Perdas e desperdícios no sistema agroalimentar

“Com o objetivo de analisar os recentes estudos sobre as perdas e o desperdício de alimentos, o Comitê das Nações Unidas para a Segurança Alimentar (CSA) criou um grupo de trabalho voltado para avaliar o estado da arte sobre o tema e sugerir linhas de ação para os países e agências internacionais. O resultado desse trabalho foi divulgado no início do mês e as suas conclusões podem jogar uma luz sobre a atual discussão”, escreve Walter Belik, professor Titular do Instituto de Economia da Unicamp em artigo publicado pelo jornal Valor. Eis o artigo

IHU On-Line – O tema é bastante conhecido nos meios acadêmicos e se tornou popular com a publicação de um estudo realizado sob encomenda da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) em 2011. Nessa publicação, os autores estimam as perdas e desperdício no sistema agroalimentar como sendo de 1,3 bilhão de toneladas de alimentos por ano, ou algo em torno de um terço do consumo anual. A cifra causou um enorme impacto tendo em vista que a contagem de subnutridos aponta atualmente para 842 milhões de pessoas e a previsão de aumento na demanda por alimentos para 2050 é de 60%, quando a população mundial deverá atingir o seu pico.

Essa continua sendo nossa melhor estimativa, mas levantamentos com esse grau de generalidade exigem simplificações e, por esse motivo, não podem ser transportados diretamente para a realidade de cada país. Nesse sentido, o primeiro passo proposto pelo grupo de especialistas do CFS para o combate às perdas e desperdício é o levantamento de informações e a validação de um protocolo de medição. De fato, um alimento só pode ser considerado como tal após a sua fase de terminação (colheita, abate, pesca etc.) e para efeitos de nutrição, só podemos levar em conta a parte comestível do alimento. (mais…)

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Acampados inauguram Biblioteca Comunitária Dona Maurina

biblioteca_SEDa Página do MST*

Os Sem Terra do Acampamento Valdir Macedo, no município de Cachoeira do Itanhy – divisa entre Sergipe e Bahia – inauguraram nesta quinta-feira (14) a Biblioteca Dona Maurina.

O nome da biblioteca homenageia uma grande lutadora que dedicou sua vida a uma educação igualitária e às lutas sociais na região.

A iniciativa surgiu das próprias famílias acampadas, por entenderem a importância da leitura no processo formativo e organizativo da luta, e pela grande quantidade de jovens que hoje vivem no acampamento e nas comunidades vizinhas. (mais…)

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Minas Gerais lidera ranking nacional de trabalho escravo

Manifestação em Brasília pela aprovação da PEC do trabalho escravo
Manifestação em Brasília pela aprovação da PEC do trabalho escravo

Bruno Moreno – Hoje em Dia

Minas Gerais fechou o primeiro semestre com o infeliz título de líder do ranking de estados brasileiros que mais resgataram trabalhadores em situação análoga à escravidão. Entre janeiro e julho, 91 pessoas foram libertas pela fiscalização do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) e retornaram para suas cidades. No Brasil foram 421 casos.

Quase metade desses trabalhadores (40) foi encontrada em situações degradantes no setor da construção civil, em Belo Horizonte, segundo dados do MTE. (mais…)

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Advogados de ocupações entram com novo recurso para barrar despejo

Moradores das ocupações estão negociando como proprietários dos terrenos
Moradores das ocupações estão negociando como proprietários dos terrenos

Na terça-feira, desembargadora indeferiu mandado de segurança que questionava ações da PM e do governo de Minas; nesta sexta, ativistas recorreram

O Tempo

Mais uma disputa judicial em torno dos terrenos ocupados da Granja Werneck ganhou um novo capítulo nesta sexta-feira (15). Após a Justiça derrubar uma liminar que impedia a desocupação do local para garantir a segurança das crianças e adolescentes que moram nas ocupações, os advogados dos ativistas tentam outra frente.

Na tarde desta sexta-feira, eles entraram com um recurso para um mandado de segurança que foi indeferido pela segunda instância do Tribunal de Justiça de Minas Gerais na última terça-feira (12). No mandado de segurança, o grupo alega que a Polícia Militar e o Governo do Estado descumpriram uma série de diretrizes ao deixar de avisar com antecedência sobre o despejo e ao não elaborarem um plano de realocação das famílias. (mais…)

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Brasil poderia satisfazer toda a sua demanda de alimento até 2040 sem derrubar mais árvores

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Uma utilização mais eficiente das suas vastas áreas de pastagens poderia permitir que o Brasil aumentasse drasticamente a produção agrícola sem a necessidade de destruir um único hectare de floresta amazônica, de cerrado ou de mata atlântica. É o que defende um novo estudo publicado pela revista Global Environmental Change

SalvaLeFloreste.it

Criando modelos do potencial produtivo agrícola, um grupo de pesquisadores do Instituto Internacional para a Sustentabilidade, agência de pesquisa agrícola do Brasil, Embrapa, e da agência da pesquisa espacial nacional, INPE, demonstrou que o Brasil poderia converter mais de 30 milhões de hectares de terras atualmente utilizadas para pastagem em culturas mais produtivas, aumentando a produção agrícola em geral.

“A nossa análise mostra que o Brasil já dispõe de terras suficientes para absorver a maior expansão da produção agrícola em todo o mundo nas próximas três décadas, sem que seja necessário derrubar um único hectare de áreas naturais”, disse o autor do estudo, Bernardo Strassburg, professor da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio) e diretor do Instituto Internacional para a Sustentabilidade. (mais…)

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Ministério Público pede suspensão das obras do campo de golfe olímpico

Akemi Nitahara – Repórter da Agência Brasil 

O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MP-RJ) pediu a anulação da licença ambiental das obras do Campo de Golfe Olímpico, na Barra da Tijuca, a paralisação da obra e a recuperação ambiental da área. A ação civil pública foi ajuizada anteontem (14) e tem como réus o município do Rio de Janeiro e a Fiori Empreendimentos Imobiliários, empresa responsável pela obra.

O MP-RJ instaurou um inquérito civil e colheu provas técnicas que comprovam, segundo o órgão, vício de ilegalidade e inconstitucionalidade na Lei Complementar Municipal nº 125/2013, que alterou os parâmetros da Área de Proteção Ambiental de Marapendi e do Parque Natural Municipal de Marapendi, rebaixando a proteção sem estudo técnico prévio.

De acordo com o órgão, houve adiamento de estudos necessários para a aprovação do projeto e uso de licença prévia com validade vencida para a obtenção da licença de instalação, além de falta de fundamentação técnica para o projeto aprovado, que estava “substancialmente diferente” do apresentado na licença prévia. (mais…)

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STF nega pedido de cotas para negros em concursos do Legislativo e Judiciário

André Richter – Repórter da Agência Brasil 

A ministra Cármen Lúcia, do Supremo Tribunal Federal (STF), rejeitou ontem (15) pedido do Instituto de Advocacia Racial e Ambiental (Iara) para que seja obrigatória a reserva de 20% das vagas para pardos e negros em concursos públicos do Legislativo e  Judiciário.  Segundo a ministra, a concessão do mandado de segurança significaria interferência do STF no Legislativo.

A Lei nº 12.990/2014 foi publicada no dia 9 de junho e criou a reserva de 20% nas vagas em concursos públicos para pardos e negros em órgãos da administração federal, como autarquias, fundações, e empresas públicas. Ao recorrer ao STF, o instituto alegou que não foi feita justiça social, pelo fato de o Judiciário e o Legislativo não terem sido contemplados pela lei.

Na decisão, a ministra entendeu que cabe ao Poder Legislativo decidir em quais setores a reserva será aplicada. “Tampouco a impetração poderia ser admitida sob o argumento de violação a direito previsto no Estatuto da Igualdade Racial (Lei nº 12.288/2010), pois, como realçado na manifestação do procurador-geral da República, a lei não reserva 20% das vagas em concurso público aos negros, mas apenas a implementação de medidas visando à promoção da igualdade nas contratações do setor público, com a transferência do juízo de sua adequação aos órgãos competentes˜, disse Cármen Lúcia.

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A USP não está na lama por conta de ataques de zumbis comedores de cérebros, por Leonardo Sakamoto

Leonardo Sakamoto

A USP não está quebrada porque um grupo de zumbis comedores de cérebros gerados a partir de experiências com fofos cachorros infectados nos laboratórios do Instituto de Biociências atacaram os pesquisadores. Muito menos porque o Godzilla transformou a Praça do Relógio em playground e a Reitoria em ninho. Nem por conta de naves alienígenas que, pousando (claro) em cima da Escola de Comunicações e Artes abduziram o caixa da universidade para gasta-lo em Las Vegas. Ou porque a terra contaminada retirada do local onde foi construído o Templo de Salomão e depositada no campus Leste da USP (o pior é que essa parte é verdade…), continha também restos de um antigo cemitério indígena, amaldiçoando eternamente a instituição. Mas sim por culpa de sucessivas gestões, eleitas de forma pouco democrática, que tomaram decisões que levaram a universidade à lama – gestões chanceladas pelo poder público.

Agora que a sua pior crise está instalada e fala-se abertamente de programas de demissão voluntária e redução de carga horária, desponta também, aqui e ali, a cantilena que causa orgasmo em muita gente: a gradual privatização da USP, através da cobrança de mensalidades, de taxas, de venda de espaços publicitários, de nomes de salas, de produção de pesquisa voltada apenas à necessidade das corporações, em suma, de otimização da gestão educacional utilizando critérios de sucesso considerados efetivos pelo mercado.

Como aqui já disse, uma universidade pública, como qualquer órgão público, deve ser gerida pelos princípios da impessoalidade, moralidade, publicidade, economicidade, eficiência e legalidade. Mas também não ignorar as necessidades dessa sociedade nas decisões sobre qual conhecimento terá sua produção financiada. Conhecimento feito por quem que beneficia a quem?

O conhecimento tem que beneficiar também o mercado, mas não ser pautado exclusivamente por ele sob o risco da universidade se tornar mero instrumento acessório das corporações. (mais…)

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Uma curiosidade de quase um ano: o MPF na Bahia tomou medidas para descobrir e processar os responsáveis por este cartaz?

Cartaz ruralista, defendendo a violência contra os Tupinambá. Foto: Edson Silva (setembro de 2013)
Cartaz ruralista, defendendo a violência contra os Tupinambá. Foto: Edson Silva (setembro de 2013)

Tania Pacheco – Combate Racismo Ambiental

No dia 12 de setembro do ano passado, postei esta foto acompanhada de um pequeno texto com o título “No Sul da Bahia, fazendeiros disseminam racismo, incitam à violência contra os Tupinambá, e o governo nada faz!“. Nele, escrevi:

“A foto acima foi feita e enviada por Edson Silva para a lista do NEPE com o seguinte comentário: “O outdoor está em uma das estradas do Sul da Bahia onde fazendeiros são invasores das terras Tupinambá que se mobilizam pela demarcação. Racismo e preconceito explícito!”

Vale chamar a atenção para outro detalhe fundamental, entretanto: os dois ‘brancos’ que se escondem atrás do desenho arrredondado amarelo onde está escrito “Falsos Índios” portam, ambos, espingardas voltadas para direções opostas. No meu dicionário de imagens isso é uma clara incitação à violência, partindo de dois jagunços que, curiosamente, apontam para palavras que quase todas elas definem coisas que estão sendo impostas aos indígenas em boa parte dos estados brasileiros: injustiça, miséria, fome, morte, desemprego… Talvez desemprego não seja das coisas mais dramáticas que vêm ocorrendo com os povos originários, uma vez que sua concepção de mundo não é a mesma. Mas não há dúvida de que, de todas, genocídio é a que melhor se aplica diretamente a eles! (mais…)

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BA – “MPF requisita instauração de inquérito policial para investigar crime de cárcere privado”

Justica Martelo Divulgacao CNJCrime foi  praticado [SIC] por indígenas em face de Raimundo Domingues Santos, no município de Porto Seguro

MPF BA

O Ministério Público Federal (MPF) em Eunápolis/BA requisitou na última terça-feira, 12 de agosto, que a Polícia Federal (PF) instaure inquérito a fim de apurar possível crime de cárcere privado praticado por indígenas em face de Raimundo Domingues Santos, no município de Porto Seguro.

Segundo depoimento das filhas da vítima ao MPF, Santos foi retido em cárcere privado, no dia 9 de agosto, quando passava por dentro da fazenda Brasília, que está sendo alvo de uma ação indígena denominada “retomada”. O pedido do MPF de instauração de inquérito foi feito e entregue à PF no mesmo dia do depoimento das filhas da vítima.

Ainda no dia 12 de agosto, o procurador da República do MPF em Eunápolis, Fernando Zelada, entrou em contato telefônico com o delegado chefe de Porto Seguro, comunicou sobre a requisição do inquérito, pediu informações sobre a apuração, além de solicitar agilidade na resolução do caso.

Ao contrário do que foi publicado por alguns sites da região, o MPF não estabeleceu prazo de quatro dias para a Polícia Federal apresentar relatório sobre o caso. As investigações já estão sendo conduzidas pela própria PF, que tem prazo legal de 30 dias, prorrogáveis, para concluir as apurações.

Assessoria de Comunicação
Ministério Público Federal na Bahia

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