Gilcilene Araújo, do G1 PI
Para ele, o modelo usado durante a ditadura militar está voltando.“Só acharam imagens dele entrando na Unidade de Polícia Pacificadora (UPP). E as imagens dele saindo, cadê? Acredito que ele tenha deixado o local dentro de um carro porque não há uma imagem sequer do Amarildo saindo da Unidade. Estamos retornando ao modelo usado durante a ditadura militar”, diz.
O delegado confirmou ainda que recebeu informações sobre o caso através do ex- delegado-adjunto Ruchester Marreiros, mas disse que não concordou com o pedido de prisão da esposa do ajudante de pedreiro, Elisabete Gomes da Silva. Ele considera que não havia elementos suficientes que comprovassem o envolvimento de Amarildo e da esposa dele com os traficantes da Rocinha.
“Considero muito prematuro dizer que Elisabete tem envolvimento com o tráfico de drogas. Se Marreiros fez um levantamento da região e tinha suspeita de que Amarildo era envolvido com tráfico, por que ele não disse antes? Por que não indiciou e nem pediu a prisão dele?”, questiona.
Orlando Zaccone justifica o fato dele não ter incluído no relatório as informações do delegado Ruchester Marreiros. Segundo ele, não havia elementos que comprovem que o “Boi”, traficante do Rio de Janeiro, seja o apelido de Amarildo.
“O Boi não é mesmo Amarildo. A casa do ajudante de pedreiro é pequena e não vou compactuar com isso. Não vou aceitar desqualificarem uma família porque ela mora perto de traficantes”, justifica o delegado.
O pedido de prisão temporária de Elisabete foi feito durante uma operação chamada “Paz Armada”, deflagrada um dia antes do sumiço de Amarildo. A Delegacia de Homicídios (DH) continua investigando o caso.
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Enviada para Combate Racismo Ambiental por Rodrigo de Medeiros Silva.