Por François Cardona, correspondente especial em Altamira
RFI – No Brasil, o canteiro de obras da barragem de Belo Monte, na Amazônia, está parado. Desde quinta-feira, 150 indígenas ocupam a área, para protestar contra essa obra gigantesca e polêmica. Belo Monte será a terceira maior hidrelétrica do mundo. Os índios exigem a paralisação dos trabalhos até a abertura das negociações com o governo brasileiro. No local, a tensão é grande. As negociações não avançam. E elas acontecerão agora a portas fechadas, uma vez que os jornalistas presentes – entre os quais o correspondente da RFI – foram expulsos.
Armados com arcos e flechas, os índios percorrem o canteiro de Belo Monte em pickups. Eles conseguiram interromper os trabalhos. Seu objetivo? Abrir negociações com o governo brasileiro, pois daqui a dois anos, 500 km2 de floresta estarão inundados, e 16.000 pessoas terão sido expulsas, na sua maioria, indígenas.
As negociações estão paralisadas. Mais de 80 policiais e soldados da força nacional, fortemente armados, aguardam. Estão prontos para intervir e expulsar os manifestantes. Diante deles, 150 indígenas determinados, guerreiros das tribos do rio Xingu, com suas esposas e crianças pequenas.
Eles temem o pior, já que o (consórcio) construtor da barragem, todo poderoso na região, conseguiu fazer a polícia expulsar os jornalistas presentes. Ameaçados de prisão, tivemos que deixar o local escoltados pela polícia, sob os olhares angustiados dos índios, aterrorizados ante a ideia de perderem as únicas testemunhas de seu protesto pacífico.
Não podemos voltar lá, sob pena de sermos presos. Os índios estão agora sozinhos ante os soldados da força nacional. Não há ninguém para testemunhar se a situação se deteriorar.
–
Dica de Ruy Sposati para Combate Racismo Ambiental. Tradução livre de Tania Pacheco.
Presedenta Dilma, nao basta doar sua indenizacao. Sem tem raça mesmo, acabe com essa loucura !!!!!!