Povo Mamaindê protesta contra mortes nas aldeias por desassistência da Sesai e se diz contra criação do INSI

SAMSUNG DIGIMAX A503Povo Mamaindê e Assessoria de Comunicação – Cimi

Integrantes de aldeias do povo Mamaindê protestaram durante esta quarta-feira, 5, no município de Vilhena, sul de Rondônia, divisa com o Mato Grosso, contra o que denunciam como desassistência da Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai) na região, ocasionando a morte de crianças e adultos por H1N1, diarreia e falta de tratamento adequado para doenças que demandam procedimentos de alta complexidade, caso do câncer.

Os protestos deram conta também do rechaço do povo aos investimentos da Sesai para a criação do Instituto Nacional de Saúde Indígena (INSI). Em carta divulgada no final da tarde desta quarta, os Mamaindê afirmam que a iniciativa é “um desrespeito à nossa luta histórica por um subsistema de saúde diferenciado, garantido, sobretudo, pela Constituição de 1988 e pela Lei Arouca”. Leia a carta na íntegra:

Nós, povo Mamaindê, vimos a publico denunciar a situação de violência que vem sendo vítima o nosso povo, com as constantes mortes ocorridas em nossa região, decorrentes de H1N1, onde quatro crianças morreram vítimas desta enfermidade. Segundo a Sesai, elas foram imunizadas com a vacina aplicada em toda a população. Apresentamos ainda a morte de crianças por diarreia, pneumonia e por último a morte de nossa parente, com tumor no cérebro. (mais…)

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Tipití lança edição especial sobre Povos Indígenas, Barragens e Resistência na Amazônia brasileira (para baixar, em inglês)

tipity rio e barragemNormalmente não publicamos notícias em outros idiomas que português ou espanhol. Neste caso, entretanto, considerando a importância e atualidade do tema, abrimos exceção para socializar o lançamento do vol. 12/2 da Tipití – Journal of the Society for the Anthropology of Lowland South America. Acontece que trata-se de uma edição especial da série “Debate contemporâneo” com o tema: Povos Indígenas, Barragens e Resistência na Amazônia brasileira.

A publicação foi desenvolvida por membros da Rede de Pesquisa em Barragens Amazônicas, e o saite onde ela está hospedada pode ser acessado AQUI. Para facilitar, entretanto, segue abaixo a relação de artigos e respectivos autores, para quem quiser baixar separadamente. Mas, acima de tudo, a ideia é divulgar. (TP)

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Contemporary Debate: Indigenous Peoples, Dams and Resistance in Brazilian Amazonia

Introduction: Indigenous Peoples, Dams and Resistance
Simone Athayde, editor 

Articles

Between Distinct Voracities: The Hydro-energetic Machine and the Iyakaliti’s Response
Juliana de Almeida

Here and There: The Effects of Upriver Dams on Indigenous Peoples
Benedict J. Colombi

Moving Forward or Backwards? Indigenous Peoples, Development and Democracy in Brazil
Melissa Volpato Curi

Hydroelectric Amazonia: Cultures Caught in the Crucible of “Order and Progress”
C. Randall Crones

Framing Social-Environmental Justice by Amazonian Indigenous Peoples: The Kayapo Case
Anthony Oliver-Smith

Online Technologies and the Struggle against Dam Building in the Amazon
Flávia Leite

“Killing a People Little by Little”: Belo Monte, Human Rights and the Myth of Clean Energy
Maíra Irigaray

The Amazon: Dirty dams, Dirty Politics and the Myth of Clean Energy
Brent Millikan

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Mortandade de peixes na Baía de Guanabara intriga especialistas

Agentes do Inea e outros órgãos ambientais fizeram coleta de material na Baía de Guanabara nesta terça Foto:  Divulgação
Agentes do Inea e outros órgãos ambientais fizeram coleta de material na Baía de Guanabara nesta terça
Foto: Divulgação

Luiza Gomes – O Dia

Rio – Um fenômeno nas águas de Paquetá têm motivado numerosas denúncias de moradores desde o começo de outubro: a morte de milhares de peixes, todos da mesma espécie. Apenas de sexta-feira para cá, foram recolhidas 20 toneladas de savelhas mortas — e quatro tartarugas foram vistas saindo do mar, agonizando antes de morrerem.

Para investigar as causas da mortandade, a Secretaria Estadual do Ambiente fez ontem, junto ao Instituto Nacional do Ambiente (Inea), à Coordenadoria Integrada contra Crimes Ambientais da Secretaria de Estado do Ambiente e à Delegacia de Proteção ao Meio Ambiente uma operação nas praias da ilha. (mais…)

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Alunos protestam após declarações preconceituosas de professor, no ES

Manifestantes fazem roda na Ufes em protesto contra racismo (Foto: Viviane Machado/ G1 ES)
Manifestantes fazem roda na Ufes em protesto contra racismo (Foto: Viviane Machado/ G1 ES)

Com cartazes, jovens caminharam pela Ufes e foram até a reitoria. Alunos denunciaram professor por dizer que tem ‘preferência por brancos’

Viviane Machado – Do G1 ES

Alunos fizeram uma manifestação na tarde desta quarta-feira (5), dentro da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), motivada pelas declarações preconceituosas de um professor de Economia da instituição, Manoel Luiz Malaguti. Com cartazes e gritando palavras de ordem, os jovens caminharam pelo campus de Goiabeiras, em Vitória, e chegaram a interditar os dois sentidos da Avenida Fernando Ferrari durante alguns minutos. O Centro de Ciências Jurídicas e Econômicas da Ufes informou que o educador foi afastado das aulas com a turma que presenciou as declarações, para que não haja mais desgaste.

Segundo um grupo de alunos, a discussão começou durante uma aula de Introdução à Economia Política, nesta segunda-feira (3), na turma do segundo período de Ciências Sociais. Na ocasião, Malaguti teria feito afirmações preconceituosas. Os estudantes contaram que ele disse que “detestaria ser atendido por um médico ou advogado negro”. A declaração foi negada pelo educador, mas ele afirmou a preferência por um profissional branco. (mais…)

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General reverte imissão de posse e favorece latifundiário no Vale do Paraíba

lagoinha1_1Por Luiz Felipe Albuquerque
Da Página do MST

Cerca de 50 famílias Sem Terra correm o risco de serem despejadas do pré-assentamento Egídio Brunetto, no município de Lagoinha, na região do Vale do Paraíba. A ordem de despejo está marcada para esta sexta-feira (7).

O curioso desse processo é que o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) já tinha conquistado a imissão de posse da Fazenda Bela Vista desde o dia 7 de abril deste ano, pelo fato da área de 1.650 hectares ter sido considerada improdutiva e ser decretada de interesse social para fins de Reforma Agrária, em dezembro de 2012.

Entretanto, a Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental (Cetesb) entrou na justiça para questionar a viabilidade do assentamento na região, por ser considerada uma zona de amortecimento (área entorno de uma unidade de conservação). (mais…)

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Moradores da Maré denunciam abusos da Força de Pacificação

Moradores do Complexo da Maré relatam e apresentam evidências de abusos cometidos pelas forças militares que ocupam a região. Na foto, local onde, segundo moradores, antes era área de lazer /Tomaz Silva/Agência Brasil
Moradores do Complexo da Maré relatam e apresentam evidências de abusos cometidos pelas forças militares que ocupam a região. Na foto, local onde, segundo moradores, antes era área de lazer /Tomaz Silva/Agência Brasil

Akemi Nitahara – Repórter da Agência Brasil

Desde a ocupação do Complexo da Maré, em março, pelo Exército, a comunidade passou a viver dentro de uma guerra e contabiliza 28 homicídios. De acordo com a organização Redes de Desenvolvimento da Maré, no período foram 12 mortos dentro do complexo e 16 no entorno. Junto com o Observatório de Favelas, a entidade organizou uma reunião da imprensa com os presidentes de associações de moradores para denunciar os abusos cometidos pelos soldados e as dificuldades que a população tem passado.

Presidente da Associação de Moradores do Conjunto Esperança, Pedro Francisco, disse que a região perdeu a paz e a tranquilidade desde a chegada dos militares. “Há sete meses que o Exército está na nossa comunidade e perdemos nossa privacidade. Temos portões arrombados, cadeados quebrados, projetos parados porque os jovens não podem se locomover, professores pararam com os projetos, os idosos não tem mais hora para fazer as atividades”, disse. (mais…)

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Comissão da Verdade de SP recebe relatório sobre perseguição a trabalhadores

Elaine Patricia Cruz – Repórter da Agência Brasil 

A Comissão da Anistia entregou ontem (5) à Comissão Estadual da Verdade de São Paulo um relatório que retrata o perfil de 180 trabalhadores urbanos que enfrentaram a ditadura militar ou foram perseguidos politicamente até 1988. Eles entraram com requerimento na Comissão da Anistia, tiveram seus casos julgados e foram anistiados.

Esses casos fazem parte do acervo da Comissão da Anistia. Segundo Rodrigo Lentz, pesquisador e membro da comissão e coordenador do relatório, a Comissão da Anistia já recebeu 74 mil requerimentos com solicitações de anistia política. Desse total, 7.518 são processos de São Paulo, dos quais 1.345 já foram julgados e deferidos. “Desse montante, pegamos 180 processos que já tinham sido deferidos e arquivados. O recorte foi a busca dos trabalhadores urbanos anistiados do estado de São Paulo”, explicou Lentz.

O relatório analisou informações como idade, gênero, atividades e militância política dos anistiados e também fez um mapeamento dos tipos de atos de exceção cometidos, relatando o ano de ocorrência, os locais onde ocorreram, os autores e as instituições envolvidas. No caso dos atos de exceção, disse Lentz, a comissão identificou 27 tipos. O mais comum, a demissão, correspondia a quase metade dos casos.

Entre os 180 trabalhadores analisados pelo relatório, 93% são homens e 47% integrados por sindicalistas. Um dos casos analisados é o da anistiada Lenice Bezerra da Silva Azevedo, de Alagoas, que trabalhava como ajudante de serviços gerais na empresa Polimatic Eletrometalúrgica. Ela foi demitida após liderar uma greve e colocada em uma “lista suja” das indústrias do Grande ABC. “Ela foi bastante monitorada pela polícia até 1989. Isso aparece no relatório do Serviço Nacional de Informações (SNI). Ela era sindicalista. Uma coisa que chama a atenção é que, das 12 mulheres na lista, sete eram sindicalistas”, disse Lentz. (mais…)

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Movimentos esperam que iniciativas do governo para democratização da comunicação sejam fortalecidas

Apenas cinco grupos controlam a comunicação no Brasil
Apenas cinco grupos controlam a comunicação no Brasil

Cristina Fontenele – Adital

Após a reeleição da presidenta Dilma Rousseff, do Partido dos Trabalhadores (PT), o governo federal sinaliza que vai defender mais veementemente uma proposta para regulação da mídia, em especial os veículos de radiodifusão (rádio e TV), e já começar a atrair críticas da oposição e dos meios de comunicação oligárquicos, que afirmam ser a medida uma censura à liberdade de expressão. Para o governo, a regulação do sistema democrático da mídia, ao lado da reforma política, é uma das prioridades do novo mandato.

De acordo com a presidenta Dilma, “no Brasil, tenta-se confundir essa regulação econômica com o controle de conteúdo, e uma coisa não tem nada a ver com a outra; controle de conteúdo é típico de ditaduras; a regulação do ponto de vista econômico apenas impede que as relações de oligopólio se instalem”. Atualmente, no Brasil, as concessões de rádio e TV concentram-se nas mãos de apenas cinco grandes grupos controlados por famílias (Globo, SBT, Record, Band e Rede TV), quando o artigo 220 da Constituição Federal veda qualquer tipo de monopólio ou oligopólio no rádio e na TV. (mais…)

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Estado segue produzindo mortos e desaparecidos políticos, diz comissão, por Leonardo Sakamoto

Leonardo Sakamoto

“A continuidade da violência de Estado por meio da manutenção de estruturas repressivas herdadas da ditadura civil-militar impõe a criação de uma comissão especial sobre mortos e desaparecidos vítimas da violência de Estado do período democrático. Com isso, espera-se dar um passo fundamental no sentido da transição democrática brasileira, garantindo às vítimas da violência do Estado democrático os mesmos direitos, as mesmas reparações que cabem às vítimas da ditadura civil-militar.”

Essa proposta faz parte de um documento que deve ser entregue pela presidente da Comissão Especial sobre Mortos e Desaparecidos Políticos da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, Eugênia Gonzaga, ao coordenador da Comissão Nacional da Verdade, Pedro de Abreu Dallari, nesta quinta (6). Criada em 1995, a CEMDP tem como objetivos principais reconhecer vítimas da ditadura, buscar e identificar desaparecidos políticos e atuar por justiça e reparação.

O documento, ao qual este blog teve acesso, quer dar subsídios para o capítulo do relatório final da Comissão Nacional da Verdade, a ser apresentado no próximo mês, que fará recomendações a serem cumpridas pelo Estado brasileiro.

De acordo com o documento, “o conceito de ‘desaparecido político’ vem sendo interpretado muito estreitamente”. Não compreenderia, por exemplo, desaparecidos que não possuíam envolvimento direto com movimentos ou organizações de resistência à ditadura, como indígenas, camponeses, minorias étnicas e sexuais, entre outras.

Ao mesmo tempo, o conceito estaria sendo utilizado apenas para designar desaparecimentos ocorridos até a promulgação da Constituição de 1988. Para a Comissão Especial sobre Mortos e Desaparecidos Políticos, esse recorte pressupõe que houve uma ruptura radical entre a ditadura e a democracia e que a transição “lenta, gradual e segura” ocorreu com êxito. (mais…)

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