A propriedade da terra deve ser limitada?

Nos dias 1 a 7 de setembro realiza-se o Plebiscito Popular pelo Limite da Propriedade da Terra, promovido pelos movimentos sociais, pastorais sociais, centrais sindicais que juntamente com outras entidades constituem a Campanha Nacional pelo Limite da Propriedade da Terra.

Na edição desta semana a revista IHU On-Line debate o tema central desta inciativa popular. Especialistas de diferentes áreas do conhecimento contribuem na discussão.

Na opinião do advogado Jacques Alfonsin, tanto a reforma agrária quanto a limitação da propriedade da terra são requisitos para que se faça justiça no campo. Além disso, afirma que o poder público privilegia o agronegócio em detrimento da agricultura familiar. Martinho Lenz, jesuíta e sociólogo, localiza a origem obscura do latifúndio brasileiro, parecidíssima “com a legalização de um roubo”.

Sérgio Sauer, filósofo e teólogo, afirma que limitar a propriedade é democratizar o campo e a sociedade em seu contexto mais amplo. Para o advogado Fernando Prioste, o plebiscito de setembro servirá para colocar em evidência a altíssima concentração fundiária no Brasil. Limitar a propriedade e cumprir a função social da terra promoverá a distribuição de renda, acredita. O sociólogo Zander Navarro apresenta o contraponto da edição, destacando que limitar a propriedade da terra é uma “insanidade”. Colocar em prática essa ideia comprometeria a produção agropecuária no Brasil.

Recentemente, por ocasião do lançamento do importante livro Jesus. Aproximação histórica, de José Antonio Pagola (Petrópolis: Vozes. 2010), esta revista dedicou uma edição às pesquisas sobre o Jesus histórico. A entrevista com o Geraldo Dondici Vieira, professor da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio), complementa aquela edição.

Na primeira semana de agosto estiveram reunidos no Instituto Humanitas Unisinos – IHU os diretores dos centros de pesquisa e ação social dos jesuítas latino-americanos. Nesta ocasião dois jesuítas, um mexicano e outro espanhol, radicado na Índia, concederam duas breves entrevistas. O primeiro, jXel, nascido Gerónimo Hernández, narra a sua trajetória junto às comunidades indígenas no México. O segundo, Fernando Franco, até recentemente coordenador dos trabalhos sociais da Companhia de Jesus no mundo, partilha algo da sua experiência com os ‘dalits’, na Índia.

Dois artigos e uma entrevista completam a edição. “Cultura Religiosa e digital“, de Eduardo Gabriel, sociólogo, professor da Universidade de São Paulo – USP, e “Os fenômenos midiáticos mundiais produzidos por espectadores: a inversão de papéis” de Maíra Bittencourt, mestranda em comunicação na Universidade do Vale do Rio dos Sinos – Unisinos e membro do Cepos – Grupo de Pesquisa Comunicação, Economia Política e Sociedade. Kierkegaard e Dogville: a desumanização do humano é o tema da entrevista de Fransmar Barreira Costa Lima, filósofo, professor da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia – UESB.

http://www.ihu.unisinos.br/index.php?option=com_noticias&Itemid=18&task=detalhe&id=35352

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