Comunidade indígena protesta contra construção de via que liga a Vila Marinheiros até a Barra do Mundaú
Fortaleza. Cerca de 38 famílias, que compõem a aldeia indígena Tremembé de São José, protestam, desde ontem, contra a construção de estrada em Itapipoca. A iniciativa é da administração municipal, mas a rejeição se dá por conta dos impactos ambientais apontados pelas lideranças locais e pela falta de diálogo com a comunidade, o que até o momento afirmam que não ocorreu.
Essa é a opinião da líder comunitária Adriana Carvalho de Castro, conhecida como Adriana Tremembé. Ela disse que a estrada, da forma como se encontra, já atende à aldeia indígena. No entanto, adverte que, indo mais além, haverá um futuro incerto para o meio ambiente, que deverá ser agredido pela movimentação turística esperada para a região. A estrada teve início na Vila dos Marinheiros, nas proximidades da Praia da Baleia. Atualmente, as obras se encontram na Vila São José, com a possibilidade de avançar até a Barra do Mundaú, totalizando uma extensão de 6,5 quilômetros num custo, que se fosse feito pela iniciativa privada, ficaria em torno dos R$ 600 mil.
“O nosso questionamento é que a estrada foi construída sem levar em conta os impactos ambientais e nem houve uma discussão com as famílias”, disse Adriana Tremembé.
Máquinas paradas
Ontem, as máquinas estavam paradas nas imediações da Vila São José. Uma faixa havia sido estendida no corredor, com a população agradecendo pelo benefício, mas alertando para que houvesse um limite, caso contrário ocorreria graves danos ambientais, como salienta a líder.
“Nós agradecemos a estrada na medida do que já foi feito, porque facilita nosso acesso para outras aldeias e também antes as vias se tornavam intransitáveis durante a estação das chuvas”, afirma Adriana.
Até o momento, toda a estrada é feita de forma carroçal e não há perspectiva de que haja a cobertura de asfalto, como temem as lideranças indígenas. Ela lembra que as terras estão em processo de demarcação e o problema dos limites dos territórios daquela etnia vêm sendo acompanhados pela Fundação Nacional do Índio (Funai).
Diálogo
O secretário de Obras, Nei Barroso, disse que as máquinas estão paradas, desde quando foram iniciados os protestos, fato que aconteceu na terça-feira passada. Ele informou que o prefeito João Barroso se comprometeu em conversar com os moradores de São José.
“Não há nenhuma postura autoritária. A estrada que fizemos foi para satisfazer a comunidade, que fez questão de nos agradecer pela iniciativa”, disse Nei Barroso.
Ele explicou que todos os serviços estão sendo mantidos pela administração municipal.
“A ideia foi beneficiar, em primeiro lugar, os indígenas, porque sem uma via com condições mínimas de acesso ficavam impossibilitadas de tráfego ambulâncias, caminhões de abastecimento e até mesmo motocicletas”, ressaltou o secretário de Obras de Itapipoca.
http://diariodonordeste.globo.com/materia.asp?codigo=1048765
Estou nesta luta, Francisco, mas moro no Rio!
Peço se possível visitar o acampamento do ocupe Cocó,na Av.Engenheiro Santana Junior com Avenida Antonio Sales.Obrigado-Francisco Garcia Maciel