Conforme noticiamos ontem, cerca de 60 pessoas, representando entidades, movimentos, associações e outras organizações da sociedade civil, além de parentes de pessoas assassinadas e de vítimas de perseguição por motivos diversos (às quais foi dada justa prioridade no espaço para falas) estiveram hoje reunidas durante duas horas com representantes da CIDH, capitaneados por Felipe González, no auditório da Defensoria Pública do Rio de Janeiro.
Abrindo o diálogo em nome da sociedade civil, Renata Lira, da Justiça Global, lamentou que a Comissão venha sendo tão pouco presente em relação ao Brasil, e que o último relatório sobre o País tenha sido feito há mais de dez anos. Renata salientou os principais aspectos dos direitos humanos que vêm sendo desrespeitados entre nós, dada a lógica de desenvolvimento vigente. Entre eles, destacou a violência, a criminalização da pobreza e dos movimentos, as diversas formas de discriminação e o racismo, institucional e ambiental. Ao final de sua fala, entregou a Felipe González a Carta Aberta que pode ser lida abaixo, que teve a colaboração do GT Combate ao Racismo Ambiental, assim como sua assinatura. TP.
Rio de Janeiro, 29 de junho de 2010.
Carta Aberta à Comissão Interamericana de Direitos Humanos
Prezados Senhores,
Ao tempo que as organizações signatárias saúdam este encontro e reafirmam seu compromisso político com o fortalecimento do sistema interamericano de proteção de direitos humanos, somos levados a reiterar a necessidade de que seus mecanismos amiudem as iniciativas de diálogo com a sociedade civil brasileira. Nos ressentimos e lamentamos o lapso transcorrido entre as visitas feitas pela CIDH ao nosso País.
O relato não exclusivo de processos violadores de direitos humanos que aqui partilhamos tem sido objeto da intervenção cotidiana destas organizações, sendo já levados também às instâncias nacionais, regionais e ao sistema universal de proteção de direitos humanos. (mais…)
Ler Mais