O Globo quer sangue

Os números da Secretaria de Segurança do RJ mostram que os moradores do Alemão envolvidos com o tráfico não chegam a 1% da população. Imagem e texto de “O Globo” levam à interpretação de que todos os que moram ali são potencialmente bandidos, o que justificaria mais uma ação violenta da polícia.

Marcelo Salles

O jornal O GLOBO quer sangue. Em manchete neste domingo (20), afirma: “Alemão: tráfico faz feira de drogas a céu aberto”. A “reportagem”, toda ela baseada em informações da polícia, é um louvor à violência. O jornal abre a página 17 com uma foto, feita de longe, de várias casinhas, como numa visão geral do Complexo do Alemão, e a inscrição: “Cidadela do tráfico”. Imagem e texto conduzem à interpretação de que todos os que moram ali são potencialmente bandidos, o que justificaria mais uma ação violenta da polícia.

Essa informação, no entanto, bate de frente com os fatos, pois os números da própria Secretaria de Segurança Pública (SSP-RJ) mostram que os moradores do Alemão envolvidos com o tráfico não chegam a 1% da população (em 2007, o próprio GLOBO deu que, segundo a SSP-RJ, eram 450 traficantes para uma população de aproximadamente 100 mil pessoas). (mais…)

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“É urgente voltar à filosofia e à reflexão”

É a melhor despedida que um escritor pode ter. Leitores e amigos de todos os cantos do mundo fazem suas homenagens, compartilhando a certeza de haverá sempre muito para ler e reler. E reler, como ensinou José Saramago, é uma das armas para enfrentar a presença e o avanço da barbárie no mundo. A melhor maneira de homenagear Saramago e honrar o seu legado é mantendo suas palavras vivas, circulando pelo mundo. É essa a homenagem que a Carta Maior quer prestar neste momento, dedicando o editorial desta semana à palavra e ao exemplo de vida deixado pelo escritor português. (Editorial – Carta Maior)

Assista ao vídeo da palestra feita por José Saramago no Fórum Social Mundial 2005, em Porto Alegre. (Acervo Carta Maior)

“Acho que na sociedade atual nos falta filosofia. Filosofia como espaço, lugar, método de reflexão, que pode não ter um objetivo determinado, como a ciência, que avança para satisfazer objetivos. Falta-nos reflexão, pensar, precisamos do trabalho de pensar, e parece-me que, sem idéias, não vamos a parte nenhuma”.

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Perú: ¿Solo la propiedad salvará a los pueblos amazónicos?

Por Otra Mirada

21 de junio, 2010.- A un año del “Baguazo”, se publicó el artículo La Amazonía no es Avatar elaborado por el Instituto Libertad y Democracia (ILD) que dirige el economista Hernando de Soto. En este artículo, al igual que en el documental El misterio del capital de los indígenas amazónicos, se enfatiza que, frente embate de la globalización, los pueblos amazónicos requieren de propiedades y empresas para protegerse y beneficiarse de este inevitable proceso. Pero ¿la propiedad será la única vía para que estos pueblos puedan salir de la pobreza y la exclusión?

El problema amazónico: ¿rechazo o integración al modelo?

Para Hernando de Soto, los indígenas de la Amazonía rechazan el hecho de ser marginados y no tener un papel en el proceso productivo dentro del nuevo orden que se les propone. Pero, ¿de qué proceso productivo hablamos? Pues, de un sistema económico primario-exportador de los recursos naturales que, en muchos casos, ha originado el arrasamiento de pueblos enteros. Frente a esta realidad, se necesita reconocer que el actual modelo con el que se pretende “desarrollar” a los pueblos amazónicos viene entrando en conflicto con su forma de vida, donde lo colectivo y la convivencia con el territorio son predominantes.

En segundo lugar, estamos de acuerdo cuando De Soto afirma que los indígenas amazónicos tienen derecho a las herramientas del mercado para desarrollarse y que debemos condenar todas esas prácticas paternalistas que apuntan a tratarlos como “antigüedades precolombinas amarradas al pasado”. El tema aquí es cómo lo hacemos. El camino propuesto por De Soto es con la propiedad privada. (mais…)

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Ode aos ruralistas

Fonte: Correio Braziliense
Link: http://www.correioweb.com.br/

Apesar de negar aproximação com bancada do agronegócio na Câmara, autor do relatório do novo Código Florestal Brasileiro tem amplo histórico de ações em prol do setor

Vinicius Sassine

A polêmica frase “Dedicado aos agricultores brasileiros”, na primeira página do relatório que altera o Código Florestal Brasileiro, não é o primeiro sinal da aproximação do deputado Aldo Rebelo (PCdoB-SP) às causas ruralistas.  É, na verdade, um dos últimos lances de uma postura do parlamentar comunista que já dura mais de um mandato.  Aldo diz que as defesas que vem fazendo na Câmara — como flexibilizar as regras para reservas legais e áreas de preservação permanente (APPs), um anseio antigo dos produtores rurais — representam, simplesmente, a defesa da nação.  “Meu único interesse é defender a agricultura brasileira na guerra comercial travada com a agricultura europeia e americana”, afirma o deputado, num discurso que remete ao nacionalismo e à linha ideológica de seu partido.

Para se eleger em 2006 ao quinto mandato consecutivo, o então candidato recebeu R$ 1,45 milhão em doações de campanha, conforme registrado no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).  Entre os doadores, estavam empresas e entidades diretamente ligadas ao agronegócio, como o Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé).  Um dos 13 candidatos escolhidos pelo Cecafé para doações em dinheiro — três deles líderes da bancada ruralista —, Aldo recebeu R$ 40 mil para a campanha.  Outros R$ 70 mil foram doados por uma empresa que fabrica insumos para defensivos agrícolas e por uma indústria de papel e celulose. (mais…)

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As muitas violências contra os moradores de rua de São Paulo

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O tratamento dado pela prefeitura paulistana e o governo estadual paulista à população sem-teto a torna invisível e mais vulnerável à violência

Marcio Zonta, de São Paulo (SP)

A invisibilidade da população em situação de rua pode explicar, de uma maneira mais ampla, a chacina ocorrida na madrugada de 11 de maio, no bairro do Jaçanã, em São Paulo, quando seis pessoas que dormiam sob um viaduto foram mortas a tiros (leia detalhes na matéria abaixo).

A opinião é de Átila, ex-morador de rua e um dos coordenadores do Movimento Nacional da População de Rua. Segundo ele, é difícil dizer por que a violência contra esse setor social vem crescendo tanto nos últimos anos, mas acredita que alguns fatores são determinantes para tal comportamento. “Isso vem sendo motivado pelo incômodo que a sociedade, como um todo, sente dos moradores de rua. São pessoas mais vulneráveis, pois são invisíveis por não terem a proteção do Estado, geralmente por não terem documentos e por terem perdido seus vínculos familiares”. (mais…)

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Posicionamento do Comitê “Baía de Sepetiba pede Socorro” frente à Inauguração da TKCSA

No dia 18 de junho de 2010, com quase dois anos de atraso, a Companhia Siderúrgica do Atlântico (TKCSA), projeto conjunto da ThyssenKrupp Steel e Vale, foi inaugurada. Ao contrário do que a empresa afirma, existem muitos grupos e organizações que se opõem ao empreendimento e que vêm denunciando constantemente os crimes ambientais e as violações dos direitos humanos cometidos. São grupos e associações de pescadores artesanais, moradores, estudantes e outros movimentos e organizações que estão reunidos no Comitê a Baía de Sepetiba pede Socorro.

Desde 2006, quando iniciou suas atividades, a TKCSA vem causando problemas e transtornos para os pescadores e moradores da Baía e desrespeitando aspectos da legislação brasileira. Quando construiu a ponte de acesso ao porto, por exemplo, com 4,5 quilômetros dentro do mar, a empresa não tinha autorização para a obra da Secretaria de Patrimônio da União, necessária em se tratando de uma construção em área federal. Chegaram a construir 70% da ponte sem autorização alguma. As obras ocasionaram o desmatamento de áreas significativas de manguezais, levando o IBAMA a embargar parte da obra em 2007.

As dragagens, por sua vez, revolveram metais pesados que estavam sedimentados no fundo da Baía, resquícios dos acidentes da Ingá mercantil, contaminando novamente as águas com metais pesados. Biólogos declararam em alguns jornais que já teriam encontrado peixes com tumores e outros problemas físicos que poderiam ser resultantes da contaminação por metais pesados, o que confirma declarações dos pescadores que pescam na Baía. (mais…)

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Dilema entre reserva ambiental e quilombo e esclarecimentos sobre o assunto

Uma observação: em seguida à reportagem sobre o Quilombo Mumbuca, estamos publicando um esclarecimento do antropólogo Carlos Eduardo Marques sobre o assunto. TP.

Ana Paula Siqueira

BRASÍLIA – Uma situação inusitada em Minas Gerais gerou uma batalha judicial entre órgãos federais no estado. A criação da Reserva Biológica (Rebio) da Mata Escura, na região do baixo Jequitinhonha, vem tirando o sono dos moradores do Quilombo Mumbuca. De um lado, o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) defende a demarcação e permanência da comunidade no local. Do outro, o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) luta pela implantação da área de preservação. A reserva abrange toda a extensão do quilombo.

A grande questão gira em torno do tipo de reserva em que pode se transformar a região. Nas reservas biológicas (Rebio), de acordo com o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Renováveis (Ibama), não é permitida a presença humana ou qualquer atividade que altere a vegetação natural. O objetivo é proteger amostras da fauna e da flora em seu ambiente natural para estudos científicos, monitoramento ambiental, educação científica e manutenção dos recursos genéticos.

A criação da reserva se deve à construção da hidrelétrica de Itapebi, localizada no município de mesmo nome, na divisa da Bahia com Minas Gerais. A barragem foi construída no Rio Jequitinhonha, entre 1999 e 2003. A Rebio seria uma das maneiras de compensar o dano ambiental causado com a obra. (mais…)

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Posicionamento Político Institucional do CEN sobre a Aprovação do Estatuto da Igualdade Racial

“As elites, sempre terão umas migalhas a oferecer, para aqueles que não são convidados para os banquetes”.  (Joaquim Nabuco)

Antes de escrever este documento, nós, da Coordenação Nacional do Coletivo de Entidades Negras/CEN, tivemos a preocupação e a responsabilidade de ler o que publicaram os principais jornais do país sobre a Aprovação do Estatuto da Igualdade Racial. Afinal de contas, o Estatuto era o depositário fiel de mais de 10 anos de luta do movimento negro, e lá estava contido, após vários debates acalorados e construções diversas, os anseios da diversidade de entidades que compõe o movimento negro nacional.

É importante relembrar que nós do Coletivo de Entidades Negras/CEN fomos a favor da aprovação do Estatuto e defendemos este ponto de vista dentro da II CONAPIR (Conferência Nacional de Promoção da Igualdade Racial). Entendemos que as diretrizes que apresentadas em junho de 2009, continham os elementos necessários para o apoio à aprovação do Estatuto naquela época, com base no Projeto de Lei Substitutivo elaborado pela Comissão Especial da Câmara dos Deputados

Juntamente com outras importantes entidades do movimento negro sentamos com o na época Ministro Edson Santos e entendemos a importância de aprovação do Estatuto da Igualdade Racial nos moldes daquela época, ou seja, sem os cortes estabelecidos pelo Senador Demóstenes Torres e que acreditávamos inegociáveis. (mais…)

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Saramago, um camarada de todas as horas dos Sem Terra do Brasil

Por todo o mundo, se lamenta a morte do grande escritor comunista português José Saramago. A literatura universal perde um de seus maiores mestres. De origens camponesas, apesar de ter trabalhado em diversos ofícios antes de se dedicar à escrita, Saramago nos propõe, a partir de seus romances, que reflitamos sobre alguns dos principais dilemas humanos.

Logo naquele que é considerado seu primeiro grande livro, chamado Levantado do Chão, nos descreve tão bem a tragédia do camponês do sul de Portugal na luta para ver a terra dividida.

O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) sente profundamente a perda desse grande intelectual. Mas, acima de tudo, sentimos a perda de um amigo e camarada. A nota é do sítio do MST, 19-06-2010: (mais…)

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Clima de alta tensión entre empresas y comunidades indígenas en Guatemala, advierte Relator ONU

Relator Anaya en Guatemala

CIUDAD DE GUATEMALA – El Relator Especial de la ONU James Anaya advirtió este viernes sobre un creciente “clima de alta inestabilidad y conflictividad social en relación con las actividades de las empresas en los territorios tradicionales de los pueblos indígenas de Guatemala”.

“Esta situación requiere de respuestas decididas y urgentes por parte de los poderes públicos, a riesgo de colocar a Guatemala en una situación de ingobernabilidad”, recalcó al final de su visita al país el experto independiente designado por el Consejo de Derechos Humanos de la ONU para estudiar la situación de los derechos humanos y las libertades fundamentales de los indígenas.

Para el Sr. Anaya, Guatemala enfrenta una situación en la que “no sólo parecen resultar perjudicados los pueblos y comunidades indígenas, sino que va más allá, colocando en dificultades a la capacidad del Gobierno y a los propios actores empresariales de promover la inversión y el desarrollo económico en el país”.

Durante su misión de cinco días a Guatemala, el experto independiente de la ONU recibió testimonios directos sobre la contaminación de ríos y tierras; enfermedades; hostigamientos, ataques e incluso muertes de dirigentes comunitarios; desalojos forzados; daños o destrucción de casas; así como violaciones y abusos sexuales a las mujeres. (mais…)

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