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Uma comitiva de quinze lideranças indígenas de várias regiões do estado de Roraima preocupadas com a situação da comunidade indígena Anzol, região do Murupu, ameaçada de remoção, realizaram visita de solidariedade a esta comunidade nesta sexta, dia 23 de maio.
A comunidade indígena Anzol, atualmente composta por 14 pais de família e população de 52 indígenas, é mais uma comunidade indígena no Brasil que busca o reconhecimento do direito a terra. Essa comunidade foi deixada de fora nas demarcações de terras indígenas na década de oitenta, quando ocorreram as demarcações ‘em ilhas’ no estado de Roraima.
A área em que a comunidade vivia era de propriedade da união, concedida pelo INCRA à Fazenda São Jorge, e recentemente foi vendida sem levar em conta a existência da comunidade para a empresa que está solicitando agora a retirada dos moradores.
Recentemente, no dia 3 de maio, a comunidade indígena teve conhecimento de que a empresa FIT Empreendimento Ltda. ingressou com um pedido liminar de reintegração de posse para que seus membros fossem retirados da área da comunidade. O pedido alega que a presença dos indígenas na área pode prejudicar as atividades de plantação de acácia mangium e exportação de madeiras para a Europa. A ação está tramitando na Justiça Estadual e aguarda a análise judicial para deferimento ou não da liminar de reintegração de posse a favor da empresa.
O apoio e o compromisso de uma luta coletiva das lideranças indígenas foram firmados durante a 42ª Assembleia Geral dos Povos Indígenas de Roraima em março desde ano no Centro Regional Lago do Caracaranã, na Terra Indígena Raposa Serra do Sol, onde a situação da comunidade Anzol foi amplamente apresentada pelo Tuxaua da comunidade.
Diante da situação que preocupa a comunidade Anzol, o momento é de apoio e ações concretas para o reconhecimento da terra pelo poder executivo, e nessa ação imediata visam garantir o direito constitucional para a comunidade. Esta visita marca o apoio de todas as lideranças indígenas do estado que estão atentas às decisões das autoridades e se solidarizam à comunidade Anzol que aguarda justiça.