Lógica perversa orienta ideia segundo a qual Estado deve, nas favelas, “garantir segurança”. É como se moradores pudessem receber proteção, mas jamais reivindicar direitos
Por Gabriel Bayarri | Imagem Alberto Costa – Outras Palavras
Desde a chegada das Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs), as favelas da Zona Sul do Rio de Janeiro afetadas pela política de segurança têm visto, além de muita Polícia Militar, a criação de um turismo nacional e internacional, do desenvolvimento de novos modelos de negócio locais, e de uma lenta chegada dos serviços paralelos à segurança com a presença do Estado.
As categorias dos moradores dessas favelas têm se alargado para incluir novos referentes (1), e cabe discutir as novas relações entre as categorias, assim como o princípio de acesso à categoria “cidadão”, entendida como a do indivíduo com admissão aos mesmos serviços que o indivíduo do “asfalto”. Assim, o debate atravessa o alargamento de categorias para dar um salto na discussão, pois o acesso pleno a novas categorias está submetido a uma autêntica “transformação estrutural” (2) nas relações entre os moradores. (mais…)