Cerca de 48 milhões de alunos têm mais frutas e verduras frescas
Cerca de 60% dos 5,5 mil municípios brasileiros compram alimentos da agricultura familiar para a alimentação escolar de 48 milhões de crianças e adolescentes. Aproximadamente 104 mil pequenos produtores em todo o País fornecem às escolas desde 2009, quando foi aprovada a Lei da Alimentação Escolar – que determina que, no mínimo, 30% da merenda nas escolas públicas devem ser comprados de famílias agricultoras.
O Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae) – (http://www.fnde.gov.br/index.php/programas-alimentacao-escolar) busca, ao mesmo tempo, alimentar os alunos de forma saudável e estimular a economia rural. A iniciativa abriu um mercado de R$ 1 bilhão por ano em compras. “Antes, a alimentação escolar era feita com produtos processados e com pouca diversidade, fracos em vitaminas e sais minerais, que são encontrados em abundância em frutas e verduras, oferecidas com a inclusão da agricultura familiar”, explica o coordenador das políticas de comercialização de produtos da agricultura familiar do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), Pedro Bavaresco.
Cardápio – As equipes nas escolas percebem a diferença. A nutricionista Juliana Neri, por exemplo, responsável por cardápios das escolas públicas de Sobradinho (DF), avalia que agora tem produtos mais saudáveis. “Mesmo que recebamos os mesmos gêneros alimentícios de antes, eles têm outra apresentação. É um produto mais fresco e de maior qualidade”, diz. E a inclusão de pequenos produtores aumentou a diversidade de ingredientes. “Isso é muito bom, pois se o lanche for repetitivo, as crianças enjoam”, afirma Juliana.
Cláudio Dias de Oliveira, da rede de ensino de Fagundes Varela (RJ), aproveita para levar a educação nutricional às escolas onde faz o cardápio dos alunos. “Temos que mudar hábitos na hora de comer, mas têm que ser aos poucos”, explica o nutricionista. O objetivo é lutar contra as doenças crônicas não transmissíveis, como diabetes, colesterol e hipertensão.“Um infarto, um AVC (acidente vascular cerebral) não começa aos 40 anos, eles começam na infância”, diz.
Ele lembra que muitas vezes os agricultores que fornecem os ingredientes para a merenda escolar são pais de alunos. “Eles estão colaborando para que os filhos comam alimentos mais saudáveis e ao mesmo tempo têm uma fonte de renda para a família”, diz. Por essas razões, Cláudio está tentando aumentar a cada dia o percentual de alimentos comprados da agricultura familiar no município, que está em 35%.
Produtores melhoram planejamento
Para participar do Pnae, os agricultores tiveram que melhorar a organização da produção. “A entrega de produtos precisa ser regular e seguir o calendário das escolas e nutricionistas. Como trabalhamos principalmente com produtos perecíveis, as datas de plantio e colheita devem ser bem planejadas”, explica o presidente da Cooperativa Agroecológica da Agricultura Familiar (Cooperfam), Airton Aloísio Kern, que atende as prefeituras de Maranguape, Fortaleza e o governo do estado do Ceará. Umas das metas é que, em pouco tempo, toda produção seja orgânica. Atualmente, 220 cooperados entregam às escolas municipais e estaduais 23 variedades de produtos, entre hortifrutigranjeiros, mel de abelha e polpas de frutas.
http://www.secom.gov.br/sobre-a-secom/acoes-e-programas/comunicacao-publica/em-questao/edicoes-anteriores/abril-2012/boletim-1503-03.04/agricultor-familiar-fornece-merenda-para-60-das-cidades?utm_campaign=Newsletteremquestao&utm_medium=Educacao&utm_source=Merrenda.Escolar&utm_content=30412