Dois lançamentos movimentam a manhã desta quarta (14) o Espaço Literário do VII Congresso Brasileiro de Agroecologia (CBA), um deles o livro “Agrotóxicos, Trabalho e Saúde”, organizado pela professora da Universidade Federal do Ceará (UFC), Raquel Rigotto. Ele é o primeiro na programação e está previsto para 10 horas, no auditório 1 do Centro de Convenções do Ceará.
O livro aborda a vulnerabilidade e a resistência de agricultores e agricultoras no contexto da modernização agrícola na região do Baixo Jaguaribe (CE). Os textos da publicação foram produzidos por 30 autores e autoras de 15 diferentes áreas de formação profissional e apresentam reflexões sobre a cadeia produtiva do agronegócio, que “transformou o campo em um mercado baseado na exploração da natureza e do homem, sem medir consequências ou se responsabilizar pelos impactos na saúde-ambiente”.
Também explicita a relação causal entre o modelo do agronegócio e a ocorrência de acidentes de trabalho, intoxicações agudas e crônicas por agrotóxicos e fertilizantes químicos, poluições das águas, do ar, da chuva, dos alimentos e do leite materno. Mas mostra, por outro lado, como as comunidades afetadas e pesquisadores conseguem superar essa condição a partir da construção do modelo agroecológico sustentável.
LEITURA MULTIDISCIPLINAR
Na sequência da agenda, será lançado o livro “Transgênicos para quem? Agricultura, Ciência, Sociedade”, organizado pela brasileira Magda Zanoni e pelo francês Gilles Ferment e produzido pelo Núcleo de Estudos Agrários e Desenvolvimento Rural (NEAD) do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA).
A obra será lançada às 13h30, com apresentação de Gabriel Fernandes (AS-PTA), Guilherme Abrahão (NEAD) e do próprio Gilles Ferment. Em seus 33 artigos, assume a posição de que a discussão não pode se restringir à problemática selecionada pela genética e pela biologia molecular como ciências dominantes. Para isso, foram reunidos textos de referência do debate europeu e brasileiro, oferecendo uma grande diversidade de análises e de pontos de vista de atores sociais: agricultores familiares, cientistas internacional e nacionalmente reconhecidos, estudantes, associações, cooperados, ativistas.
O livro integra a Coleção NEAD Debate e, sob enfoque multidisciplinar, abarca as dimensões agronômica, ecológica, cultural, social e política, indispensáveis a uma leitura mais ampla sobre os transgênicos. Foi lançado na França em março, na Assembléia Nacional de Paris. “O objetivo do livro é trazer uma reflexão acerca da anunciada capacidade dos transgênicos de resolver as dificuldades atuais e futuras com as quais nossas sociedades e, particularmente, os agricultores familiares e camponeses do mundo estão confrontados”, escrevem na introdução Magda Zanoni e Gilles Ferment.
O VII Congresso Brasileiro de Agroecologia (CBA) segue até 16 de dezembro, em Fortaleza, no Ceará, e deve contar com a presença de mais de 4 mil congressistas.
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