O glifosato, também conhecido como “mata-mato”, é o herbicida mais utilizado no Brasil e no mundo.
Comercializado pela Monsanto com o nome de Round Up, o agrotóxico mata praticamente todos os tipos de plantas, exceto as geneticamente modificadas para serem resistentes.
Estudos realizados em todo o mundo confirmam os malefícios do uso do glifosato para o corpo humano, entre eles, está a inibição do Citocromo, uma enzima para o funcionamento natural de muitos sistemas biológicos, a queda nos níveis de triptofano e, consequentemente, serotonina, condição associada ao ganho de peso, depressão, mal de Parkinson e de Alzheimer, aumento de células cancerosas e, por ser considerado um xenoestrogênio (substância sintética que age de forma similar ao hormônio feminino estrogênio), está também associado a casos de puberdade precoce, problemas de tireóide e infertilidade, má-formação de fetos e autismo.
Recentemente estudos publicados no International Journal of Environmental Research and Public Health sugeriram a ligação do glifosato com a doença crônica renal de origem desconhecida (CKDu, na sigla em inglês), que afeta principalmente os produtores de arroz no Sri Lanka. Essa descoberta fez com que o país fosse o primeiro no mundo a proibir a venda e o uso do pesticida em todo o seu território.
Em 2003 a Dinamarca restringiu severamente o uso do glifosato em algumas regiões do país.
Outros países, preocupados com o aumento de doenças relacionadas ao uso do glifosato também começaram a promover sanções contra o pesticida.
A Holanda já proibiu o seu uso, mas estabeleceu um o prazo máximo de adaptação que vai até novembro de 2015.
O Poder Legislativo em El Salvador baniu diversos agrotóxicos, incluindo o glifosato, em setembro do ano passado. A lei, porém, ainda não foi promulgada.
Estudos estão sendo realizados na Rússia, Tasmânia (cidade australiana) e no México com o objetivo de colher o maior número possível de evidencias que coloque o pesticida como causa prioritária de doenças que afetam produtores e consumidores.
Já no Brasil, o Ministério Público Federal, pediu em março deste ano a suspensão do uso do glifosato. A medida visa obrigar a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) a reavaliar a toxidade de oito ingredientes ativos suspeitos de causar danos à saúde humana e ao meio ambiente.
O pedido de reavaliação foi feito pela própria Anvisa em 2008, que enfrenta como um dos principais entraves para a reavaliação do herbicida as ações judiciais, movidas pelas fabricantes do produto e associações para tentar barrar o processo.