MPF recorre da decisão sobre coleta e comercialização de sangue indígena Karitiana

Fonte: MPF – Ministério Público Federal
Link: http://www.mpf.gov.br

O Ministério Público Federal (MPF) em Rondônia recorreu da decisão da Justiça Federal de Rondônia em ação que trata da coleta não autorizada de sangue dos índios Karitiana. A ação teve início em outubro de 2002 e pedia a condenação de Hilton Pereira da Silva e Denise da Silva Hallak ao pagamento de indenização, por dano moral, à comunidade indígena Karitiana, no valor de quinhentos mil reais, além de obrigá-los a não usar o material biológico (sangue) retirado daquela comunidade indígena.

Na ação, o MPF argumentou que os réus coletaram sangue e dados antropométricos (medidas corporais) dos índios Karitiana em desacordo com as normas legais do Brasil. Para obter o material biológico, eles prometiam a realização de exames e fornecimento de medicamentos aos indígenas. No julgamento, a Justiça Federal entendeu que a retirada do sangue dos índios se deu no exercício regular da profissão do médico Hilton Pereira da Silva e em situações de emergência, afastando a hipótese de biopirataria e comercialização na internet do patrimônio genético Karitiana. Assim, o pedido de indenização à comunidade indígena foi negado. (mais…)

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Indígenas Cinta Larga encerram atividades de garimpo em Rondônia

Fonte: Amazonia.org.br
Link: http://www.amazonia.org.br

Indígenas da etnia Cinta Larga enviaram um ultimato aos garimpeiros que ocupavam a Reserva Roosevelt, em Rondônia.  Eles exigiram o fechamento dos garimpos, a saída das pessoas, e a retirada de todos os equipamentos da região.  A decisão foi tomada após uma reunião entre os caciques da Nação Cinta Larga.  As informações são do jornal Rondoniaovivo.

A operação foi chamada “Operação Laje” e alguns garimpeiros já abandonaram o local após terem recebido ordem de retirada. Os maquinários pesados foram deixados na área, com a expectativa de que as atividades sejam retomadas.

Os indígenas entraram em contato com Fundação Nacional do Índio (Funai), Forças Armadas e Polícia Federal para garantir que a operação continue e as atividades ilegais de garimpo sejam encerradas na reserva. Em entrevista ao jornal, os indígenas avisaram que não querem “mais nenhum parafuso” na região.

As atividades ilegais de extração de diamantes dentro da reserva acontecem há nove anos em uma área que equivale a mais de 500 campos de futebol.

http://www.amazonia.org.br/noticias/noticia.cfm?id=360311

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Pelo veto do Presidente Lula à proposta de Estatuto mutilada

A Carta aberta abaixo foi escrita pelo Movimento Negro Brasileiro, que solicita seja apoiada e enviada para os e-mails abaixo listados. TP.

“Nós, Organizações e Ativistas do Movimento Negro Brasileiro, vimos publicamente pedir ao Excelentíssimo Senhor Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, que VETE INTEGRALMENTE O ESTATUTO DA IGUALDADE RACIAL – PLS 213/2003. Tal projeto de lei foi intensionalmente desconstruído, tanto na Câmara Federal quanto no Senado Federal, do seu propósito de estabelecer medidas de reparação à população negra e responsabilização do Estado brasileiro aos danos causados pela escravização, a fim de instaurar políticas e ações de combate ao racismo e efetivar o princípio constitucional de igualdade entre brasileiros e brasileiras de todas as origens raciais e étnicas. Consideramos, portanto, que a formulação a ser apreciada pelo Presidente da República contraria frontalmente os interesses da sociedade brasileira, em especial da população negra, de uma sociedade sem racismo e disparidades raciais.

Desde que aqui chegamos, lutamos contra a escravidão, rompemos correntes, desmascaramos o mito da democracia racial e criamos na legislação brasileira mecanismos que, para além de nossa organização, pudessem dar conta do enfrentamento ao racismo.Na Constituinte, em 1988, conseguimos colocar a criminalização do racismo, o direito às terras quilombolas, o livre exercício das manifestações religiosas, entre tantas outras coisas mais. Por nossa própria conta, termos implementado as cotas raciais nas universidades, tornando a academia um espaço de diversidade e produção plural de pensamento; os conteúdos de valorização da história e cultura africana e afro-brasileira nos ensinos fundamental e médio, como uma das estratégias fundamentais de fomentar o antirracismo nas novas gerações.
A formulação inicial do Estatuto da Igualdade Racial foi uma ação apensada (espécie de compilação de todos os projetos de lei que tramitavam na Câmara dos Deputados), apresentada pelo então Deputado Federal Paulo Paim, em 2000, às vésperas da 3ª Conferência Mundial Contra o Racismo. Muito discutimos e negociamos para a construção de um texto plural   no sentido de  enfrentar a complexidade do racismo. (mais…)

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Carta aberta ao padre Felice Bontempi em defesa da Escola EFA Bontempo

Belo Horizonte, 08 de julho de 2010

Prezado padre Felice Bontempi, como seu colega no sacerdócio, eu, frei Gilvander Luís Moreira , decidi manifestar publicamente meu parecer sobre o conflito que ora o envolve, a FBD – Fundação Brasileira de Desenvolvimento – e a EFA Bontempo. Por isso lhe escrevo uma carta aberta.

Tive a alegria e a responsabilidade de conhecer a EFA Bontempo em 2003. Participei um dia inteiro de um Seminário na EFA Bontempo, em 26 de junho de 2006. Ainda retine nos meus ouvidos os depoimentos de ex-estudantes que, profundamente emocionados, relatavam o bem que a EFA Bontempo tinha feito na vida deles. Diziam que suas esperanças de um futuro melhor foram frustradas pelo senhor, padre Felice, que os apoiou inicialmente, mas que agora, de forma apressada, tinha resolvido retirar a EFA Bontempo do prédio que foi construído, após dois anos de trabalho de base, com muito debate em seminários e reuniões, onde se forjou o Projeto Político Pedagógico da referida EFA. A construção contou com o seu apoio, por meio de recursos intermediados na Itália, mas pelas notas fiscais da Associação, a responsabilidade da construção foi da EFA, por meio da sua mantenedora, a AEFAMBAJE. Por isso, naquele encontro em defesa da EFA afirmavam: “daqui não saio, daqui ninguém me tira”.

Na ocasião, junto com Marcelo Resende, então representante do ITER – Instituto de Terras do Governo de Minas – e da SEARA , e uma comissão conversamos com o bispo Dom Severino Clasen, da Diocese de Araçuaí, MG, que percebeu a justeza das reivindicações da Comunidade da EFA Bontempo. Intui que Dom Severino se preocupou/a com a possibilidade de acontecer um massacre dentro da Diocese dele em cumprimento de reintegração de posse pedida por um padre daquela Diocese mesma, no caso, por suas mãos, padre Felice. Conversamos também com a coordenadora da Delegacia de Ensino da região, que confirmou o reconhecimento da  Secretaria Estadual de Educação de Minas Gerais à  EFA Bontempo que há 4,5 anos  recebe  semestralmente dinheiro para a manutenção das atividades educacionais  por meio  de uma Lei conquistada pelo conjunto das EFAs filiadas à AMEFA. (mais…)

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Troca de experiências marca o início do I Seminário de Vigilância e Fiscalização em Terras Indígenas do Acre

Os primeiros dias do I Seminário de Vigilância e Fiscalização em Terras Indígenas do Acre, promovido pela Associação do Movimento de Agentes Agroflorestais Indígenas do Acre, foram marcados pelos relatos de ações que as comunidades vem realizando para impedir invasões em suas florestas e saques de seus recursos naturais. Desde a manhã até à noite, as rodas de conversa aconteceram no plenário e nas áreas de convivência do Centro de Formação Povos da Floresta da Comissão Pró-Índio do Acre.

Os povos Jaminawa, Manchineri, Kaxinawá, Ashaninka, Arara/Shawadawa, Nawa, Poyanawa, Kuntanawa estão presentes no Seminário. São representantes de 15 terras indígenas que trazem suas experiências de ações que as comunidades indígenas tem realizado para impedir a invasão de pessoas estranhas e as ameaças às suas áreas e aos seus recursos naturais.

Fiscalização comunitária, diálogos, apoio de parentes vizinhos, acordos comunitários de convivência, todas as ações estão sendo consideradas de grande importância, necessárias mesmo para que se restaure a harmonia e a bom convívio entre índios e não-índios. Mas falta aquilo que mais é preciso ter: o apoio dos órgãos que tem o dever de proteger estes territórios. “A gente ta enfrentando tudo muito só, sem apoio” é o que diz Lucila Nawa. Para ela, a FUNAI e o IBAMA deveriam levar a sério o trabalho dos Agentes Agroflorestais Indígenas, porque afinal eles são os verdadeiros “guardiães da floresta e a função deles é ajudar os nossos governantes a administrar o nosso Estado”. (mais…)

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Nota Pública das Comunidades Camilo Torres, Irmã Dorothy e Dandara sobre acampamento diante da Regional Barreiro da Prefeitura de BH

“Nós trabalhadoras/es sem-teto e moradores das comunidades Camilo Torres, Irmã Doroth (no Barreiro, em BH) e Dandara (no Céu Azul, Nova Pampulha, em BH) comunicamos à sociedade que nos encontramos acampados há 3 dias na porta da Regional Barreiro da Prefeitura de Belo Horizonte. Reivindicamos a abertura das negociações com as administrações estadual e municipal no sentido de encontrarmos uma solução pacífica e digna para as mais de 1200 famílias que hoje encontram-se ameaçadas de despejo na capital mineira. Enfrentamos as noites frias com nossos filhos e filhas na frente da Regional Barreiro (Rua. Flávio Marques Lisboa, 345, Barreiro, BH) procurando sensibilizar, de forma pacífica, o administrador regional o Sr. Leonardo Couto (PSDB) a intermediar a discussão com o Prefeito de Belo Horizonte, Sr. Márcio Lacerda (PSB), porém até agora não fomos ouvidos.

No lugar de procurar uma solução para nossa questão, que a cada momento se agrava, tendo em vista a ameaça do despejo, o Sr. Leonardo Couto chamou o Batalhão de Choque para intimidar-nos. O choque não teve como executar nenhuma ação legalmente legítima (uma vez que, estamos acampados na calçada e não impedimos ninguém de entrar no prédio da regional). No entanto, os soldados nos ameaçaram verbalmente e 3 microônibus da Tropa de Choque se dirigiram para as comunidades Camilo Torres e Irmã Doroth (sem nenhum mandato judicial) para intimidar e aterrorizar os nossos companheiros que permaneceram nas comunidades em sentinela. Porém foi apenas um ato de terror, não chegando, felizmente, a realizar prisões e agressões. Seguindo a mesma lógica, a tropa de Choque tentou impedir (dia 07/07- quarta-feira) o nosso acesso ao Restaurante Popular do Barreiro, sob alegação infundada de que iríamos atrapalhar os trabalhos deste serviço público. (mais…)

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A nossa terra, a nossa água, a nossa vida – pronunciamento de Dom Cappio na Itália

“Este é o grito de um pastor que vem das terras do Sul, preocupado e muito ocupado com as ovelhas de sua imensa grei. Um pastor que deseja ardentemente que suas ovelhas tenham verdes pastos nos quais comer, água cristalina para beber, ar limpo para respirar. Vida de qualidade e dignidade, vida com todos os direitos de cidadania. E por isso é necessário pôr em fuga os lobos que giram vorazes nas vizinhanças em busca de vítimas com as quais saciar sua insana fome de riqueza e de poder.”

A opinião é de Luiz Flávio Cappio, bispo de Barra, na Bahia, grande crítico da transposição do Rio São Francisco. O artigo, transcrição de trechos de um pronunciamento de D. Cappio feito na Itália, foi publicado pela agência italiana Adista, 28-06-2010. A tradução é de Benno Dischinger. Eis o texto.

“(…) O ser humano se encontra ante uma emergência inédita. Este planeta azul de um universo divino, estrela do firmamento, privilegiado por sua beleza e riqueza, que sempre nos ofereceu sustento e conforto, agora agoniza há longa data por causa da insana exploração humana.

O momento é grave e necessita de toda a nossa reflexão, séria e responsável. O momento exige consciência para lutar contra a destruição dos nossos rios, dos nossos bosques, do nosso povo e contra a arrogância e o lucro de quantos querem transformar tudo em mercadoria e em moeda de troca para fins econômicos. (mais…)

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Tribunal de Iquitos suspende temporariamente expulsão do padre inglês Paul McAuley

Um tribunal de Iquitos acatou  medida cautelar contra a ordem de expulsão do Padre Paul McAuley, horas antes do término do prazo dado pelo governo para que ele deixasse o Perú. Segundo a advogada do religioso, “o processo para anular a ordem de expulsão pode levar de um mês a seis meses ou mais”.

A decisão de expulsar McAuley acontece em meio a grande tensão entre os povos originários e o governo, a partir do veto do Executivo à lei votada pelo Congresso que tornaria obrigatória a consulta aos povos indígenas antes de aprovar operações de exploração de recursos naturais em seus territórios, de acordo com o que estabelece o Convênio 169 da Organização Internacional do Trabalho (OIT), integrada pelo Peru integra.

Paul McAuley, de 65 anos, vive no Peru há 20 anos e  trabalha na Amazônia há dez. Ele vem questionando as empresas petroleiras que contaminam a selva amazônica e apóia os povos indígenas contra as transnacionais em defesa de seus territórios. (mais…)

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Massacre anunciado: Mais de 1.300 famílias ameaçadas de despejo em Belo Horizonte. Entrevista especial com Maria do Rosário de Oliveira Carneiro

Unisinos – 1.159 famílias de sem-teto e sem-terra, em Belo Horizonte, resolveram “por o pé no barranco” e ocupar terrenos abandonados que não cumpriam a função social. São as Ocupações-comunidades Dandara, Camilo Torres e Irmã Dorothy. O poder judiciário tem sido insensível à causa dos sem-teto e sem-terra. Ameaçados de despejo, o povo dessas três ocupações não arredam o pé e se dizem determinados a resistir a ações de despejos.

Maria do Rosário de Oliveira Carneiro, irmã religiosa da Congregação das Filhas de Jesus, advogada, membro da Rede Nacional de Advogados Populares – RENAP – e da Comissão Pastoral da Terra – CPT, aompanha as Ocupações-comunidades Dandara, Camilo Torres e Irmã Dorothy, foi entrevistada por Gilvander Moreira.

Gilvander Moreira é frei Carmelita, professor no Instituto Santo Tomás de Aquino (ISTA) em Belo Horizonte e no Seminário Maior de Mariana. A IHU On-Line agradece a entrevista. Confira.

O que, onde estão e como se formaram as Ocupações-comunidades Dandara, Camilo Torres e Irmã Dorothy?

Maria do Rosário de Oliveira Carneiro: Estas três ocupações-comunidades estão em Belo Horizonte, MG. Com 887 famílias, a Comunidade Dandara está situada no bairro Céu Azul, região da Nova Pampulha, na capital mineira. Com 142 famílias, a Comunidade Camilo Torres está localizada na Av. Perimetral, 450, Vila Santa Rita, bairro Jatobá, no Barreiro, Belo Horizonte. Ao lado, com 120 famílias, está a comunidade Irmã Dorothy. Mais de 160 famílias que resistem há 15 anos nas Torres Gêmeas (dois prédios situados no bairro Santa Teresa, BH) estão também ameaçadas de despejo. (mais…)

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Perseguições aos Tupinambá da Serra do Padeiro serão discutidas em reunião dia 12, na Bahia

Na próxima segunda-feira, 12/07/2010, representantes indígenas de todo o estado se reunirão na Secretaria de Justiça, Cidadania e Direitos Humanos (SJCDH) do Estado da Bahia, a partir das 8 horas da manhã, para tratar dos graves problemas e perseguições enfrentados pela comunidade Tupinambá da Serra do Padeiro.

A reunião foi marcada como resultado de manifestação liderada pela Apoinme, pelo Fórum de Educação Indígena na Bahia e pelos representantes indígenas no recém empossado Copiba (Conselho dos Povos Indígenas da Bahia) e contará também com a participação da ANAÍ – Associação Nacional de Ação Indigenista.

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