Frente o descaso do ministro da Justiça ao cancelar reuniões já agendadas e a consequente criminalização e perseguição das lideranças que lutam pelo reconhecimento da terra. O povo Kaingang do Rio Grande do Sul de Kandóia, Faxinalzinho ainda aguarda a assinatura do ministro, José Eduardo Cardozo, para dar continuidade ao processo de levantamento fundiário para indenização dos agricultores situados nessa zona.
Confira aqui a carta e as assinaturas:
Ata de Kandóia
Nós, da Terra Indígena Kandóia Faxinalzinho no Rio Grande do Sul viemos através deste documento dizer que nós sempre dialogamos com todas as instituições para o andamento do processo da nossa terra, mas o governo nunca decide nada, além de marcar reunião.
Fomos enganados pelo Ministério da Justiça, quando não veio para o nosso estado. Nossas lideranças acabaram sendo presas, fomos humilhados pelos agentes da Polícia Federal, quando eles proibiram os indígenas Kaingang de falar nossa língua dentro na nossa aldeia.
A mesa de diálogo está indo para mesa de negociação, mas direito não se negocia! Há mais de dois anos está na mesa do ministro o nosso processo só aguardando a assinatura. Queremos que se cumpra a lei brasileira e a Convenção 169 da Organização Internacional do Trabalho (OIT).
Não esqueçam que existe um povo com 300 pessoas, 70% de crianças que muitos já faleceram por falta de alimento e saúde. Esperamos a vontade política e cumprimento das leis pelo ministro da Justiça, José Eduardo Cardoso, que precisa assinar a Portaria Declaratória de posse dos indígenas de Kandóia, Fazinalzinho, RS.
Estamos autorizando a Arpin Sul através de Rozane Kaingang para nos representar na mesa de diálogo.