil Pública contra a autorização concedida  pela Secretaria de Meio Ambiente do Ceará para a construção da termoelétrica da MMX no Porto de Pecém, em terras do Povo Indígena Anacé.

Sua atuação  não se resume à luta em defesas dos Direitos Coletivos, entretanto. Atualmente, Thiago Tozzi está organizando, juntamente com o Instituto Brasileiro de Advocacia Pública, o I Encontro Nacional da Defensoria Pública: Direitos Humanos e Tutela Coletiva, que será realizado de 22 a 24 de setembro, em Fortaleza. Dentre os objetivos do Encontro estão exatamente “fomentar o debate institucional sobre as atribuições da Defensoria Pública na seara da tutela jurisdicional dos direitos metaindividuais e dos direitos humanos” e “o  fortalecimento institucional da Defensoria Pública a partir da interação entre departamentos responsáveis por ações de grande visibilidade com ênfase na construção da Unidade Nacional”. Para isso, está prevista inclusive a criação do Fórum Nacional de Defensores Públicos de Direitos Humanos e Tutela Coletiva, durante o Encontro.

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Trabalho escravo é uma violação dos direitos humanos que pode ameaçar exportações do Brasil

Trabalho escravo, vamos abolir de vez essa vergonha

Durante o curso Trabalho Escravo – Aspectos Trabalhista e Penal, dia 25/8, em Brasília, o ministro da Secretaria de Direitos Humanos, Paulo Vannuchi, ressaltou que o trabalho escravo no país é uma questão que vai além dos direitos humanos e reflete na economia, ameaçando até as exportações. O ministro afirmou também que a não solução do problema é uma de suas “frustrações pessoais” na Secretaria.

“O Brasil corre os risco de ter problemas na Organização Mundial do Comércio (OMC) porque países concorrentes podem levar fotos e provas do uso de trabalho escravo na produção de soja, por exemplo”.

Ele também destacou a importância da aprovação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 438 para a erradicação do trabalho escravo no país. A PEC prevê a expropriação e destinação para a reforma agrária de todas as terras onde sejam flagrados trabalhadores em condições análogas ao trabalho escravo. (mais…)

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Mineração de Urânio precisa ser proibida, artigo de Norbert Suchanek

Foto: Mina de Urânio em Namíbia, foto do filme
Foto: Mina de Urânio em Namíbia, foto do filme “Uranium Thirst” de Norbert Suchanek e Márcia Gomes de Oliveira
[EcoDebate] A organização Médicos Internacionais para a Prevenção da Guerra Nuclear, IPPNW, exigiu que a mineração de urânio seja proibida mundialmente. Na véspera do Congresso “Mineração de Urânio, Saúde e Povos Indígenas”, que vai começar dia 26 de agosto na Suiça, Frank Uhe, Chefe da IPPNW na Alemanha falou: “Nós não podemos esquecer que a mineração e a concentração de urânio sempre está conectada com perigos graves para a saúde e o meio ambiente.”

A indústria nuclear é uma indústria suja desde o seu começo. Trabalhadores nas minas e as populações locais podem adoecer com câncer, especialmente leucemia, câncer de estômago, câncer do fígado, câncer do intestino, câncer do rim e câncer de pele. Em risco estão também os recursos hídricos. Por exemplo, no norte da Austrália. Lá cada dia 100.000 litros de água contaminada com elementos radioativos e tóxicos da mina de Urânio Ranger Mine está infiltrando no meio ambiente. No mundo, 75 porcento das populações afetadas pelas minas de urânio radioativas são povos indígenas. Por isso, o IPPNW e outros organizadores do congresso como o “Nuclear Free Future Award” e “AG Uranium Network” falam: “Deixe o urânio intocado no chão!” (mais…)

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