MS dos Guarani-Kaiwoá: Uma tragédia indígena

ESPERA: A índia Sandriele, da etnia Guarani-Kaiowá, num dos barracos do acampamento Apikay, na estreita faixa entre a BR-463 (ao fundo) e a cerca de um canavial. Há anos sem nenhuma atividade, sua família só sobrevive das doações de cestas básicas (Foto: Filipe Redondo)

Pistolagem, homicídio, suicídio, desnutrição, alcoolismo, racismo, narcotráfico, desmatamento e falta de terra. A expectativa de vida do maior grupo indígena do país é de 45 anos, só comparável à do Afeganistão

Ricardo Mendonça, de Dourados (MS), e Mariana Sanches

Na margem da BR-463, entre Dourados e Ponta Porã, no sul do Mato Grosso do Sul, a indiazinha Sandriele, de 2 anos de idade, passa o dia inteiro deitada num colchão velho e apodrecido sob a lona de uma barraca escaldante. O acampamento chama Apikay. Com uma dúzia de barracos parecidos, fica na estreita faixa que separa a cerca de um canavial do acostamento da rodovia. A família inteira de Sandriele vive há oito anos ali, sustentada pelas cestas básicas doadas pelo governo. A líder religiosa do grupo, a índia Damiana, reivindica a mata que fica exatamente do outro lado da rodovia, a poucos passos do acampamento. Ela, filhos, netos e agregados passam os 365 dias do ano totalmente desocupados, apenas olhando para o local que julgam sagrado. E ouvindo o barulho irritante dos carros, ônibus e caminhões que passam a mais de 100 quilômetros por hora. “Meus pais e meus avós estão enterrados ali”, repete, cercada de crianças, olhando para o outro lado da pista. Nas três visitas que ÉPOCA fez ao acampamento, sempre durante o dia, índios adultos da família de Damiana e Sandriele pareciam alcoolizados. Em setembro de 2009, as barracas foram incendiadas por gente estranha ao grupo e um índio foi baleado. O procurador Marco Antonio Delfino, do Ministério Público Federal (MPF), trata o ataque como “tentativa de genocídio”. (mais…)

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Importante: Nota à imprensa do Conselho da Aty Guasu

O  Conselho da Aty Guasu  esclarece, em relação às declarações dadas nesta quarta-feira (30/11) pelo presidente do Sindicato Rural de Iguatemi, Márcio Morgatto, a respeito do episódio em que um grupo de fazendeiros do qual ele fazia parte  ameaçou as lideranças indígenas que participavam de visita de representantes da Presidência da República ao grupo guarani-kaiowá do tekoha Pyelito Kue-Mbarakay:

Os homens que ameaçaram as cerca de 100 lideranças indígenas que estavam em dois ônibus não o fizeram diante da comitiva oficial, a qual estava escoltada pela Força Nacional de Segurança Pública. Esse é o motivo, aliás, pelo qual, segundo os policiais, eles não foram presos em flagrante pelas ameaças.

As frases como “Vamos queimar esses ônibus  com índios! Índios vagabundos! Ficam invadindo fazendas. Ninguém pode com a gente! Nós mandamos aqui. Vai acontecer do jeito que nós queremos, nunca vamos deixar os índios e nem a Funai invadir fazendas!” foram ouvidas pelos indígenas enquanto a caminhonete dos fazendeiros (placa HSH 1020, de Umuarama-PR  – o carro circulava sem documento e o motorista estava sem CNH) seguia os ônibus, que vinham mais atrás do grupo de funcionários do governo federal, cerca de  5  a 8  minutos.

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Nota da CNBB sobre situação das Organizações da Sociedade Civil

A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil-CNBB reconhece a grande contribuição das Organizações da Sociedade Civil na construção de uma sociedade democrática, justa e solidária, em consonância com o previsto na Constituição Federal, especialmente nos artigos 194 e 204.

As diretrizes pastorais da Igreja no Brasil conclamam as comunidades e demais instituições católicas a colaborar e agir em parceria com outras instituições privadas ou públicas, com os movimentos populares e outras entidades da sociedade civil, no sentido de contribuir democraticamente na implantação e na execução de políticas públicas voltadas para a defesa e a promoção da vida e do bem comum.

Medidas tomadas pelo Governo Federal, no intuito de melhorar a gestão pública e combater a corrupção, têm aumentado a burocracia tanto para o próprio Governo quanto para as Organizações da Sociedade Civil, com o estrangulamento destas, seja pelos crescentes custos administrativos seja pela diminuição dos recursos repassados. (mais…)

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Ação Nacional entrevista Oswaldo Sevá sobre Belo Monte (partes 1 a 4)

Arsênio Oswaldo Sevá Filho é professor da Universidade Estadual de Campinas. Nas últimas décadas tem feito extensão universitária colaborando com entidades ambientalistas, indígenas, populações atingidas por barragens e por outras instalações energéticas, sindicatos de trabalhadores e com o Ministério Público. Veja as partes 2 a 4 abaixo. (mais…)

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MG – Comunidade rejeita mineração

O Norte de Minas pode se tornar a nova fronteira mineral do Estado. Essa aposta, diante de investimentos que estão sendo planejados para a exploração de jazidas de minério de ferro em municípios do Alto Rio Pardo, está gerando polêmica entre moradores e autoridades. O minério poderá levar ao Norte o mesmo desenvolvimento ocorrido na região Central e no Quadrilátero Ferrífero? Quais serão os impactos sociais, econômicos e ambientais na região? Para debater esses assuntos, a Câmara Municipal de Taiobeiras (Norte) ficou lotada durante a audiência pública promovida pela Comissão de Minas e Energia da Assembleia Legislativa de Minas Gerais, nesta sexta-feira (2/12/11). A reunião contou com a presença de deputados e comunidade interessada.

Segundo o deputado Rogério Correia (PT), autor do requerimento da audiência com o deputado Sávio Souza Cruz (PMDB), é comum serem feitos anúncios de ‘redenções’ para o Norte de Minas. “O eucalipto é um exemplo. Prometeram que geraria renda, mas nada aconteceu. Agora, vem o ciclo da mineração. Falam de riquezas, empregos, mas pouco se pergunta sobre os impactos e a opinião das pessoas que vivem no local”, ressaltou. (mais…)

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Misteriosa rede empresarial chinesa avança sobre recursos naturais africanos

Conglomerado chinês na África não cumpre promessas de investimento em infraestrutura e se envolve em negociações obscuras com governos repressivos. Difícil é descobrir onde começa a empresa privada e onde termina o Estado chinês

Por Beth Morrissey, Ojha Himanshu, Rena Laura Murray e Patrick Martin-Menard, para o Center for Public Integrity*

Durante séculos, investidores estrangeiros devassaram a África à procura dos lucros oferecidos pelas abundantes reservas de petróleo e de minerais preciosos. Muitos deixaram rastros de corrupção e não cumpriram promessas de compartilhar a riqueza com os africanos.

É por causa deste passado que um conglomerado tem chamando a atenção da opinião pública do continente, ocupando as manchetes de jornais em diferentes países da África.

A companhia China-Sonangol é parte de uma rede global de empresas que realiza desde extração de petróleo em Angola, exploração de do ouro no Zimbábue, construção de condomínios de luxo em Singapura e empreendimentos imobiliários em Manhattan. (mais…)

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Mulheres Brasileiras Indígenas consolidam o grande sucesso na 1ª reunião estratégica e agradecem pelo apoio

A Presidenta Nacional das Mulheres Brasileiras Indígenas-Índia Tikuna We’e’ena Miguel, reuniou no Dia 30 de Novembro de 2011, das 08:00 horas da manhã ás 18:30 horas, no Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo, 112 lideranças indígenas que elegeram o grupo de trabalho para a organização do 1º CONGRESSO NACIONAL DAS MULHERES INDÍGENAS 2012, que será no Memorial da América Latina em São Paulo – Brasil.

O evento abriu com o Hino Nacional Brasileiro executado ao violão e cantado
na língua Guarani pelo Cacique Tukumbó Dyeguaká Robson Miguel e o lançamento do Hino oficial das Mulheres Brasileiras Indígenas.

Entre os presentes pudemos contar com participação da Presidenta do Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo Dra. Nelly Martins Ferreira Candeias, Deputado José Candido, Jornalista Internacional Espanhol Miguel Talegón Zaera, caciques e lideranças de 13 etnias: Guarani, Tikuna, Baré, Tupi-Guarani, Wassu Cocal, Xavante, Kaimbé, Kariri, Kaigang, Funiô, Borum, Kalapalo e Kuikuro.

Separados em equipes de trabalho, 5 pastas temáticas foram escolhidas pela organização e ao final entregues ao Deputado José Candido para os devidos encaminhamentos, com os temas e seus coordenadores: (mais…)

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Quem faz as denúncias?

Quando o assunto é o governo federal, a imprensa toma a dianteira. Quando quem se mete em maracutaia é o governo do Estado de São Paulo, a mídia fica a reboque

Por Ricardo Kotscho

Com os malfeitos municipais (licitação do Controlar) e estaduais (contratos do Metrô) tomando nas últimas semanas [em São Paulo] o lugar dos casos federais que dominaram o noticiário durante todo o ano, deu para notar uma importante diferença na origem das denúncias.

No plano federal, quem toma a iniciativa das investigações, das denúncias e, às vezes, até dos julgamentos de ministros, é a imprensa, quer dizer, os principais veículos de comunicação do país, com interesses econômicos contrariados ou com medo do fantasma do “controle social da mídia”.

A Polícia Federal, o Ministério Público e a Justiça vão a reboque do clamor da imprensa e dos partidos de oposição, tomando providências em função do noticiário e da opinião publicada (não confundir com opinião pública). (mais…)

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Procurador orienta índios contra usina de Belo Monte

Numa série de seis vídeos gravados em aldeias da etnia Xikrin, da Terra Indígena Trincheira Bacajá, no Pará, o procurador da República Felício Pontes orienta os índios a exigir mais dinheiro da Norte Energia, empresa responsável pela construção da usina de Belo Monte, informa reportagem de Agnaldo Brito publicada na Folha deste sábado.

A íntegra está disponível para assinantes do jornal e do UOL (empresa controlada pelo Grupo Folha, que edita a Folha).

Pontes é o procurador que mais combate o projeto. Ele participa das 13 ações contra Belo Monte que tramitam na Justiça paraense.

O vídeo, captado e produzido pela jornalista Rebecca Sommer, foi gravado entre os dias 13 e 14 de outubro, numa das aldeias da terra indígena Tricheira Bacajá, no Xingu.

O material chegou a ser disponibilizado por quatro dias (de 17 a 21 de novembro) no Youtube. A Folha apurou que o material foi sacado da web após pedido do Ministério Público Federal do Pará. (mais…)

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ARGENTINA: Miguel Bonasso: “Cristina autorizó el tráfico de influencias en la minería”

Entonces ahí también nos enfrentamos a El Mal. Porque es un modelo extractivo, de primarización, que nos retrotrae a Potosí, a la colonia. Estamos como antes de la Independencia. Y yo no quiero eso para la Argentina.

Por Víctor Pombinho – La Nación

En su nuevo libro, “El Mal. El modelo K y la Barrick Gold”, el diputado y periodista denuncia el acuerdo que le permite a la minera canadiense llevarse enormes ganancias mientras contamina la cordillera con la explotación de oro. También el investigador bucea en los negocios mineros en el país, las facilidades de producción, el tope de regalías y en general, lo que muestra a la Argentina como un “país amigable”, de acuerdo al argot de los empresarios mineros, del cual no somos ajenos en Santa Cruz .

El diputado y periodista Miguel Bonasso, autor de la Ley de Glaciares, viene de sacar el libro “El Mal. El modelo K y la Barrick Gold. Amos y servidores del saqueo de la Argentina”, en el que acusa al gobierno de Cristina Kirchner de permitir que la minera canadiense destruya los glaciares en Veladero y Pascua Lama y se lleve enormes ganancias del país gracias a la explotación de oro y enormes ventajas impositivas. (mais…)

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